Eletronuclear recebe financiamento externo para estender vida útil de Angra 1
A Eletronuclear recebeu a primeira liberação de
recursos do financiamento internacional obtido junto ao Santander para o
Programa de Extensão da Vida Útil de Angra 1.
A Eletronuclear recebeu a primeira
liberação de recursos, no valor de USD 12.998.909,49, do financiamento
internacional obtido junto ao Santander para o Programa de Extensão da Vida
Útil de Angra 1. A operação tem garantia do US Exim Bank e contragarantia da
Eletrobras.
O montante vai reembolsar gastos já realizados
pela empresa no âmbito do Engineering Multiplier Program (EMP), que engloba
estudos de viabilidade e serviços de pré-engenharia, design e meio ambiente. O
valor total do financiamento contratado é USD 22.262.331,00. A amortização dos
valores já liberados será feita em 10 parcelas semestrais iguais na modalidade
SAC (Sistema de Amortização Constante). A taxa de juros aplicada neste contrato
é o TERM SOFR de seis meses, que substituiu o LIBOR, com um spread de 1,05% ao ano.
Essa operação representa um passo
decisivo na consolidação do relacionamento da companhia com o US Exim Bank,
marcando o retorno da agência multilateral do governo norte-americano à
concessão de financiamentos a projetos na área nuclear. Na sequência, está
sendo discutida a concessão de um empréstimo de longo prazo, no valor estimado
de USD 430 milhões, voltado aos projetos que serão implementados no âmbito do
programa, envolvendo os fornecedores Westinghouse, Holtec e Siemens.
Mais 20 anos de operação
As usinas nucleares brasileiras foram
licenciadas para operar por 40 anos, conforme padrão mundial, sendo que Angra 1
entrou em operação em 1985. O objetivo da Eletronuclear é estender a operação
da unidade por mais 20 anos – prática comum nas plantas do mundo todo. Para
isso, a companhia implementou o Programa de Extensão de Vida útil da unidade,
que vai efetuar as medidas necessárias para que Angra 1 possa continuar a
operar, com segurança, até 2044.
Com investimentos em melhorias, é
possível aumentar o tempo de operação da usina, gerando, assim, mais energia
para o sistema elétrico a um custo competitivo. É como se 640 MW novos fossem
agregados à rede a partir de 2025. Considerando o tempo médio de funcionamento
de uma planta nuclear, o programa equivale a construir meia usina por muito
menos da metade do preço de uma nova.
Entre as ações que a Eletronuclear vem
realizando, estão os programas de gerenciamento de envelhecimento da usina, que
desenvolvem análises e estudos, além de atividades de preparação e
implementação de procedimentos na unidade. Esses trabalhos são realizados com o
suporte técnico da americana Westinghouse.
Parada de reabastecimento
No momento, Angra 1 está parada para
reabastecimento – procedimento que ocorre, aproximadamente, a cada 14 meses e é
programado com, pelo menos, um ano de antecedência. Além da substituição de um
terço do combustível usado, também estão sendo realizadas inspeções periódicas,
incluindo levantamentos de campo e verificações relativas à extensão de vida
útil da planta.
Em dezembro de 2023, a Eletronuclear
precisará submeter à Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), órgão
regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro, a 3ª Reavaliação
Periódica de Segurança (RPS) de Angra 1 – principal marco do processo de licenciamento
para a operação de longo prazo da usina.
Apesar de Angra 2 ainda ter metade de sua vida útil pela frente, a empresa também já está realizando estudos para implementar na usina um programa de gestão do envelhecimento de sistemas, estruturas e componentes, nos mesmos moldes de Angra 1.
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