Nomofobia: como diminuir o uso em excesso do celular?
Sara Silva, professora do curso de Psicologia
da Braz Cubas, explica novo sentimento ligado aos impactos da tecnologia na
rotina
Mogi das
Cruzes, 21 de outubro de 2022 – Com os avanços tecnológicos e as novas
necessidades de mercado, cada vez mais os indivíduos utilizam dispositivos como
computadores e celulares em sua rotina, seja no ambiente de trabalho ou na vida
pessoal. Mas, já é sabido que o uso exacerbado pode ocasionar impactos na saúde
física e mental.
E neste cenário de uma população hiper
conectada, um novo termo vem ficando evidente na psicologia: a nomofobia.
De acordo com a professora de Psicologia do Centro
Universitário Braz Cubas, Sara Silva, a nomofobia
é um termo forte no mundo moderno, assim como muitos outros que se originam de
novas tecnologias. “Esse sentimento psicológico faz referência às sensações observadas ‘no modo off-line’, ou seja, na desconexão ou no medo dela. E a partir disso
as pessoas passam a sentir ansiedade, desconforto, nervosismo, angústia,
pânico, além de sintomas físicos como aperto no peito, taquicardia e suor
frio”, cita.
Sara explica que ainda é difícil definir as causas e efeitos da nomofobia. No momento, parece
é uma combinação de fatores como baixa autoestima, nível elevado de ansiedade e
impulsividade. “Alguns sinais de alerta são:
sempre tem um dispositivo para recarregar a bateria; monitoramento constante do
aparelho para verificação de notificações; celular está sempre ligado,
inclusive em momentos não oportunos como estar na cama próximo a pessoa quando
vai dormir; se o celular fica inutilizável por qualquer razão, surge ansiedade,
angústia e nervosismo; medo de ficar sem conexão,
é o primeiro e último instrumento que a pessoa acessa; limita suas atividades
para locais onde conseguirá ficar conectado.”
A nomofobia está nos critérios de
diagnóstico do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
(DSM-V) de fobia por coisas particulares e específicas. “A patologia é
percebida quando a pessoa afasta ou está sem o objeto e apresenta sintomas
semelhantes aos da síndrome de dependência de substâncias. Por isso, alguns
estudiosos defendem que o termo seja incluído também no DSM-V como uma entidade
diagnóstica por espécie de vício tecnológico”.
Os sintomas de dependência patológica
são identificados quando há: nervosismo, agitação, ansiedade, taquicardia,
angústia, sudorese, tudo em um medo que afeta a saúde e o dia a dia da pessoa.
Para auxiliar as pessoas dependentes do
celular, a professora de Psicologia da Braz Cubas elencou algumas dicas para
reduzir o uso do aparelho e seus impactos na rotina.
Confira:
- Limitação
do uso de celular. É possível então
limitar o uso dos aparelhos, principalmente antes de dormir e ao acordar,
assim cuidando para um sono de qualidade;
- Não
usar o celular durante a alimentação. Evitar o uso nos horários das
refeições para manter uma alimentação consciente;
- Definir
estratégias para restabelecer o contato com o mundo presencial assim como
restabelecer interações interpessoais e limitar o uso de tecnologias
nesses momentos;
- Quando
necessário buscar ajuda especializada com psicólogo e psiquiatra.
Sara finaliza reforçando que é inegável
os benefícios da tecnologia. Contudo, é necessário equilibrar seu uso para preservar a saúde. “Não
podemos lidar com a tecnologia como extensão de cada um, por isso, o uso
consciente e responsável se faz necessário, principalmente, em tempo de
pós-pandemia”, pontua.
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