Storytelling: a venda que você não faz está na história que você não conta
Aprenda você também a implementar o
storytelling em sua estratégia de marketing para alavancar os negócios, assim
como fazem as grandes marcas
Por
Rafael Rez
Todo mundo sabe que, para trabalhar na
área de vendas, as pessoas precisam ser comunicativas e bem articuladas. Mas,
com a chegada da Era da Informação (ou Era Digital) na década de 1980, ocorreu
a popularização da internet e de novas tecnologias, o que provocou mudanças
sociais, culturais e comportamentais. Hoje, os clientes já chegam no momento da
compra extremamente informados, o que pressiona muito mais os profissionais que
estão do outro lado dessa relação comercial. Dessa forma, as empresas precisam
se preparar cada vez mais para atender a esse público, e uma técnica que vem
sendo bastante adotada é o storytelling.
Por meio dessa técnica, as empresas
procuram envolver emocionalmente seus públicos-alvo, seja para gerar
identificação com a marca, quando se trata de bens de consumo, ou para
fortalecer a marca e seu posicionamento no mercado, por exemplo.
Se você quer investir em um marketing de
conteúdo que impacte na jornada de consideração dos potenciais clientes,
confira a seguir as dicas que reunimos sobre como adotar o storytelling para
contar histórias envolventes e influentes.
O que é storytelling?
Storytelling, no sentido literal,
significa narração de histórias. O storytelling como conhecemos hoje, baseia-se
na famosa Jornada do Herói, do mitologista e escritor Joseph Campbell,
apresentada em seu livro “O Herói de Mil Faces”, lançado em 1949, nos Estados
Unidos.
Mas, você sabia que as narrativas
começaram a ser estudadas muito antes disso, entre 335 a.C. e 323 a.C., com
Aristóteles, em um conjunto de anotações sobre suas aulas, que ficou conhecido
como “Poética”? Para o filósofo, todas as tragédias têm um nó e um desenlace.
Posteriormente, em 317 a.C., o teatrólogo Menandro em sua obra “Comédia Nova”
nos apresenta que as histórias são divididas em atos, ou seja, para uma
história se sustentar, é preciso ter momentos dramáticos.
Atualmente, não apenas marcas, mas
também pessoas passaram a adotar essa ferramenta para fazer marketing
institucional e pessoal. A ideia é impactar as emoções humanas por meio de uma
narrativa que estimule a imaginação do leitor, ouvinte ou espectador, e seja
capaz de incentivá-los a tomar uma decisão ou ação.
Em vendas, o storytelling pode ser usado
para criar anúncios que despertem o interesse do seu lead ou cliente,
incentivando-o a descobrir mais sobre o seu produto e/ou serviço. Quem não se
encanta com os comerciais de Natal da Coca-Cola, ou não se emociona com as
campanhas da Dove que estimulam a sociedade a reconhecer todos os tipos de
beleza da mulher, livre de estereótipos?
Por que storytelling é importante para
marcas?
Em uma
matéria publicada pelo Portal de Notícias UOL, o designer de software Flavio Paulino
afirma que “vivemos bombardeados por novas informações, uma vai anulando a
outra e, quando a gente percebe, está praticamente anestesiado. Nada nos choca,
nada nos toca. Como acontece com as notícias da pandemia". Ele não é o
único. Como foi dito anteriormente, estamos na Era da Informação, e já existem
consequências reais na saúde das pessoas por causa dessa exposição excessiva às
informações.
Motiva seu público
Daí a importância do storytelling na
estratégia de conteúdo de uma empresa. Contar uma história estruturada, com
começo, meio e fim, com momentos que estimulem a imaginação e despertem as
emoções do espectador de maneira positiva, ajuda uma marca a se destacar em
meio a essa tempestade de conteúdo.
Em um longa-metragem, o que motiva os
espectadores a assistirem o filme até o final é uma história bem contada. É a
tal jornada do herói, quando um personagem está vivendo sua rotina normalmente
e, de repente, acontece algo que desperta nele a necessidade de tomar alguma
ação para conquistar um objetivo.
A lógica é a mesma no marketing. Os
potenciais clientes estão em suas rotinas e, de repente, uma empresa apresenta
uma situação que gera neles uma necessidade, que pode ser um problema que ela
própria pode trazer a solução.
Dão mais sentido aos dados
A era em que estamos não é só a da
informação, mas também dos dados. E todos sabemos da importância de utilizá-los
para orientar as estratégias de negócios e de marketing em qualquer empresa.
O que funciona melhor para apresentar
KPIs? Um documento com gráficos soltos e uma legenda para explicar cada um, ou
uma apresentação que conecte e dê sentido e sequência lógica aos dados?
Obviamente que a segunda opção, porque histórias bem contadas ficam marcadas na
mente das pessoas, enquanto números simplesmente são rapidamente esquecidos.
