Dia dos Filhos: como lidar com as emoções deles através da inteligência emocional
Camila Capel, idealizadora do modelo de
Parentalidade Essencial, esclarece como os pais podem melhorar a relação com os
filhos
Dia 23 de Setembro é comemorado o Dia
dos Filhos, com o objetivo de fortalecer e ajudar a relação entre pais e
filhos. Mas nesse convívio de aprendizagem mútua, os desafios são inevitáveis,
aliás, neles estão contidas as maiores chances de desenvolvimento não apenas
das crianças mas, também, dos adultos.
Segundo o princípio da Parentalidade
Essencial é preciso compreender a criança como um ser em desenvolvimento,
englobando corpo, emoções e, principalmente, incluindo aspectos espirituais do
ser humano. As emoções e vivências da crianças são intrínsecas ao
desenvolvimento humano, e toda crianças viverá isso internamente, com maior ou
menor intensidade. Disso, conclui-se que os pais também são humanos e se
construíram da mesma forma e que a educação de seus filhos terá que passar,
inevitavelmente, por sua própria autoeducação.
“A inteligência emocional na parentalidade
pode ser um exercício desafiador sem contar os componentes de outra ordem. A
referência aqui é sobre a Inteligência espiritual, que é passo anterior à
qualquer tentativa de sermos emocionalmente inteligentes”
“Os pontos de conflito podem ser administrados
não apenas tentando educar a criança ou o adolescente, mas principalmente
buscando autodesenvolvimento dos pais. Esse é o princípio da Parentalidade
Essencial”, destaca Camila Capel, especialista nessa visão
científico-espiritual do ser humano.
A estruturação do cérebro, capaz de
integrar, elaborar, responsável pela lógica, tomada de decisões e ações
congruentes é um processo que dura aproximadamente 3 setênios (períodos de sete
anos) para se formar. “Por quase 21 anos o ser humano vive sem estar em posse
total de sua razão. Nesse sentido, os pais são a consciência dos filhos até que
eles estejam em posse de seu próprio eu.”
Daí, atitudes e gestos vistos como mal
comportamento são, na verdade, tentativa dessa individualidade se firmar.
Alguns comportamentos são marcos típicos desse movimento de autoafirmação, como
por exemplo, um ataque de fúria pelo término de uma brincadeira, birras
astronômicas porque os pais não cedem quando os filhos querem algo do mercado,
portas batidas, ofensas gratuitas, palavrões, mal humor, explosões e outros
tipos de histórias que lotam consultórios de terapia infantil e aumentam as
buscas em sites por respostas à pergunta: “Como educar meus filho? “Talvez esse
seja o problema dos pais, querem educar os filhos, mas se esquecem que o
processo começa com eles”, afirma Camila.
Esses comportamentos são apenas
resultado de uma emoção que chega no cérebro e não encontra a “casa do cérebro
organizada”. Segundo ela, essa resposta vem da maneira que sua estruturação
cerebral permite agir naquele momento e isso será sempre um sistema falho até
por volta dos vinte um anos. Cientistas também concordam com essa visão, hoje
já se sabe- que o desenvolvimento cerebral acontece até os 25 anos.
Ela ainda destaca que alguns reações
podem ser diferentes, ou seja, alguns reagirão com maior ou menor
intensidade a esse processo de desenvolvimento de seu eu, mas há uma tônica que
regem os casos. Aqui entra a teoria dos temperamentos, que a terapeuta usa
tanto pelo viés da Medicina Tradicional Chinesa ( Temperamento Madeira, Fogo,
Terra, Metal, Água), quanto pelo viés da Antroposofia (Temperamento Colérico,
Sanguíneo, Fleumático ou Melancólico); ambos vieses se relacionam e são caminho
condutores da visão da Parentalidade Essencial.
A partir disso, a dúvida que fica é
“como responder às necessidades das crianças se os pais ainda não estão
preparados?”.
“Os estudos científicos são muito
assertivos em nos informar que precisamos ajudá-los a construir uma estrutura e
isso acontecerá a partir da maneira como lidamos com as emoções desorganizadas
que eles nos trazem”, Camila menciona.
Segundo Capel, que também e especialista
em Terapia Cognitivo Comportamental e Constaleadora Familiar, o papel dos pais
é o de mostrar que as emoções são apenas ondas fortes, que chegam e vão embora
e que não há nada de errado com nenhuma delas. Mas que podemos manejá-las
quando as identificamos. Mais importante ainda é que os pais se policiem para
retirar de suas falas rótulos sobre emoções boas ou ruins, menino(a) bonzinho, comportado
e outros adjetivos erroneamente usados para identificar crianças que são mais
ou menos intensas ao demonstrar suas emoções.
Ela faz uma comparação com uma bússola
que desempenha o papel de orientar, mas que quando está perdida, não pode
ajudar mais ninguém. “Normalmente, os pais estão dentro do turbilhão emocional
das crianças ou adolescentes e reagem igual ou pior que eles”, comenta.
Camila reforça a famosa analogia sobre
as máscara de oxigênio no caso de emergência no avião, a máscara deve ser colocada
primeiro no adulto para, depois, ajudar a criança, caso contrário, ambos
estarão em risco.
Mas de acordo com a especialista a
“casa” (cérebro) do adulto, que teoricamente já está finalizada, às vezes não
funciona de forma muito organizada, sinal de que também não foram educados para
sentir emoções e responder a partir delas.
Dessa forma, Camila afirma que não
existe outra maneira de educar os filhos em relação as emoções se os pais não
observam suas próprias histórias e crenças. “Portanto, se quisermos ajudar
nossos filhos a se estruturarem, precisamos cuidar da nossa própria
autoeducação”, conclui Camila.
Sobre Camila Capel
Camila Capel, idealizadora do modelo de
Parentalidade Essencial, uma visão científico-espiritual do ser humano.
Tem uma formação multidisciplinar em
áreas de educação; Antroposofia, Parentalidade Positiva; Inteligência
Emocional; escuta terapêutica; treinamento em habilidades parentais e
autoeducação.
É Consteladora familiar, facilitadora de
Mindfulness and Compassion, especialista em CBT - Terapia Cognitivo
Comportamental, Psych-k, Programação Neurolinguística, e técnicas de
comunicação e mediação.
Sua visão sistêmica sobre "ser
humano" é base para sua atuação como escritora, com o objetivo de
compartilhar aprendizados e experiências para inspirar pessoas a trilharem o
caminho do autoconhecimento, para uma vida mais plena.
Acesse:
https://instagram.com/camila_capel
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https://www.instagram.com/autoconheceroficial/
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