Com o verão se aproximando, produtores devem redobrar a atenção para evitar danos provocados pelo estresse calórico na produção animal
Com o verão se
aproximando, uma das preocupações mais frequentes dos produtores está em
evitar, ao máximo, possibilidades de estresse calórico aos animais. O mal, que
pode proporcionar diversos prejuízos, impacta de forma agressiva tanto o
animal, com o desconforto gerado pelo calor excessivo, quanto o produtor, com
perdas significativas na produção.
De acordo
com o analista técnico comercial da Quimtia Brasil, empresa especializada na
fabricação de insumos para nutrição animal, o médico veterinário Solano Alex
Oldoni, o estresse calórico faz com que algumas espécies, dentre elas as vacas
leiteiras, utilizem de maneiras próprias para se resfriarem, principalmente
quando não há uma infraestrutura de resfriamento adequada na propriedade.
Uma das
formas é que as vacas leiteiras passam a comer menos, o que reduz a produção de
energia calórica do próprio animal e, como resultado, contribui para se manter
em uma temperatura mais agradável. No entanto, Solano reforça que isso afeta –
e muito – a produtividade para a qual o animal foi destinado. “No caso das
vacas leiteiras, por exemplo, quanto menos ela comer, menos vai produzir
energia, consequentemente, menos ela vai conseguir produzir leite”, ressalta.
Ainda
segundo o especialista, os prejuízos ao produtor não param por aí. Segundo o
especialista, outro grande problema é que, quando elas [vacas leiteiras]
diminuem a quantidade de absorção de alimentos, significa que elas vão consumir
menos ingredientes fundamentais como a fibra. Para Solano, a fibra é
fundamental por ser responsável pela geração de gordura no leite produzido.
“Aspectos
como o alto teor de sólidos no leite, como a gordura e a proteína são os
principais atrativos para as grandes indústrias”, explica o especialista.
“Então, se o produtor não trabalhar para evitar o estresse calórico, além de
produzir menos, o leite gerado também será mais fraco por não compor esse teor
desejado pelos clientes”, acrescenta.
Queda do
crescimento de rebanho
Solano
salienta, também, que vacas em estado de estresse calórico apresentam mais
dificuldades para emprenhar, o que de acordo com o médico veterinário, reduz as
chances de crescimento do rebanho. “Com isso, ou o produtor gasta mais doses de
sêmen para conseguir deixar uma vaca prenha, ou ele diminui as possibilidades
de aumento na quantidade de vacas”, explica.
Atenção
à saúde animal
Ainda para
o especialista, outro agravante quando se tem um menor consumo de fibra é o
desbalanço nutricional, o que acaba acarretando em uma acidose ruminal e,
consequentemente, problemas locomotores, como a laminite – que é uma inflamação
do casco ou unha da vaca. “Além disso, uma possível queda da imunidade, por
causa do calor excessivo tende a ter animais mais propensos a doenças, como
mastite bovina”, comenta.
E como
evitar o estresse calórico?
Segundo o especialista, antes de qualquer coisa, é importante que o produtor ofereça ambientes cada vez mais confortáveis ao animal. “Sombra é um fator crucial para evitar o estresse calórico. Já para animais estabulados, que vivem dentro de barracões é essencial o uso de ventiladores, mas sobretudo aliando-os a aspersores de água. Nesse caso o resultado pode ser ainda mais eficaz”, finaliza.
Nenhum comentário