Estudo aponta metaverso como recurso inclusivo
Créditos de: Divulgação / MF Press Global
No
dia 15 foi celebrado no Brasil o Dia dos Professores. Falando da educação em
si, o advento do ensino remoto e o aceleramento da necessidade dessa modalidade
de ensino por conta da pandemia de Covid-19 trouxe também a tona as
possibilidades oriundas do chamado metaverso.
Essa modalidade tecnológica que utiliza ferramentas digitais para replicar
representações de determinadas realidades, vem ganhando espaço na educação ao
conseguir ultrapassar os limites colocados pela resistência à tecnologia em
sala de aula. Nesse contexto, ambientes virtuais capazes de representar com
extrema verossimilhança a realidade exercem um papel importante para a
aprendizagem ao serem coerentes à propriedade da memória de poder ser
codificada a longo prazo quando atribuída a alguma emoção específica. Também
são apresentadas contribuições relevantes para o trabalho com a singularidade
de cada aluno em relação à sua história, personalidade, habilidades e possíveis
transtornos.
Um estudo do Pós PhD Neurocientista e professor
Fabiano Abreu Agrela apontou o uso do metaverso como recurso inclusivo na
educação sobretudo por ser capaz de superar barreiras físicas e socioeconômicas
quando realizado de maneira adequada.
A produção está publicada no livro “Novas Tecnologias e as Competências Técnico-Científicos Nas
Ciências Biológicas”, da Antena Editora.
“A utilização de tecnologias como forma de comunicação, diversão e
aprendizagem, na sociedade contemporânea, se dá desde os primeiros anos de
vida, fazendo parte da constituição humana de tal maneira que é impossível
discuti-la sem levar em conta o uso desses meios. Nesse sentido, as práticas no
âmbito educacional previsão se adequar a esse contexto para que sejam coerentes
com a realidade dos alunos”, diz trecho do estudo.
Segundo o autor, Para introduzir práticas educativas que deem conta da rapidez
com que novas formas de se relacionar são introduzidas nos sujeitos, é preciso
ter conhecimento, primeiramente, das limitações e das possibilidades de
ferramentas tecnológicas. A educação acontece ne relação com o outro em uma
abordagem que também leva em conta a subjetividade dos profissionais da área, e
não apenas dos alunos. Assim, torna-se fundamental ter consciência acerca dos
próprios sentimentos e maneiras de se relacionar com as ferramentas
tecnológicas. No caso da utilização do metaverso e das tecnologias digitais
virtuais de forma geral, esse pressuposto é bastante válido para auxiliar
aqueles que buscam integração nesse mundo.
“É possível dizer que a humanidade tem o costume de se constituir através de
universos paralelos, diferenciados pelo desenvolvimento de uma forma particular
de se viver e conviver, com regras específicas que se adequam às necessidades
daquele mundo. Esses universos à parte são essencialmente concomitantes, pois
não foram pensados em termos de substituição. Por exemplo, a questão
socioeconômica é capaz de criar universos muito distintos, como as vilas e
favelas, no Brasil, e a comunidade Amish, nos Estados Unidos e Canadá, criada
através da questão religiosa”, diz outro trecho da produção.
Ainda conforme a publicação, Quando a questão avança para o âmbito da
tecnologia, a evolução do uso da internet pode ser categorizada especialmente a
respeito dos níveis de interação proporcionados. Na primeira geração da
internet, a Web 1.0, o mais comum é que existissem páginas disponibilizadas com
informações escritas, caracterizadas pelas poucas possibilidades de interação.
Já na Web 2.0, as tecnologias permitem o compartilhamento gratuito de arquivos,
vídeos e músicas e consagram as redes sociais como meio de comunicação.
O estudo ressalta também, conforme SCHLEMMER; BACKES, 2008, p. 522, que o
“conceito de metaverso se refere, portanto, a uma modalidade de mundo virtual
que utiliza dispositivos digitais com o objetivo de replicar determinada
realidade. Suas características seguem os rumos interativos da Web 2.0,
prezando por um espaço virtual coletivo e compartilhado, com abertura para a
subjetividade. A terminologia foi utilizada pela primeira vez em 1992 pelo
escritor norte-americano Neal Stephenson, em seu romance Snow Crash. Para o
autor, “metaverso tem caráter real, bem como utilidade real pública e privada,
pois se trata de uma ampliação do espaço real do mundo físico dentro de um
espaço virtual na internet”.
Falando sobre a educação, o metaverso teve como primeiras representações
virtuais de vida que repercutiram significativamente em ambiente escolar foram
as dos chamados “Tamagochis”, pequenos animais representados nas telas de
aparelhos digitais que necessitavam de cuidados sistemáticos para que sobrevivessem.
Por volta de 1996, ano de seu surgimento, os bichinhos virtuais causaram
discussões na comunidade escolar e nos responsáveis pelas crianças sobre a
permissão ou não de sua presença durante as aulas.
Apesar dos pontos tratados, vale lembrar que este estudo não se aprofundou nos
possíveis danos mentais causados pelo metaverso já que, assim como pontos
positivos, também há pontos negativos ao fugir da realidade natural. “Tudo na
vida deve ser em equilíbrio, penso que o meio virtual deve estar em equilíbrio
com o meio natural. Devemos não apenas viver o virtual, como também manter
hábitos naturais antigos em que nosso gene está condicionado. A morte é real e
faz com que os instintos prevaleçam, portanto, nosso cérebro jamais vai se
adaptar a uma vida totalmente virtual podendo esta, ser mediada entre realidade
virtual e realidade natural”, finaliza a publicação.
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