Município de São Paulo registra a menor taxa de acidentes de trabalho nos últimos três anos
Segundo dados da Coordenadoria de Vigilância em
Saúde (COVISA), houve uma redução de 5,5% nos acidentes de trabalho leves na
cidade.
Pode parecer pouco, mas quando falamos
de uma redução de 5% (cinco por cento) de um número expressivo como os
acidentes de trabalho que acontecem na cidade de São Paulo, podemos entender a
grandeza destes números e o que eles refletem para o Brasil.
Nos últimos três anos, foram computados
mais de 35.101 acidentes, todos registrados no Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (SINAN NET).
Os acidentes de trabalho considerados
“leves”, são os responsáveis pela maior fatia dos registros, totalizando 33.711
acidentes, sendo 11.608 em 2020, 11.099 em 2021 e 11.004 em 2022.
Quando abordamos o número de acidentes
de lesão “grave” (politraumatismo, amputação, esmagamento, traumatismo
crânio-encefálico, fratura de coluna, lesão de medula espinhal, trauma com
lesões viscerais, eletrocussão, asfixia, queimadura com internação), em 2020
foram registrados 382 casos em 2020, 403 casos em 2021 e 340 casos em 2022,
sendo este o menor índice desde 2015.
Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime
saúde ocupacional, uma das principais empresas do Brasil, a queda no número de
acidentes pode ser explicada pela utilização da plataforma eSocial - sistema
informatizado de Administração Pública - utilizado para fiscalizar as empresas
através do envio de informações, como folha de pagamento, documentos de
segurança e saúde do trabalho, e da parte fiscal dessas companhias.
“Há quatro anos, já se comentava sobre a
utilização do eSocial, mas o governo foi postergando seu início. O novo sistema
fez com que muitas empresas se interessassem em ter as documentações de saúde e
segurança do trabalho em ordem. A primeira leva de informações foi, justamente,
as informações contábeis, seguido por informações do RH e segurança do
trabalho. A junção desses dados proporcionou a regularização de laudos e o
aumento da fiscalização do ambiente de trabalho”, explica o especialista.
Palestras, uso adequado de EPI´s,
criação de CIPA´s e monitoramento da aplicação das normas regulamentadoras
dentro das empresas também são itens importantes para a redução dos números
principalmente das ‘leves’. O relatório ainda traz dados importantes como
os números de acidentes de trabalho em adolescentes e aprendizes ( jovens entre
16 e 18 anos de idade). Em 2020 foram registrados 74 casos e 73 em 2021. Uma
redução significativa em 2022, com 57 casos, uma marca histórica desde 2008, quando
a cidade chegou a registrar a alta marca de 283 casos.
E por fim, os óbitos causados por
acidentes de trabalho no município são os menores desde 2014, quando a cidade
registrou o mesmo índice de 2022, com 17 laudos, contra 19 mortes em 2020 e 25
em 2021. A Coordenadoria informou que os números lançados se referem até
04/11/2022.
Araujo complementa que a taxa de acidentes na faixa dos 16 a 18 anos está concentrada em supermercados. “Isso ocorre porque eles acabam tendo desvio de função. Muitos são contratados para trabalhar como caixa, empacotador ou promotor de vendas, mas no decorrer do serviço, acabam realizando outras funções como empilhamento de produtos e a operação de equipamentos sem o treinamento adequado, aumentando os índices de acidentes”, diz.
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