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II Expo Internacional da Consciência Negra da Prefeitura de SP traz debate ampliado com autores nacionais e estrangeiros

O que é ser antirracista? Debates e exposições, na capital paulista, entre os dias 18 e 20 de novembro, no Expo Center Norte, abordam questões que permeiam exclusões e propõem políticas para a promoção da igualdade racial

No Brasil, a desigualdade racial está absolutamente implicada à desigualdade social, como mostram dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontam que as pessoas pretas ou pardas,  maioria no país, são as que mais sofrem no Brasil com a falta de oportunidades e a má distribuição de renda.

Outro dado alarmante no país, divulgado no 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 78% das mortes violentas no Brasil – categoria que reúne homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes por intervenção policial – são de negros. Os números brasileiros mostram o quanto são necessárias reformas socioeconômica e políticas no país.

Em São Paulo, um passo importante foi dado com o Programa de Metas 2021-2024, lançado pela Prefeitura da capital paulista que visa, dentre algumas ações, combater o racismo estrutural, por meio da implementação de nove iniciativas, para pessoas e empresas, desde a melhoria no atendimento da população negra e/ou de promoção da igualdade racial.

Um dos objetivos presentes no Plano é a participação e realização de eventos nacionais e internacionais com foco no tema de combate ao racismo, de forma a ampliar o respeito à diversidade e fomentar a igualdade de oportunidades.

Nesse contexto, a II Expo Internacional Dia da Consciência Negra, promovida pela Prefeitura em parceria da Secretaria Municipal Relações Internacionais com outras secretarias, apresentará debates, espetáculos musicais, história e cultura do movimento negro no país, em diversos ambientes tecnológicos e sensoriais.

A montagem da Expo, que está a cargo da São Paulo Turismo, promove uma ponte entre passado, presente e futuro para discutir os 200 anos de luta do movimento negro no Brasil, a partir da declaração da Independência, e as raízes do racismo, além de difundir a cultura negra e reafirmar a capital paulista como indutora do debate e das ações para promoção da igualdade racial no país e na América Latina.

Transformar as escolas

De acordo com a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, “a política pública ‘São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural’ nasceu com a intenção de transformar o ensino nas escolas municipais”. Em parceria com a Secretaria de Educação (SME) o que se busca é apoiar uma visão e uma formação antirracista aos professores para impactar no ensino dos estudantes e ser exemplo para o país e outras cidades do mundo.

A primeira (em 2021) e a segunda Expo Internacional Dia da Consciência Negra são a parte visível da educação transformadora que estamos propondo. Nelas contamos a história que foi apagada. Na primeira edição falamos do passado, do presente e do futuro da população negra em nosso país. Neste ano, abordaremos o protagonismo da população negra pela abolição da escravatura desde a proclamação da independência, passando pela luta de direitos na atualidade”.

Para Elaine Gomes, gerente de projetos da II Expo, ser contra o racismo é um dever de todos, mas ser antirracista é fundamental para a igualdade racial: "O meu desejo é que as pessoas se sintam motivadas a agir contra o racismo estrutural. É a nossa história! Foi o que nós produzimos, pois somos protagonistas desta luta diária. Ser negro no Brasil é algo extremamente particular, cada um tem suas vivências e percepções. O autoconhecimento da negritude tem implicações sem volta no intelecto de uma pessoa negra e a militância requer força e coragem de se reestruturar diariamente."

O curador da II Expo, Tom Farias, jornalista e escritor, autor de 'Carolina, uma Biografia' e do romance 'A Bolha', entre outras obras, é o curador da II Expo. Ele explica que a II Expo foi concebida para apresentar a “representatividade e a cultura africana”, lembrando que 54% da população brasileira são pessoas negras.

 

Programação painéis

18/11

Painel 1 - “SENTIDO DE LIBERDADE: INDEPENDÊNCIA, ABOLIÇÃO, QUILOMBISMO” Horário: das 10h30 às 11h30

Painel 2 - “PRODUÇÃO LITERÁRIA SOB CONTEXTO DA PÓS-ABOLIÇÃO”
Horário: das 13h00 às 14h00

Painel 3 - “BIOGRAFIAS NEGRAS: OS RETRATOS DO BRASIL”
Horário: das 14h20 às 15h20

Painel 4 - “MODERNISMOS E MODERNIDADES: OS LIMA BARRETO DE HOJE”
Horário: das 15h40 às 16h40

Painel 5 - “RACISMO NO ESPORTE: FUTEBOL E AFINS”
Horário: das 17h às 18h

19/11

Painel 1 - “PROCESSOS DE APAGAMENTOS: PRÁTICAS DO RACISMO DENTRO E FORA DO AMBIENTE CORPORATIVO”
Horário: das 10h30 às 11h30

Painel 2 - “SOBRE O AMOR: O QUE OS MITOS E A FILOSOFIA AFRICANA TÊM A NOS DIZER”
Horário: das 13h às 14h

Painel 3 - “HERDEIROS DE CANDACES: HISTÓRIAS, HERANÇAS E LITERATURAS”
Horário: das 14h20 às 15h20

Painel 4 - “A FILOSOFIA PELA ANCESTRALIDADE: HISTÓRIAS, LEGADOS”
Horário: das 15h40 às 16h40

Painel 5 - “SOBRE RACISMO E DESIGUALDADE ANTE OS MEDIDORES SOCIAIS”
Horário: das 17h às 18h

20/11

Painel Especial

“POPULAÇÃO CARCERÁRIA”
Horário: das 10h30 às 11h30

 

Serviço:

II Expo Internacional Dia da Consciência Negra

17 de novembro - abertura oficial

18 a 20 de novembro - aberta ao público

Local: Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333 - Vila Guilherme, São Paulo-SP

Entrada gratuita

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