Crédito consignado estimula o desenvolvimento do Brasil, mas é preciso combater práticas fraudulentas e investir na educação financeira
* por Dayanne Husein
O empréstimo consignado, criado em 2001
para servidores federais, civis e militares e em 2004 para aposentados,
pensionistas INSS e empregados da iniciativa privada, foi uma revolução, ao
possibilitar uma nova modalidade de financiamento a uma parcela significativa
da população que inclui brasileiros de baixo poder aquisitivo em sua grande
maioria, mas também abrange população da classe média no geral. Essa opção de
crédito veio oferecer a menor taxa de juros do mercado (hoje, o teto do INSS é
de 2,14% a.m.), aquém de qualquer outro produto de crédito no país, além de um
limite de parcelas. É importante ressaltar que existe uma preocupação social e
econômica com o limite de comprometimento da renda do tomador, por isso é
preciso respeitar a margem consignável aprovada por cada convênio.
Outra vantagem é a possibilidade de
pessoas não-bancarizadas terem acesso a uma fonte de crédito antes
indisponível, uma vez que essa população não tinha como oferecer garantias para
a operação. Para o momento em que foi criado, em 2001, quando ainda não havia
bancos digitais, isso representou uma grande vantagem para milhares de pessoas
pelo Brasil afora que passaram a poder contar com recursos para reorganizar a
vida financeira ou realizar sonhos, como: reforma de imóveis, investimento em
estudo, cuidados relacionados à saúde, investimento em empreendedorismo, entre
outras utilizações
Considerando as altas taxas de juros
relacionadas a outras formas de crédito, o consignado representa também um meio
eficiente de quitação de dívidas, o que colabora para um endividamento muito
menor da população.
Dessa maneira, o crédito consignado tem
representado vantagens para todos –para seus beneficiários, que nele encontram
uma opção a menor custo, para as instituições financeiras e para a economia
como um todo - afinal, o bom funcionamento dela depende de opções saudáveis de
crédito à disposição de quem quer dar um passo importante e iniciar um novo
empreendimento ou precisa solucionar demandas inesperadas. Não é à toa que o
mercado criado em torno do consignado segue crescendo a taxas de dois dígitos e
soma mais de R$ 516 bilhões em operações até fevereiro de 2022.
Por isso, é preciso ter cautela com as
críticas realizadas ao consignado. Não se deve olhar com um viés negativo uma
modalidade de crédito tão importante para milhares de brasileiros. Isso não
retira, claro, a importância de que haja o combate a práticas ilícitas e
fraudulentas.
Cabe ao Banco Central fiscalizar a
atuação de promotoras de crédito e correspondentes bancários, que devem
apresentar políticas rígidas de segurança e de práticas adequadas de
atendimento ao consumidor nas ofertas, a fim de evitar que haja oferta de
linhas de crédito indevidas ou fraudes aos usuários.
Às instituições financeiras também cabe
fortalecer o processo de educação e de capacitação desses agentes que possuem
grande capilaridade e oferecem serviços que beneficiam pessoas nas áreas mais
remotas do país. É preciso investir em agentes certificados que ofereçam as
informações necessárias para que os usuários possam tomar sua decisão sobre o
crédito de forma ponderada e se organizar da melhor maneira em relação às suas
finanças, prezando pela ética e satisfação do cliente e sendo transparente em
relação ao limite de taxas, parcelamento, detalhes sobre ganhos e gastos também
é um papel dos profissionais e instituições na hora de oferecer as linhas de
crédito. É essencial que o negócio seja benéfico ao cliente, afinal, o
endividamento crescente, sem perspectiva de solução não é positivo para nenhuma
das partes nem para o sistema econômico como um todo.
Penalizar o consignado implica colocar
em xeque uma política de fomento ao crescimento do empreendedorismo, da geração
de renda e do estímulo à economia do país, com juros baixos e regras rígidas
que limitam o comprometimento da renda dos beneficiários. Infelizmente,
diversas práticas fraudulentas e criminosas têm dado ao consignado uma imagem
prejudicial e que não corresponde a sua realidade. O que precisamos é de um
combate efetivo ao crime, por meio de todos os entes do governo relacionados à
causa, além da capacitação de agentes de crédito e instituições financeiras
pelo país. O consignado pode ajudar a transformar o Brasil e potencializar toda
nossa economia.
* Dayanne Husein é presidente e CEO da
Lev, promotora de crédito
Sobre a Lev
A Lev é o terceiro maior correspondente bancário do país. Com 17 filiais estratégicas e atendimento por meio de agentes de crédito em todas as cidades, a empresa oferece tecnologia, atendimento personalizado, capilaridade e uma ampla variedade de produtos como o crédito consignado, crédito pessoal, cartão de crédito consignado, antecipação de FGTS, conta digital, financiamento de veículos, entre outros. Ao todo, são 307 colaboradores, mais de 12,4 mil clientes parceiros cadastrados e 5,7 mil parceiros ativos, além de parcerias com 30 bancos e instituições financeiras. Para saber mais acesse: https://www.levnegocios.com.br/
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