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Simone e Soraya ganharam seguidores após defender jornalista atacada por Bolsonaro

Os momentos de maior destaque de ambas ocorreram justamente em contraponto à retórica utilizada por Jair Bolsonaro (PL) contra a jornalista Vera Magalhães.

Levantamento realizado pela VoxRadar, empresa especializada em análise de dados provenientes das redes sociais, encomendadas pela startup de comunicação corporativa O Pauteiro, mostram que as senadoras candidatas à Presidência Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) souberam aproveitar a exposição proporcionada pelo debate da Band para ganhar seguidores em redes sociais. Mais do que isso, os momentos de maior destaque de ambas ocorreram justamente em contraponto à retórica utilizada por Jair Bolsonaro (PL) contra a jornalista Vera Magalhães.

Nos últimos 15 dias, Tebet somou 20,3 mil novos seguidores no Twitter, sendo 7,2 mil nos 13 dias anteriores ao debate e 13,1 mil somente no domingo e na segunda-feira (29). Ou seja, 64,5% dos ganhos da quinzena ocorreram no dia do debate da Band ou na repercussão do dia seguinte. Apesar de numericamente menor, proporcionalmente, o efeito do debate foi ainda mais significativo para Soraya. No balanço dos 13 dias anteriores ao encontro dos presidenciáveis, ela perdeu 123 seguidores, porém, ganhou cerca de 3,5 mil no domingo e na segunda-feira.


Por meio de análise da VoxRadar é possível verificar características dos usuários que passaram a seguir as candidatas nos últimos 15 dias. Ambas atraíram sobretudo seguidores sem ideologia definida nas redes. Tebet conta com mais de 70% de seguidores de perfil "não polarizado", com o restante dividido entre perfis de esquerda, bolsonaristas e direita não bolsonarista. Já Soraya conta com cerca de 60% de seguidores que fogem da polarização.

Chama a atenção o fato de Soraya ter quase 70% dos seus novos seguidores do gênero masculino, enquanto Tebet tem cerca de 55%

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A distribuição geográfica dos seguidores de ambas é praticamente idêntica: com São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais somam mais da metade do total, o Distrito Federal é onde estão mais seguidores fora do eixo Sul-Sudeste, e Bahia e Pernambuco se destacam no Nordeste. Elas também se assemelham na área de atuação dos novos seguidores, com profissionais de tecnologia e ciências exatas sendo maioria, seguidos por profissionais ligados ao Direito e à área artística.

O fator Bolsonaro
O caso de Soraya, inclusive, traz um ingrediente extra por conta da influência do presidente Bolsonaro em seu número de seguidores. Se no debate ao se destacar por ironizar o presidente, dizendo que ele é "tchutchuca com outros homens" e ignorante com mulheres, ela angariou novos seguidores, nas últimas semanas vinha perdendo justamente por embates com o Chefe do Executivo.

Entre os dias 22 e 23 de agosto, por exemplo, chegou a perder 543 seguidores. Naquela ocasião, rebateu no Twitter ao presidente Bolsonaro, que havia chamado a CPI da Covid de "circo" durante a sabatina do Jornal Nacional. Vale frisar que Soraya se elegeu sob o slogan de "senadora de Bolsonaro" e após mergulhar de cabeça na CPI da Covid ganhou a fama de "traidora" entre os bolsonaristas. Foi assim chamada no Twitter, inclusive pelo senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ).

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