Por que os bancos finalmente entraram na corrida dos criptoativos?
Por Rubens Neistein, business manager da
CoinPayments *
Se fosse uma prova de Fórmula 1, não
seria exagero dizer que os bancos tradicionais estão em uma corrida de
recuperação em relação aos criptoativos. Essas instituições supertradicionais
largaram mal na disputa, mas atualmente não só estão recuperando o espaço
perdido como já estão bem posicionadas nesse mercado para atraírem todos os
usuários e desenvolverem novos modelos de negócios.
A conclusão faz parte de um estudo
realizado pela Capco, consultoria global de gestão e tecnologia do Grupo Wipro.
Segundo o levantamento, seis em cada dez pessoas (60%) que possuem algum
criptoativo admitiram que usariam a instituição financeira que já têm conta
para realizar esse tipo de investimento. Não bastasse isso, 32% confirmaram que
poderiam fazer isso também. Ou seja, nove em cada dez usuários pensam na
possibilidade de usar seu próprio banco como plataforma para investir no
mercado cripto. Números valiosos demais em um setor que deve movimentar US$ 24
trilhões até 2027.
É apenas mais uma volta nessa verdadeira
corrida pelos criptoativos. Diferentes empresas e organizações querem assumir
as primeiras posições na preferência dos usuários para aproveitarem a onda de
popularidade sobre o tema. As fintechs foram as
primeiras a desbravarem o assunto, mas hoje até mesmo os Bancos Centrais
começam a estudar e criar estruturas legais para essas transações – algumas até
desenvolvem suas próprias moedas digitais. Mas diante desse cenário, o que
levou os bancos a finalmente investirem e assumirem posições vantajosas?
Confira algumas respostas:
1 – Despertar
mais confiança nas pessoas
Nos últimos anos, ficamos acostumados a
ver diferentes empresas oferecendo serviços financeiros inovadores. De uma hora
para outra, não precisávamos mais dos bancos para pagar contas, movimentar
dinheiro ou realizar investimentos. Mas isso não significa que as instituições
tradicionais perderam importância na vida dos usuários.
Pelo contrário. Um levantamento da
Federação Brasileira de Bancos (Febraban) indica uma queda de 59% para 56% na
confiança nas organizações financeiras tradicionais do que nas fintechs. Assim,
é natural a preferência por utilizar uma empresa já conhecida para movimentar
as criptomoedas.
2 – Ter mais
estrutura
É uma lógica simples: as instituições
financeiras tradicionais possuem uma estrutura maior do que as fintechs, que trabalham com tecnologia. Isso significa que
contam com melhores recursos, profissionais e capacidade de investimento do que
as pequenas empresas para se adaptarem às demandas do mercado cripto.
Dessa forma, têm capacidade de
desenvolverem soluções realmente inovadoras num curto espaço de tempo,
possibilitando mais inovação e, claro, personalização no relacionamento com
seus clientes. É uma escala que poucas fintechs integram no mercado global.
3 – Concentrar
diferentes serviços
A centralização dos bancos já foi
apontada como um dos principais problemas do setor financeiro. Isso explicaria
o sucesso das fintechs, que conseguiram ampliar
o espaço de novas soluções. A questão é que, no caso dos criptoativos, essa
concentração pode ser benéfica para os consumidores.
Afinal, com um cenário em que as
criptomoedas ainda precisam se popularizar para o público em geral, estar lado
a lado de serviços financeiros conhecidos é uma tática interessante. Isso permite
que as instituições financeiras possam vinculá-los a sua própria conta ou
cartão de crédito sem a aquisição de novos serviços.
4 – Inovação
Por fim, a adesão dos bancos às
criptomoedas representa mais um passo dessas empresas rumo à inovação e à digitalização
de seus serviços e operações. Tradicionalmente, o mercado financeiro sempre foi
mais reticente às mudanças provocadas pela tecnologia. Por envolver a custódia
de dinheiro, todo risco já é considerado elevado, e consequentemente, cada
estratégia é
pensada inúmeras vezes.
Entretanto, o que se viu nos últimos
anos foi justamente uma abertura sem precedentes no setor, impulsionada pela
presença das fintechs e pela própria demanda reprimida dos usuários. As
instituições financeiras clássicas demoraram para perceber isso, mas quando
aderiram, entraram num caminho sem volta. Hoje, por exemplo, já se imagina o open banking. Adotar as criptomoedas, portanto, é apenas um reflexo
dessa preocupação de valorizar a experiência do consumidor.
*Rubens Neistein,
business manager da CoinPayments, a primeira e
maior processadora de pagamentos em criptomoedas do mundo – e-mail: coinpayments@nbpress.com
Sobre a
CoinPayments
Primeira e maior processadora de
pagamentos em criptomoedas do mundo, a CoinPayments é a forma mais fácil,
rápida e segura para os empresários transacionarem em criptomoedas. Fundada em
2013, a plataforma oferece aos clientes APIs de pagamentos especializados em
cripto, plug-ins de carrinho de compras, carteiras digitais e diversas
soluções para o mercado de criptomoedas. Ao longo de sua história, ultrapassa a
marca de US$ 10 bilhões em transações e oferece suporte a mais de 2 mil moedas
digitais. Para mais informações, acesse: www.coinpayments.net.
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