Inclusive, surgiu até uma técnica
derivada do storytelling para combinar a narrativa com dados, chamada de Data
Storytelling. O objetivo é criar uma apresentação alinhando a história às
necessidades do público e pautá-la em dados relevantes para suas dores.
Maior atenção dos ouvintes
Uma
pesquisa realizada pela Microsoft no Canadá com 2 mil pessoas, que
responderam a perguntas e participaram de jogos on-line para avaliar sua
capacidade de concentração, além da realização de exames de eletroencefalogramas
em outros 112 voluntários para monitorar sua atividade cerebral, sugere que o
tempo de atenção dos seres humanos já é mais curto que o dos peixinhos dourados
por causa da tecnologia.
A pesquisa aponta que a capacidade de
concentração dos humanos está sendo reduzida pelo impacto dos gadgets e das
mídias digitais. O estudo concluiu que, em 2000, a capacidade de atenção humana
era, em média, de 12 segundos. Já em 2013, o tempo foi reduzido para oito
segundos – um segundo atrás da capacidade de atenção média estimada por
cientistas de um peixinho dourado.
Dessa forma, o storytelling se torna uma
ferramenta fundamental para que sua marca consiga se comunicar com os seus
públicos-alvo, já que é capaz de envolver os espectadores em uma história ou ao
menos ativar emoções por meio de sua estrutura narrativa.
Atinge o emocional
De acordo com entrevista da
neurocientista da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Natalia
Mota para o UOL, “as informações que têm um conteúdo emocional impactante
penetram mais e têm uma chance maior de persistir por mais tempo”.
De acordo com o Hubspot, o storytelling
é capaz de ativar sete regiões do cérebro (como pode ser observado no
infográfico abaixo), enquanto dados puros ativam apenas duas regiões do cérebro.
Os clientes se tornam mais fiéis
O storytelling ainda tem o poder de
fidelizar clientes. Ao humanizar a apresentação de uma marca por meio de uma
narrativa envolvente, as pessoas passam a guardá-la em suas mentes e a se
relacionar com ela, por conhecerem sua história. A curiosidade desperta o
interesse, e o público cria conexão e empatia pela marca. Por consequência,
gera fidelização.
As pessoas passam a valorizar mais
aquelas marcas que elas entendem qual é o propósito e quem está por trás
daquele empreendimento. Assim, retornam tanto pela qualidade do produto ou
serviço, como por todo o imaginário que aquela marca gerou e os sentimentos que
despertou.
Como usar o storytelling para vender mais
Diante de um cenário tão competitivo e
instável, ficou claro o quanto a técnica de storytelling é capaz de ajudar uma
empresa a fortalecer sua marca, reforçar o valor dos seus produtos ou serviços
e aumentar suas vendas por meio da conexão emocional com os potenciais
clientes. Os inúmeros exemplos de campanhas B2C, como alguns aqui já
mencionados, que tiveram grande repercussão em função das suas narrativas
envolventes são prova disso.
A comprovação da eficácia do
storytelling em vendas já virou até livro. Trata-se da
experiência realizada por Rob Walker, um jornalista norte-americano. Ele
comprou 200 itens de baixo valor, como martelo de madeira e chave de plástico.
Em seguida, pediu a redatores profissionais que escrevessem uma história sobre
cada objeto, e os colocou à venda na Internet com as respectivas descrições
usando storytelling. O resultado foi um aumento de aproximadamente 4.000% no
valor de mercado dos itens. Um busto de plástico da cabeça de um cavalo, por
exemplo, foi comprado por US$ 0,99 e vendido por US$ 62,95. No total, foram
gastos US$ 197 e arrecadados cerca de US$ 8 mil.
Mas vale lembrar que o storytelling
funciona perfeitamente para estratégias B2B também. Para o Branding, apresentar
a origem da empresa e qual a sua missão e seus valores por meio de uma boa
história funciona bem, porque gera empatia e identificação do público com a
marca. Já para vendas, os famosos cases de sucesso nada mais são do que
histórias sobre outras empresas e as pessoas que nela trabalham, que tiveram
seus problemas resolvidos com as soluções que a sua empresa oferece.
Onde aplicar o storytelling?
Para te ajudar a aplicar o storytelling
na rotina de marketing e vendas, trouxemos algumas dicas práticas de sucesso
comprovado. Confira:
Marketing de conteúdo
Se o storytelling trata-se de contar
histórias, nada melhor do que fazer isso nas estratégias de marketing de
conteúdo! Quando combinado com o SEO (Search
Engine Optimization), uma das principais ferramentas da área, as
chances de sucesso de uma campanha são potencializadas.
