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Diversificando os negócios por meio do franchising

Segurança do setor atrai empresários dispostos a ampliar seus leques de atuação, seja em segmentos que tenham sinergia ou em áreas completamente diferentes

Não é de hoje que a diversificação dos ramos de atuação é uma estratégia adotada por empresas e empresários dos mais diversos portes na busca pela estabilidade, segurança e, por que não dizer, uma rentabilidade adicional. Estes quesitos são alguns dos pilares inerentes ao setor de franchising. Prova é que, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no último trimestre, houve um crescimento de 16,8%, o que fez com que fosse revisado para cima as metas até o fim do ano. Nesta esteira, pela primeira vez, a entidade realizou uma pesquisa na qual identificou perfis de novos franqueados, em que se destacam duas categorias no quadro geral. 29% pertencem ao grupo dos que procuram por novas oportunidades, muitas vezes identificando lacunas do mercado. Já 17,8% são investidores que, ao invés de apostarem somente no mercado financeiro, optam pela abertura de uma ou mais unidades de uma marca.

“Este retrato do perfil do novo franqueado é um forte indicativo da versatilidade e ampla abrangência do setor. Aponta também que temos um amplo campo a ser explorado no Brasil, ainda mais com um mercado de trabalho em marcha lenta e uma forte cultura de empreendedorismo. De outro lado, as redes devem investir em oferecer um suporte adequado a cada perfil e fazer uma seleção criteriosa de acordo com as necessidades de seus negócios”, disse o presidente da ABF.

A necessidade é “mãe das empreitadas”
Empresários do segmento alimentício, há 27 anos, em Rio Branco (AC), Mayumi Kadowaki Lemes e seu marido decidiram investir em outras áreas para diversificar os negócios. Com a economia local aquecida, o casal foi em busca de opções e optaram por uma operação da 5àsec. Entre os motivos que levaram à escolha se deveu não apenas à necessidade, como à insatisfação em relação à qualidade dos serviços prestados pelas lavanderias locais. A primeira unidade da marca aberta pela empresária foi em 2011 e, após quatro anos, Mayumi já havia aberto a segunda unidade na cidade.

“A ocasião para diversificar os negócios e investir em uma franquia era perfeita, pois a capital estava crescendo e o poder aquisitivo da população melhorando. Com uma equipe boa nas empresas, consigo conciliar bem as demandas das duas, monitorando as lojas, acessando sistemas e conferindo os resultados. Com isso, de onde estou administro simultaneamente todas as frentes de negócios. Hoje, além de termos reconhecimento com a empresa do segmento alimentício, somos referência no mercado de lavanderias na região”, comemora.

De dentista a master franqueado
Dentista por formação, Felipe Rodrigues, pode ser considerado um case e tanto quando o assunto é empreendedorismo. Com apenas 37 anos e seis como franqueado da Oral Sin -- a maior rede especializada em implantes dentários do Brasil --, ele já detém o maior número de unidades da Marca, sendo 44 abertas.

Por conta disso, ele se viu obrigado a abandonar o consultório, criou o Grupo Gestão de Performances em Franquias (GPF) e se estabeleceu, de forma definitiva para dedicar integralmente a duas outras paixões além da Odontologia: a administração e a descoberta de profissionais que, assim como ele, tenham tino para os negócios e determinação para mudarem o status de “funcionário” para “sócio” de novas clínicas ainda a serem abertas.

 Agronegócio e alimentação de mãos dadas
Natural de Sorriso (MT), Lauro Gheller, atua no segmento de agricultura auxiliando o sogro com os negócios da família. Em 2017, o empresário abriu um bar e restaurante na cidade. Após um ano e meio de funcionamento, o empresário percebeu o movimento cair e enxergou pontos de melhoria na operação, como qualidade de cardápio e novidades. Foi neste momento que optou por abrir uma franquia, sendo um modelo já testado e que proporciona mais segurança para quem deseja ter o próprio negócio. A escolha pela Água Doce Sabores do Brasil contou com a participação de outro franqueado da rede, o empresário do restaurante de Sinop, cidade próxima de Sorriso.

Após negociações com a franquia e visita do fundador da marca, Delfino Golfeto, Lauro e a irmã, Kamila Gheller, abriram a unidade em solo sorrisense. “Ainda sou ativo nos negócios de agricultura e, com a ajuda da minha irmã, tocamos o restaurante da Água Doce. Investir em uma franquia foi o diferencial que faltava para o sucesso do negócio. A franqueadora da marca é presente, proporciona um padrão de qualidade que não consegui atingir com o primeiro restaurante que abri, além de oferecer novidades de pratos e auxiliar na gestão do negócio. O sucesso foi tanto que após um ano e meio, trocamos de ponto para ir para um espaço maior e mais bem localizado na cidade, com objetivo de oferecer um ambiente aconchegante e moderno para os clientes”, revela Lauro.

Dentista com veia empreendedora
Nascida no Kuwait e de família libanesa, Rana Seoud Pinheiro chegou ao Brasil aos seis anos. Formada em Odontologia e especializada em Implantodontia e Reabilitação oral, a dentista desenvolveu seu lado empreendedor ao ter contato desde jovem com os negócios dos pais. Criada em Minas Gerais, se mudou para Santarém (PA), para ser pioneira em sua área de atuação, mas sem deixar de lado o projeto de ter um negócio com foco no varejo. Há 30 anos atuando em clínica odontológica, a empresária apostou no segmento de franquias em 2010 e, em 2019, se tornou parte da rede Calçados Bibi, marca que comercializa calçados para crianças de 0 a 9 anos.

