Empresa transforma efluente em fonte renovável de fósforo para o agronegócio
Estruvita, mineral constituído de Fosfato,
Magnésio e Amônio, pode ser utilizado como um fertilizante de liberação lenta
com menores perdas e consumo
Estruvita ao final do processo na estação
São Paulo, outubro de
2022 –
Buscar alternativas inovadoras e sustentáveis para a recuperação de fósforo dos
efluentes das estações de tratamento de esgoto foi o impulso inicial para a
Empresa Itatijuca Biotech produzir estruvita, fonte alternativa e renovável de
Fósforo, bastante promissora para o agronegócio brasileiro. Esse mineral pode
ser utilizado como um fertilizante fosfatado de liberação lenta, devido à baixa
solubilidade, e ainda fornecer Nitrogênio (N) e Magnésio (Mg), macronutrientes
essenciais para o crescimento e produção vegetal.
Rafael Vasconcellos, Diretor de Agronegócios da Itatijuca Biotech |
A solução nasceu da
parceria entre a Itatijuca, que é especializada em microrganismos otimizadores
de processos, e um grupo brasileiro de saneamento. Rafael Vasconcellos, Diretor
de Agronegócios da Itatijuca, explica que o Fósforo é um nutriente essencial
para a agricultura moderna (constituinte do NPK), cujas fontes principais são
as rochas fosfáticas, recurso não-renovável e que deve se esgotar no próximo
século. “Desenvolver um novo insumo para formulação de fertilizantes de base
renovável para o setor agrícola é primordial para garantir competitividade e
segurança econômica”, esclarece.
Vasconcellos destaca
que cada quilo de Fósforo removido dos efluentes produz aproximadamente oito
quilos de estruvita. Segundo ele, como cada estação de esgoto tem uma
quantidade de Fósforo diferente, a produção de estruvita deve variar em cada
unidade. “Nas estações em que trabalhamos até o momento, podemos estimar uma
quantidade de 10 g/m3, o que nos leva à produção de 80g de
estruvita/m3. Dependendo da vazão da estação, pode-se chegar a
produzir cerca de 800 Kg do mineral por dia”, afirma.
Importante destacar que
apesar do uso da estruvita em outros países, ainda não existe um fornecedor
dessa matéria-prima para a agricultura brasileira, o que torna o projeto
pioneiro. Por ser um produto novo no mercado nacional, um estudo regulatório se
faz necessário para posicionar esse material como insumo agrícola.
Neste sentido, um
estudo recente, conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP),
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Empresa de Pesquisa Agropecuária e
Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o instituto alemão
Forschungszentrum Jülich, apontou que o uso de fertilizante contendo o mineral
estruvita possibilita maior desenvolvimento vegetativo, maior presença de
raízes mais finas e distribuição mais homogênea das raízes em todo o volume do
substrato.
Benefícios para o meio
ambiente
Na etapa inicial, foram
conduzidos testes de laboratório para a prova de conceito da ideia desenvolvida
pela equipe da Itatijuca. Após essa etapa de validação da tecnologia, foi
desenvolvida uma unidade móvel de produção de estruvita para os testes de
ampliação de escala e de processo do sistema.
Os testes iniciais
foram conduzidos em Estação de Tratamento de Esgoto de Atibaia, no interior de
São Paulo. Atualmente, a unidade móvel será levada para uma nova estação onde o
sistema será automatizado e colocado para operação em um sistema contínuo de
tratamento para completar a coleta de dados de engenharia e validação econômica
do processo.
Além de gerar uma
solução sustentável para o agronegócio brasileiro, a produção de estruvita
proporcionará ainda uma economia significativa no tratamento atual de fósforo,
uma vez que o cloreto férrico será substituído pelo óxido de magnésio para
reter o fósforo presente nos efluentes.
A remoção de fósforo do
efluente das estações de tratamento de esgoto reduzirá os riscos de
eutrofização, que ocorre principalmente pelo excesso desse elemento nas águas
fluviais. A eutrofização dos leitos de águas provoca grandes danos ao ambiente,
ao estimular o crescimento de algas e cianobactérias prejudiciais à saúde,
redução de oxigênio disponível e consequentemente a morte de parte da fauna
aquática.
Além disso, essa
tecnologia permitirá remover fósforo de efluentes de outros processos
industriais, como de mineradoras, indústrias de arroz, suinocultura, entre
outros.
Sobre a Itatijuca
A Itatijuca Biotech é
uma empresa que domina o uso de microrganismos na agricultura e em processos
industriais voltados para o setor. Seu objetivo é utilizar microrganismos como
ferramentas de transformação de processos industriais de modo a trazer maiores
retornos financeiros e menor impacto ambiental. Isso é fruto do trabalho de uma
equipe de doutores especializados em transformar Pesquisa & Desenvolvimento
(P&D) em produtos que sejam eficazes e operacionalmente fáceis de
manipular.
Atualmente a Itatijuca atua na Agroindústria e em Soluções Industriais para o Agro. Desenvolve produtos que trazem efeitos sobre o crescimento e proteção das culturas, sem se esquecer do equilíbrio imprescindível entre os atributos físicos, químicos e biológicos, o tripé que quando bem equilibrado sustenta um solo saudável e produtivo. Informações: https://www.itatijuca.com/
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