Quando uma empresa possui buyer persona
mapeada, ela conhece as dores e necessidades que precisa atender. Dessa forma,
usar as palavras-chave de busca dessas personas nos conteúdos, aliada a uma
história bem contada, fazendo com que ela se sinta protagonista, certamente vai
aproximar a relação entre ambas as partes.
E o que acontece quando ocorre esse
encontro entre persona e conteúdo relevante? A pessoa vai dedicar tempo para consumir
essas informações, o que equivale a tráfego e tempo de permanência no site ou
blog da empresa.
Além disso, como a empresa já sabe quais
serão os próximos questionamentos dessa persona, ela pode conduzir a navegação
pelo seu site por meio da inserção de conteúdos relacionados, que serão
assertivamente relevantes naquela fase da jornada de compra em que a pessoa se
encontra. Por consequência, a Taxa de Rejeição do site ainda será reduzida,
melhorando seu ranqueamento nos resultados de busca do Google.
Alcançar o topo das SERPs equivale ao
fortalecimento da marca, relevância e maior geração de leads! Ficou claro como
o storytelling aliado ao SEO pode ajudar a
aumentar as vendas por meio da criação de conteúdo?
Apresentações
No caso de criação de apresentações,
seja para qual propósito for, após identificar a mensagem a ser transmitida,
qual história será contada para transmiti-la e ter uma sequência argumentativa
definida, vale a pena criar um storyboard. Essa ferramenta nada mais é do que
um detalhamento quadro por quadro de cada parte de uma história, e se mostra
uma boa solução para rascunhar como a história será contada por meio de
imagens.
Na área de UX (User Experience), os
profissionais utilizam o Design Thinking, método centrado no humano para a
criação de produtos e novas soluções. Como existe sempre a etapa da pesquisa
com o usuário durante o processo de criação, os UX Researchers, especialistas
responsáveis por realizar entrevistas e testes, adotam cada vez mais o storytelling
para repassar os aprendizados de forma envolvente, contando a história dos
usuários da forma mais real possível, para inspirar o trabalho da equipe de
criação.
Já para apresentações cujo objetivo é
convencer o espectador de algo, como é o caso de pitches de startups ou reuniões de venda,
procure levar os espectadores de um ponto A para um ponto B, seguindo uma
estrutura narrativa que envolve três elementos: vontade, obstáculo e ação, tal
qual um longa-metragem, em que uma história é dividida em três atos. Veja
algumas orientações para desenvolver uma apresentação impactante, capaz de
influenciar os potenciais clientes em uma tomada de decisão:
- Encontre uma história
baseada em um personagem.
- Crie três histórias
possíveis e certifique-se de que vontade, obstáculo e ação estejam
presentes.
- Em cada história,
aumente um pouco mais a vontade, o desejo por algo.
- Enfatize o obstáculo.
Ele precisa ser maior do que a vontade do personagem.
- Por fim, ilustre a ação
utilizada para lutar contra o obstáculo.
Mais à frente, quando as etapas da
Jornada do Herói forem detalhadas, essa estratégia ficará ainda mais clara e
convincente. Portanto, continue a leitura.
Redes sociais
Todo esse trabalho pode ser
potencializado por meio de divulgação nas redes sociais. Quando as personas se
identificam como protagonistas de uma história contada por uma marca, elas
tendem a querer compartilhar o assunto. O buzz
gerado vai atrair mais pessoas interessadas e que também se enxergam como parte
da história da empresa.
Em tempos cujos clientes possuem voz
ativa sobre o que consomem e como desejam ser tratados, a prova social é uma
ferramenta excelente para aumentar as vendas das empresas.
Muitas empresas, principalmente as B2B,
ainda têm certo receio de investir em criação de conteúdo para redes sociais. É
importante lembrar que um perfil comercial não precisa se limitar a publicar
somente fotos de produtos ou serviços. É um excelente espaço para divulgação de
conteúdos relevantes sobre a área de negócio da empresa, o que ajuda a
construir a reputação da marca como referência no mercado de atuação. Por
exemplo, um vídeo institucional elaborado com técnicas de storytelling pode ser
amplamente explorado nas redes sociais, para que o público crie conexão com a
marca ao conhecer sua origem e suas motivações.
Portanto, aproveite também as redes
sociais pois, quando trabalhadas de forma integrada a outras ações de
marketing, são canais capazes de aumentar as vendas de forma exponencial.
Saiba como criar um bom storytelling
Já sabemos que para criar um bom
storytelling, é necessário criar uma narrativa em torno de um personagem, um
ambiente, um conflito e a mensagem que se quer transmitir. Mas, em primeiro
lugar, é preciso saber para quem a história vai ser contada.
Outra dica importante, conforme foi
abordado lá no início, é que vale realizar uma pesquisa sócio-histórica sobre a
empresa e sua área de atuação para reunir o máximo de informação possível, para
que o storytelling seja autêntico. Dessa forma, as pessoas acreditam e realmente
se identificam com a história.
