Formigas-de-Embaúba cria sete novas miniflorestas em escolas de São Paulo e mobiliza 4,3 mil estudantes
Organização sem fins lucrativos, parceira da
ONU, atua em 11 CEUs da capital paulista e busca parcerias para plantar outras
650 miniflorestas
A organização sem fins lucrativos
formigas-de-embaúba está criando este ano sete novas miniflorestas de Mata
Atlântica em escolas públicas da cidade de São Paulo, que serão cultivadas ao
longo deste mês em Centros Educacionais Unificados (CEUs) e se somam a outras
quatro miniflorestas plantadas no ano passado. Nessas escolas, a
formigas-de-embaúba atendeu mais de 4,3 mil estudantes e mais de mil educadores
e educadoras, com o plantio de cerca de 10 mil árvores de 125 espécies nativas
da Mata Atlântica, grande parte delas árvores frutíferas.
Os plantios são realizados pelo Método
Miyawaki, com preparo cuidadoso do solo, seleção de variedade alta de espécies
nativas e plantio adensado das árvores e espécies companheiras. As novas
miniflorestas estão sendo plantadas nos CEUS Capão Redondo, Paraisópolis, Vila
do Sol, Feitiço da Vila, Tiquatira, Alto Alegre e Três Pontes. O plantio no CEU
Paraisópolis, em 16 de outubro, das 13h às 17h, será aberto à comunidade e
interessados.
Os programas da formiga-de-embaúbas
promovem educação ambiental e reflorestamento, não têm custo para as
prefeituras atendidas e têm sido financiados através de doações de empresas,
institutos e pessoas físicas. Em 2021, a organização iniciou seu projeto de
reflorestar a capital mais industrial do Brasil e assinou um acordo de
cooperação não financeiro com a Secretaria Municipal de Educação (SME) de São
Paulo para levar o programa de plantio de miniflorestas a quatro CEUs, Cidade
Dutra, Alvarenga, Campo Limpo e Guarapiranga, na zona sul da cidade de São
Paulo.
O trabalho nas escolas envolve um longo
processo pedagógico, de plantio e depois de manutenção das miniflorestas junto
aos estudantes, educadores e educadoras, pais e mães e comunidade. “A gente
passa um ano dentro de cada CEU trabalhando o pedagógico. Tem toda uma criação
do imaginário da floresta até o plantio com os alunos e alunas”, afirma a
educadora ambiental e cofundadora da formigas-de-embaúba Gabriela
Arakaki.
Os benefícios do projeto são locais e
globais. O programa sensibiliza crianças e jovens para a urgência de regenerar
ecossistemas e mitigar as mudanças climáticas. As miniflorestas crescem para se
tornar salas de aula ao ar livre, espaços de aprendizagem e conexão com a
natureza, alinhadas com novos conceitos educacionais de vivências práticas.
As áreas verdes contribuem para melhorar
a saúde das pessoas, criam corredores de biodiversidade na cidade, combatem as
ilhas de calor, aumentam a infiltração de água no solo, melhoram a qualidade do
ar, produzem alimentos, absorvem carbono e atraem polinizadores e
avifauna.
“A formigas-de-embaúba leva a
restauração ecológica para dentro das escolas públicas e contribuindo com a
formação das gerações que poderão fazer parte da regeneração do planeta”,
afirma o cofundador da formigas-de-embaúba Rafael Ribeiro, mestrando em
Antropologia da Natureza pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo ele, a
organização quer ampliar as miniflorestas para muito mais escolas nos próximos
anos, através de parcerias.
O sucesso do programa rendeu à
formigas-do-embaúba reconhecimento internacional. Desde o início de 2022 a
organização é parceira oficial da Década para Restauração de Ecossistemas da
ONU (2021-2030), passou a integrar o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e
a rede global de miniflorestas Miyawaki, da SUGi.
Mapeamento
Ribeiro explica que outra novidade de
2022 é que a organização, em colaboração com o MapBiomas, está utilizando
tecnologia de leitura automatizada de imagens de satélite para realizar um
levantamento em todas as quase 3 mil escolas públicas da cidade de São Paulo,
em busca de áreas para miniflorestas. Levantamento preliminar do MapBiomas e do
Laboratório Quapá da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP aponta que 650
escolas das redes públicas da cidade de São Paulo têm disponíveis áreas livres
onde seria possível plantar miniflorestas com até 500 mil árvores.
Agenda de plantios nos CEUs em outubro
Dia 16 – das 13h às 17h – Plantio com a
comunidade no CEU Paraisópolis
Sobre formigas-de-embaúba
Organização sem fins lucrativos que
promove educação ambiental através da formação de professores/as e do plantio de
miniflorestas de mata atlântica pelos/as alunos/as nas escolas públicas,
sensibilizando as novas gerações para a urgência da regeneração de ecossistemas
e mitigação das mudanças climáticas.
Foi criada em 2019, quando o mestrando
em Antropologia da Natureza pela Universidade de São Paulo (USP) Rafael Ribeiro
uniu-se à educadora ambiental Gabriela Arakaki para criar a organização. Junto
com a educadora ambiental Sheila Ceccon, os três coordenam o projeto, que atua
na Grande São Paulo e está se expandindo para outras regiões.
Desde o início de 2022, é parceira
oficial da Década para Restauração de Ecossistemas da ONU (2021-2030), integra
o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e a rede global de miniflorestas
Miyawaki da SUGi.
Instagram: @formigasdeembauba
Minidocumentário sobre o trabalho da formiga-de-embaúbas: https://bit.ly/minidoc_mataatlanticanasescolas
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