Selic a 13,75%: Títulos prefixados e indexados à inflação ainda são boas opções no momento
Banco Central mantém o percentual da Selic pela segunda
reunião consecutiva; Ata do encontro será determinante para compreender os
próximos passos
Lucas Sharau, assessor de investimentos na iHUB
Investimentos
O Banco Central (BC) anunciou a
manutenção da taxa Selic, atualmente na casa dos 13,75% ao ano. A preocupação
com a inflação – que permanece avançando principalmente nos Estados Unidos –
arrefeceu no Brasil e faz com que o mercado mantenha a previsão de uma queda na
taxa básica de juros a 11,25% a.a. para o final de 2023, enquanto a XP
Investimentos prevê 11% ao ano.
A expectativa do mercado com
relação à taxa básica de juros era de manutenção a 13,75% a.a, por conta da
imprevisibilidade ainda existente sobre os efeitos atuais na economia com
relação às recentes medidas tomadas, tanto pelo órgão máximo da economia quanto
pelo Congresso Nacional. Na próxima semana, com a divulgação da ata desta
reunião do Copom, o mercado deve receber um direcionamento se os juros podem começar
a cair já no próximo encontro ou apenas em 2023.
O Brasil iniciou o ciclo de
alta nos juros antes das principais economias do mundo, o que soma
positivamente para o controle inflacionário. Ao mesmo tempo, o país também
tomou outras medidas para frear os preços através de políticas de redução de
impostos como o ICMS.
“Essas medidas tomadas pelo
Banco Central de forma combinada trouxeram seus efeitos de forma mais rápida ao
nosso país, efetivamente reduzindo a inflação. Porém, a política de manutenção
de preços, por ser uma forma artificial de se controlar a inflação, após sua
vigência, pode causar um efeito rebote sobre a mesma, podendo fazer os preços
subirem novamente, muitas vezes em ritmo maior e descontrolado, por essa razão
o momento ainda é de cautela”, comenta Lucas Sharau, assessor de investimentos
na iHUB Investimentos
A situação internacional
mantém-se tensa e indefinida com grandes economias sofrendo pela recessão,
guerra, assim como o exacerbado aumento dos preços e dos produtos em suas cadeias
produtivas consequentes desse contexto.
É o momento de voltar a
apostar na renda variável?
A Selic é a taxa que o Banco
Central utiliza para remunerar o investidor em seu principal título de
investimento: o Tesouro Selic. Também conhecido por LFT (antiga Letra
Financeira do Tesouro), é uma opção para o investidor que busca reserva de
liquidez, além de ser o investimento com maior grau de segurança no país.
A primeira classe de ativos a
ser analisada no contexto atual é a classe de renda fixa. O assessor da iHUB
Investimentos aponta que é interessante ao investidor considerar compor títulos
prefixados e indexados à inflação em seus portfólios. Estes títulos estão
atualmente com taxas elevadas, por conta do atual patamar de juros.
“Especificamente, para se ter
uma estratégia de médio prazo, com um pouco mais de risco, considere os títulos
públicos e de crédito privado mais longos. Esses títulos permitem que a venda
seja realizada antes do vencimento com a possibilidade de ganhos maiores.
Lembrando que, ganhos passados não são garantia de ganhos futuros e que cada
ativo oferece riscos de acordo com suas características”, afirma ele.
Além do Tesouro Direto, o
especialista da iHUB, Lucas Sharau, cita o nome de alguns dos títulos de renda
fixa bancários que podem ser encontrados nas remunerações prefixadas ou
indexadas à inflação e que podem somar ao portfólio do investidor de forma mais
conservadora:
1) CDBs – Certificado de
Depósito Bancário
2) LCI – Letra de Crédito
Imobiliário
3) LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
4) LC - Letra de Câmbio
Para aqueles investidores mais
arrojados, também são citados alguns títulos de crédito privado que podem ser
encontrados nessas modalidades de remuneração e que permitem a estratégia de
venda no mercado secundário:
1) DEB - Debêntures
2) CRI - Certificado de
Recebíveis Imobiliários
3) CRA - Certificado de
Recebíveis do Agronegócio
Lembrando que no segmento de
crédito privado há maiores riscos do que no bancário ou no de títulos públicos,
devendo ser tomadas as precauções de investimento necessárias para administração
deste risco.
Contudo, com a manutenção da
Selic, o mercado de renda variável também começa a apresentar algumas
oportunidades de investimento. Sharau destaca que fazer uma seleção de papéis
ou alocar em fundos com estratégias ativas podem ser escolhas que agreguem ao
portfólio do investidor no momento atual.
“O preço de ações é calculado
com base na expectativa de ganhos com a compra de participação acionária. Esses
são descontados a um valor presente por uma taxa de desconto, portanto, todo o
fluxo de caixa somado e trazido a valor presente pela taxa de desconto forma o
preço da ação”, esclarece o especialista.
A taxa de desconto é formada
pela taxa de juros da economia somada à taxa de risco que o investidor
considera para o investimento. A renda variável envolve riscos de perda, é
preciso estar certo de que o investimento realizado está de acordo com seu
perfil investidor e sua respectiva tolerância aos riscos.
“O comportamento dos
investidores sobre a renda variável é de cautela com início gradativo de
aumento na concentração nessa classe de investimento. No momento atual, e para
investidores que tenham aderência ao risco dessa classe, é um momento
interessante para aumentar investimentos neste setor’, finaliza o especialista.
O 2º turno das Eleições
2022 muda o cenário?
Faltando cerca de três dias
para o segundo turno das eleições presidenciais de 2022, temos na disputa dois
candidatos, que já ocuparam a cadeira presidencial, protagonizando uma
polarização que começou a ocasionar imprevisibilidade para a bolsa brasileira
após o primeiro turno.
Segundo o especialista, a
imprevisibilidade é vilã do mercado financeiro porque ocasiona impactos
negativos em todo o sistema. Ambos os candidatos à presidência têm políticas
econômicas conhecidas.
“Na medida em que seus
discursos mantém o tom de alinhamento com essas políticas conhecidas, sem
ideias extremistas ou absurdas, o efeito do aumento das chances de vitória por
um ou outro é visto como positivo por setores distintos e específicos da
economia”, explica Sharau.
Sobre
iHUB Investimentos
A iHUB Investimentos é uma empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP Investimentos. Possui mais de 3,5 mil clientes, somando mais de R$1 bilhão em valores investidos sob custódia.
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