“O sistema de franchising é um facilitador para quem quer diversificar os investimentos. Por se tratar de um modelo já testado, o empresário tem que gerenciar a operação e a responsabilidade de montar um bom time. Seguindo as diretrizes indicadas pela franqueadora, o sucesso é garantido aliado aos demais fatores”, comenta. Atualmente, a dentista administra 12 operações de franquias, sendo três da Bibi localizadas no estado do Pará e do Amapá. Além disso, no período da manhã, a profissional ainda atua em sua clínica realizando implantes e reabilitação oral.

A necessidade é a “mãe das empreitadas” II
Dono de um supermercado e disposto a diversificar os negócios, Fábio Galvão decidiu “se aventurar”, como ele mesmo diz, na construção de casas para revenda. No entanto, percebeu em sua cidade, Rondonópolis (MT), havia uma lacuna no mercado de locação de equipamentos. Em uma visita à ABF Franchising Expo, na capital paulista, em 2013, ele tomou conhecimento da existência da Casa do Construtor.

Ali estava o “match perfeito” e, após cerca de um ano de conversas e negociações, abriu a primeira unidade da empresa na cidade e, em 2021, inaugurou a segunda. Mas, segundo ele, há espaço para mais. “Rondonópolis é uma cidade com uma economia forte, baseada principalmente no Agronegócio e que vem crescendo muito. Prova é que a segunda, com apenas um ano, fatura tanto quanto a primeira. Temos alguns concorrentes menores que também apresentam bons resultados e isso me leva a crer que há, ainda, muito espaço para crescer. Não se pode ficar parado e achar que está tudo bem. É preciso sempre vislumbrar novos espaços e alternativas”, finaliza.

De uma barraca para um Grupo
A história empreendedora de Waldir Júnior, 44 anos, começou ainda pequeno acompanhando os pais nas compras em São Paulo para o negócio da família em Senhor do Bonfim (BA). Em seu primeiro desafio profissional, Waldir era proprietário de uma barraca de sapatos na feira da cidade e negociou o local para ser trocado por um carro. Ali, começava a trajetória do Grupo JR com a abertura da sua primeira locadora de carros na cidade baiana. Hoje, o empresário é proprietário de um rol de franquias, dentre elas o Divino Fogão, localizado no River Shopping, em Petrolina (PE), além de continuar com as locadoras de veículos, loja de carro premium e sócio de um aplicativo local de delivery, presente em mais de 200 cidades espalhadas pelo Brasil.

“Sempre digo que para empreender precisa ter coragem, acreditar nos objetivos e traçar metas para conquistar um bom resultado. Com todos os negócios gerando renda e emprego para o Vale do São Francisco. percebi que precisava me capacitar. Foi assim que comecei a faculdade de Administração aos 30 anos. Os conhecimentos adquiridos foram essenciais para fortalecer minha confiança em busca de novas oportunidades, além de aprimorar os negócios já existentes e ampliar, de fato, o crescimento Grupo JR”, finaliza.

A necessidade é a “mãe das empreitadas” III -- O desafio
Donos de uma construtora, em Juazeiro do Norte (CE), o casal de empresários, Marília e Carlos Alberto, acaba de abrir uma unidade da iGUi na cidade. Como engenheira civil, ela revela que foi uma necessidade que os impulsionou. “Costumávamos instalar piscinas de concreto armado nos projetos, mas a demora na execução e os custos começaram a ficar muito dispendiosos. Daí, pesquisamos e descobrimos as de fibra de vidro, que têm instalação mais fácil e rápida. No entanto, encontrar fornecedores que oferecessem um bom serviço foi um grande desafio. Depois de muito pesquisar, encontramos lojas Splash em Petrolina e Fortaleza. Fizemos amizade e eles nos deram ideia de abrir uma unidade da marca em Juazeiro do Norte”, conta.

O desafio foi aceito e, em meio a um cenário de incertezas durante a pandemia, em 2020, abriram uma loja da Splash na cidade. “Acredito que revolucionamos a venda de piscina na região, apesar das dificuldades impostas pelo lockdown. Com os negócios indo bem, durante um encontro com Filipe Sisson -- fundador e CEO da iGUi --, revelamos, em tom de brincadeira, o sonho de abrirmos uma loja da marca no Cariri. E não é que ele topou a ideia e, em menos de dois meses, já estávamos trabalhando nos trâmites?”, diverte-se Marília.

Família que empreende unida...
Terceira geração de uma empresa do ramo varejista que conta, atualmente, com 36 unidades, Fábio Inagaki, de 47 anos, junto com seus sócios familiares são responsáveis também por um grupo que tem diversas franquias de roupas e acessórios. Com o Grupo Yamcol -- que começou as atividades com os avós do administrador de empresas na década de 1970 --, hoje com 52 anos de história, a família Yamamoto ampliou o mix de empresas com a entrada da Milon nos negócios.

“Queríamos expandir nossa presença no Varejo, pois tínhamos outras franquias de atuação no universo masculino, feminino e de acessórios e relógios. Entendemos que era necessário ter uma marca que tivesse forte presença no segmento, voltada para o público infantil, e escolhemos a Milon por toda a história do Grupo Kyly e a qualidade dos produtos. Vivemos, então, os dois cenários do empreendedorismo. Um com um negócio iniciado do zero, com as diretrizes criadas pela família e o outro com as franquias, que contam com um modelo de negócio formatado que é traduzido em uma gestão mais fácil”, comenta Fábio. O empresário atua nas empresas junto com seu irmão Emerson Inagaki, diretor operacional, e seus primos Geraldo Yamamoto, presidente do grupo, e Eduardo Yamamoto, diretor de marketing e de expansão, além de contar ainda com a segunda geração do Grupo com o tio, Yozo Yamamoto, presidente de honra, e a mãe, Teiko Inagaki, como conselheira. 

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