Quem é o personagem da história?
Então, é chegada a hora de adotar a
Jornada do Herói de Campbell, revista por Christopher Vogler, produtor e
escritor de filmes de Hollywood. Conheça a seguir o significado de cada uma das
etapas dessa jornada, que é a estrutura de storytelling mais utilizada por
empresas e extremamente efetiva para atrair e cativar o público.
- O mundo normal:
somos apresentados ao protagonista (herói) e o seu mundo, sua rotina.
- O chamado para aventura: em
determinado momento, acontece algo que gera um conflito na vida do
protagonista, como uma faísca.
- A recusa ao chamado:
é quando o protagonista fica relutante entre partir para a aventura ou se
manter na sua zona de conforto.
- O encontro com o mentor:
nessa hora, surge algum evento ou alguém que desperta o protagonista sobre
a necessidade de agir.
- A travessia do limiar:
O protagonista decide abandonar o mundo comum e ir rumo à sua aventura.
- Os testes, os aliados e os
inimigos: Aqui, surgem aliados e
inimigos na jornada do protagonista. Ao enfrentar novos desafios, ele
aprende as regras e o funcionamento do novo mundo.
- Descida à gruta:
Fase em que o herói enfrenta as piores adversidades possíveis, sendo
levado ao extremo.
- Prova central:
esse é um momento de provação, em que o protagonista parece que não
alcançará seu objetivo. Aqui, o público já foi levado a se identificar com
o herói e também se sente mal diante das suas adversidades.
- Prêmio ou Dádiva da Espada:
depois de ter passado pela provação e sobrevivido para seguir sua jornada,
o protagonista é recompensado, seja por um conhecimento adquirido ou uma
reconciliação.
- O caminho do regresso: o
protagonista ainda não está fora de perigo. É neste momento que acontece a
maior batalha da sua jornada.
- Ressurreição: ao
sobreviver à grande batalha, o herói é transformado por essa experiência.
Mas, surge um novo conflito para testá-lo outra vez, e ele precisa
utilizar sua recompensa para superar um último desafio.
- Retorno com o Elixir:
finalmente o protagonista está transformado e retorna definitivamente para
o seu mundo normal, para mudar a vida de todos com a recompensa trazida
por ele, que é o elixir.
Onde se passa a história?
Além de sabermos com quem estamos
falando para que o personagem criado gere identificação do público, é relevante
mapear a jornada dos potenciais clientes para que os conteúdos criados
fomentem seus interesses no momento certo.
Quando as pessoas se sentem
protagonistas da história que uma marca conta, quando elas são fisgadas pela
narrativa porque se identificam com as questões abordadas pela empresa, cria-se
uma conexão que, se devidamente alimentada, tem enorme potencial de conquistar
clientes.
Qual é o desafio encontrado?
Para garantir a implementação correta do
storytelling, especialmente em estratégias de marketing B2B, o ideal é não
exagerar na fantasia, nem ser direto demais. A balança não pode pender nem para
um lado, nem para o outro, com o risco de extinguir a força da narrativa.
Dito isso, considerando que o fio
condutor do storytelling é o conflito com o qual o personagem se depara, é
necessário inserir um momento de tensão antes que os potenciais clientes cheguem
à solução que a empresa tem para seus problemas.
A mensagem do storytelling
No storytelling, depois que a jornada do
herói foi passada pela apresentação do protagonista (começo) até sua
transformação, após enfrentar grandes adversidades (meio), a história chega ao
fim com uma lição aprendida ou uma recompensa ganha.
Na estratégia de marketing, é a fase em
que os potenciais clientes já estão envolvidos emocionalmente com a história,
após literalmente sentirem as dificuldades que os problemas apresentados
poderiam provocar. E então, como um passe de mágica, a empresa mostra às
personas que existe uma solução e que, mais do que estar ao alcance delas, elas
a merecem.
Storytelling tem que ser genuíno
“Aqueles que contam histórias dominam o
mundo”. Essa frase é atribuída ao filósofo Platão, mas segue atual até hoje. As
relações comerciais passaram por muitas transformações e, se uma marca não
conseguir se comunicar e se relacionar de forma genuína com os seus públicos,
ela sucumbe diante da concorrência.
Se sua empresa quer ter relevância e
mais conversões no mercado digital por meio de uma estratégia de
conteúdo, a Web Estratégica pode ser uma forte aliada nessa jornada.
Rafael Rez é especialista em marketing digital, acumula experiência com mais de 1.400 clientes desde 1998 e é autor do livro "Marketing de Conteúdo: A Moeda do Século XXI", best-seller com mais de 20 mil cópias vendidas no Brasil e Portugal. O executivo também é fundador e CMO da Web Estratégica, uma empresa de consultoria especializada em Marketing de Conteúdo e SEO.
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