O impacto da tecnologia para a indústria de óleo e gás
Por Andre Gamba
É fato que a
indústria de óleo e gás é
extremamente estratégica e relevante para o mercado. Para se ter uma ideia,
segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), atualmente, o Brasil ocupa a
oitava posição entre os maiores produtores mundiais de petróleo e está entre os
dez maiores exportadores do mundo. A partir disso, é possível analisar a
maturidade do mercado brasileiro por meio de algumas perspectivas.
O Brasil possui uma posição de destaque no cenário global e tornou-se um
modelo para diversas aplicações em outros países. E, este cenário fica ainda
mais em evidência, quando abordamos, por exemplo, tecnologias para exploração
em águas profundas, revitalização de poços maduros onshore e offshore
e, mais recentemente, captura e armazenamento de carbono.
Por outro lado, quando analisamos a jornada de transformação digital das
indústrias de óleo e gás, considerando as iniciativas relacionadas ao processo
produtivo e produtos finais, incluindo todo o ecossistema (fornecedores,
clientes, prestadores de serviços, empresas de engenharia e fabricantes de
equipamentos), em upstream, midstream e downstream, ainda há
muito espaço para evoluir.
Existem vários fatores que justificam este desafio, como por exemplo, a
priorização da digitalização de outras áreas da corporação, dificuldade em
justificar o retorno do investimento em novas tecnologias, projetos geralmente
complexos e de longo prazo de implementação, automação de base que proverá
dados para serem transformados está obsoleta e por último, mas não menos
importante, o conservadorismo histórico do setor.
O ponto é que a tecnologia auxilia as companhias produtoras a extrair o
máximo dos seus ativos. No entanto, isto não se refere apenas à produtividade.
Outros fatores como segurança, disponibilidade, previsibilidade, análise de
dados, inteligência artificial, cibersegurança, realidade aumentada e virtual,
quando integradas e aplicadas da forma correta, propiciam um ambiente adequado
para tomada de decisão, utilização otimizada dos ativos de produção e,
consequentemente, maior produtividade.
Além disso, a capacitação contínua dos profissionais, a colaboração
entre as empresas que compõem o ecossistema e desburocratização para fomentar tal
colaboração, combinada à experiência de profissionais que atuam há vários anos
no setor, podem superar praticamente todos os desafios desta indústria.
Principais tecnologias para a indústria de óleo e gás
O 5G certamente será um habilitador para as novas tecnologias da
indústria de óleo e gás. Esta tecnologia, atrelada principalmente às soluções
de cibersegurança, ajudará o mercado a endereçar demandas importantes da
indústria como acesso remoto seguro para sistema onshore e offshore. Ganhos
com redução de tempo para execução de procedimentos operacionais diversos,
redução de custos com deslocamento e incremento da segurança operacional são
apenas alguns benefícios que o 5G trará ao mercado de óleo e gás.
Apesar da influência da volatilidade dos cenários macroeconômicos
brasileiro e internacional, entendemos que os investimentos na indústria de
óleo e gás são de longo prazo, bem como em outros mercados de capital
intensivo. Assim, as decisões tomadas visam um horizonte de dez anos ou mais.
Como diz o ditado: “olhamos o filme, não a fotografia”. E este filme revela que
as perspectivas são as melhores possíveis.
Além dos pontos mencionados acima, acredito que a tecnologia trará
agilidade em todas as instâncias nas empresas integrantes do ecossistema na
indústria de óleo e gás. Tal agilidade melhorará a tomada de decisões
operacionais e estratégicas e propiciará melhor adequação às dinâmicas do
mercado que, mesmo em setores perenes e conservadores como este, têm sido
aceleradas por fatores externos.
Em suma, a conjuntura destes fatores faz com que as empresas tenham
melhores resultados, operem da forma mais segura possível alinhadas com E
(Environment) e G (Governance) do ESG, e atendam seus clientes e
consumidores finais de forma mais satisfatória. Desta forma, quando pensamos em
um investimento em tecnologia é necessário considerar o contexto como um todo e
o impacto positivo total ao longo do ciclo de vida daquele investimento. O
retorno certamente virá.
Andre Gamba é Sales Manager da Rockwell Automation, empresa multinacional com mais de 100 anos de experiência em tecnologia e inovação.
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