Conceito de ESG mobiliza principalmente os mais jovens
Para Rica Mello, empreendedor e gestor de
pessoas, o conceito é importante até mesmo para investidores, que levam as
ações sociais das companhias em consideração
O conceito de ESG
surgiu para metrificar o impacto que as ações de sustentabilidade têm nos
resultados de uma empresa. A sigla, que significa meio ambiente, social e governança,
surgiu em 2004, em um grupo de trabalho do PRI – Principles for Responsible Investment, rede
ligada à ONU que tem o objetivo de convencer investidores sobre a importância
de ações sustentáveis.
De acordo com Rica Mello, gestor de pessoas,
palestrante e empreendedor em diversas áreas de atuação, o ESG tem chamado a
atenção dos jovens em todo o mundo. “As novas gerações têm uma preocupação
muito grande de entender o que está por trás dos produtos e serviços que eles
compram. Então existe uma pressão das camadas mais jovens da sociedade em
relação ao comportamento das empresas de uma maneira mais ampla, fazendo com
que as companhias não pensem só em lucro, mas também em como elas podem trazer
um maior bem-estar e uma vida mais sustentável para o mundo, seja para os
colaboradores ou para seus clientes”, revela.
O especialista
aprofunda sua resposta afirmando que as pessoas, nos dias de hoje, se preocupam
com os rumos da sociedade e o papel das empresas nesse cenário. “Há uma
reflexão sobre se alguém não pode ter acesso a um determinado produto ou se uma
empresa adota soluções que não pensam no meio ambiente, por exemplo. Existe uma
preocupação global de que as coisas devem ser equilibradas e isso acontece também
no Brasil, com um olhar crítico para companhias que não se preocupam com o meio
ambiente, com as questões sociais e com políticas de governança que sejam
inclusivas”, pontua.
Um estudo realizado
pela empresa de tecnologia SAP revela que o número de empresas com boas
práticas de ESG na América Latina disparou em 2022. O documento aponta que o
número de companhias latino-americanas que iniciaram ou aceleraram estratégias
de sustentabilidade nos últimos meses chegou a 69%. Em 2021, o número era de
46%.
Para Rica Mello, se uma
empresa não pensa em ESG, perderá não só clientes, mas também investidores.
“Como o próprio mercado investidor precifica e metrifica a chance de sucesso de
uma empresa, eles entendem que as que têm boas práticas de ESG são as que têm
chances de ter mais clientes fidelizados, por saberem que essas companhias têm
boas práticas em relação meio ambiente, a causas sociais e em relação à
governança interna. Evidentemente, o investimento em organizações em que o ESG
é uma pauta central tem maiores chances de sucesso no curto, médio e longo
prazo, e os investidores pensam nisso na hora de investir seu dinheiro”,
declara.
O empreendedor dá
alguns exemplos de empresas que são referências em ESG no Brasil. “O Boticário
e a Natura sempre estão entre os mais comentados. O Boticário, por exemplo, tem
uma série de questões desde a parte de governança, falando de diversidade,
transparência e ética, até em relação aos produtos, às embalagens, à ajuda para
os empreendedores e comunidades onde eles estão inseridos. A marca de
cosméticos é, realmente, um case
de sucesso. Outro exemplo positivo é a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio),
que também conta com iniciativas muito bacanas. A produção de alumínio da
empresa emite apenas ⅙ de carbono em comparação ao que é gerado por
outras empresas do mesmo setor. É algo que traz benefícios para toda a
sociedade”, relata.
Rica aponta as
principais vantagens de utilizar o conceito de ESG:
- Atrai mais investidores;
- Possibilita que os gestores
identifiquem as melhores oportunidades do mercado;
- Ajuda a usar os recursos da
empresa de forma mais consciente;
- Conecta consumidores ligados à
marca e suas propostas;
- Diminui despesas;
- Ajuda a aumentar o capital de
giro;
- Permite uma colocação melhor no
mercado;
- Atrai o crescente público
interessado no consumo consciente;
- Possibilita adoção do sistema
de compliance.
De acordo com Rica
Mello, é possível medir os padrões de ESG com a análise de uma série de
indicadores. “Na parte ambiental, deve-se analisar os níveis de poluição do ar
e de água, a gestão hídrica, se é eficiente energeticamente, se desmata ou não,
como lida com a gestão de resíduos, entre outros pontos. No âmbito social, é
preciso se atentar à diversidade, à questão de gênero nas equipes, se existe
comprometimento com direitos humanos e trabalhistas. Além disso, a empresa deve
cumprir uma função social com as comunidades em seu entorno e se preocupar com
uma série de fatores. A parte de governança tem relação direta com
transparência e ética, tanto com clientes, quanto internamente. Com isso, fica
fácil identificar uma empresa que se compromete com a pauta ESG e ver os
avanços que o conceito proporcionou na filosofia da companhia”, finaliza.
Sobre Rica Mello
Rica Mello é apaixonado
por gestão, números, estratégia e pessoas. Dedicou uma década auxiliando
grandes empresas como consultor estratégico da McKinsey e Bain & Company
antes de criar seus próprios negócios. É empreendedor serial e está à frente de
negócios em diversos segmentos como indústria, distribuição, importação,
varejo, e-commerce e educação. Auxilia empresários a navegar no desafiante
mercado brasileiro e é uma das lideranças da indústria que se preocupam com
iniciativas de coleta e reciclagem de materiais. Possui MBA pela Kellogg School
e especialização pela Singularity University. Ele aprendeu a gerenciar empresas
de qualquer lugar do mundo, para alimentar sua outra grande paixão, que é
viajar. Conhece 136 países e almeja visitar todos os países do mundo até
2025.
Para mais informações, acesse https://ricamello.com.br/ ou pelas redes @ricamello
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