Inteligência emocional e o engajamento dos profissionais
Neste artigo, Rejane Matos do Grupo Soulan
destaca estudo que mostra o custo das empresas com profissionais desengajados
O que torna um funcionário engajado? A
resposta para essa pergunta pode ter diversas interpretações, variando de
pessoa para pessoa.
Poder contar com profissionais engajados
é um grande diferencial para as empresas e o que todo líder ou gestor busca.
Afinal, colaboradores engajados são os que apresentam melhores resultados,
desempenho e satisfação, além, é claro, de inspirar e motivar outros colegas
pelo simples entusiasmo que apresentam, seja diante de um novo desafio ou por
querer dar sempre o melhor no dia a dia.
O estudo dos pesquisadores Schrita
Osborne e Mohamad Hammoud, da Walden University, mostrou que o custo de
funcionários desengajados foi avaliado em US$ 350 bilhões para as empresas
norte-americanas em 2017. Já em uma pesquisa mundial da consultoria Gallup,
publicada em 2018, apenas 15% dos funcionários relataram estar engajados.
Considerando o número extremamente baixo
de funcionários engajados e a grande quantidade de dinheiro que está sendo
gasta com ações de engajamento, é urgente entender por que e como os
funcionários podem ficar engajados.
Para motivar os colaboradores e melhorar
seus resultados, muitas empresas lançam mão de soluções como a oferta de
benefícios e premiações vinculadas a campanhas motivacionais, entre outras,
mas, se por um lado, esse tipo de iniciativa dá resultados imediatos, por
outro, não melhora o engajamento dos funcionários no longo prazo.
Diante dessa constatação, o grande
desafio é descobrir formas capazes de garantir que os colaboradores estejam
sempre engajados, aumentando inclusive a retenção. E você sabia que a
inteligência emocional pode ter um papel importante nisso, uma vez que pode
prever os níveis de engajamento dos funcionários?
Isso acontece porque a maneira como cada
um de nós entende, controla e gerencia nossas emoções e as dos outros pode
influenciar nossos níveis de engajamento. Especialistas da área de psicologia
garantem que funcionários com maior inteligência emocional relatam níveis mais
altos de engajamento, conforme mostrado em um artigo acadêmico do pesquisador
Reece Akhtar, publicado em 2015.
Com o uso de ferramentas de psicometria
que preveem os níveis de inteligência emocional é possível identificar quais
profissionais estão mais ou menos engajados e, a partir dos resultados, criar
estratégias para garantir que toda a equipe esteja sempre engajada.
Para comprovar a eficiência dessa
solução, a Thomas International pediu a 306 funcionários do Reino Unido que
preenchessem o Questionário de Traços de Inteligência Emocional (TEIQue) e o
questionário Thomas Engage. As análises mostraram que a inteligência emocional
como um todo previu níveis de engajamento, revelando que pontuações altas em
Felicidade, Gestão da Emoção e Automotivação comprovam positivamente os
níveis de engajamento. Já pontuações altas em Controle Emocional predisseram
negativamente o engajamento, o que significa que aqueles que obtiveram
pontuação baixa nesse item são mais propensos a serem engajados.
Então por que as intervenções de
engajamento, como distribuir benefícios, não funcionam? Parte da resposta é que
os próprios funcionários são naturalmente mais ou menos dispostos a se sentir
engajados no trabalho e as organizações devem abordar cada funcionário de
acordo com sua inteligência emocional para mantê-los engajados. A maneira como
entendemos, controlamos e gerenciamos pessoalmente nossas emoções e as dos
outros desempenha um papel significativo em nossos níveis de engajamento.
Para cada traço de inteligência
emocional identificado é possível criar estratégias para motivar de diferentes
formas seus colaboradores. Por exemplo, as organizações também devem entender
como manter engajados aqueles com alta automotivação e aqueles com baixa
automotivação. A saber, pessoas com alta automotivação serão naturalmente mais
engajadas, trazendo melhores resultados quando desafiadas. Já aqueles com baixa
automotivação valorizam mais recompensas como almoços gratuitos, massagens e
ingressos de cinema. Cada perfil determina o tipo de iniciativa que o gestor
deverá implementar para obter o máximo do profissional.
Todas as pessoas são diferentes e, por
isso, cada uma tem maneiras diferentes de se envolver no trabalho. Portanto, é
fundamental que as organizações saibam o que mantém cada pessoa engajada. Se os
líderes conhecem a inteligência emocional de suas equipes, podem tomar decisões
mais sábias sobre como gerenciá-las e mantê-las dispostas e com alto engamento
no dia a dia.
Rejane Matos é administradora com especialização em Inteligência de Mercado e gerente de Marketing do Grupo Soulan.
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