Private Equity e Venture Capital: como sua empresa pode se diferenciar e atrair investimentos?
Entenda o potencial de crescimento de empresas
que recebem esses tipos de investimentos
Private Equity e Venture Capital são
modelos de investimento que têm o objetivo de injetar verba em empresas que
buscam recursos externos para melhorar suas operações, entrar em algum mercado,
estabelecer governança e atrair novos investidores.
E o montante investido em private equity e venture capital não é
pouco no Brasil. O balanço de 2021 da Associação Brasileira de Private Equity
(ABVCAP) mostrou que os investimentos em private equity foram de R$ 7,3 bilhões, enquanto o de venture
capital fechou o ano com R$
46,5 bilhões.
Os aportes de fundos de private equity e
venture capital em empresas brasileiras chegaram a R$ 29,7 bilhões no terceiro trimestre
deste ano -- alta de 123% em relação ao mesmo período em 2021. De acordo com
uma pesquisa da KPMG e da Associação Brasileira de Private
Equity e Venture Capital (Abvcap), no acumulado do ano os investimentos já
somam R$ 57,8 bilhões, o maior valor desde que a
sondagem começou a ser feita em 2011.
Entenda a diferença entre private
equity, venture capital e buyout
Como explicado anteriormente, private equity é quando
um investidor aplica um capital, de forma privada, em uma empresa.
Alexandre Zuvela, sócio da Exec,
especializada em Executive Search, Leadership Advisory e Board Services,
explica que a expectativa é que a empresa cresça, a médio e/ou longo prazo, e o
investidor obtenha um determinado lucro com a venda de ativos -- essa operação
é chamada de desinvestimento.
“Um exemplo é a Burger King, em que a
rede de fast food recebeu
um aporte de R$ 319 milhões
em 2011 para expandir o número de estabelecimentos”, exemplifica.
Com o capital financeiro, a estruturação
de processos, de governança e de um modelo de gestão, a empresa atingiu a marca
de 800 lojas no Brasil, em 2019.
E o venture capital?
Segundo Zuvela, enquanto o capital
privado foca em empresas consolidadas e com um faturamento já substancioso,
essa segunda modalidade de investimento é voltada para startups, que estão ainda no
início de suas operações.
Já o buyout (que podemos traduzir livremente
como aquisição ou compra) acontece quando um comitê ou uma pessoa adquire a
maior parte do capital social da empresa. Logo, passa a ser responsável pela
sua gestão.
Private equity é para empresas de todos os
setores
Uma empresa não precisa ter tecnologia
como core business para
receber um aporte de private
equity. Além de serviços financeiros, varejo e TI, completam o top
10 de setores com maior investimento, segundo a ABVCAP, como logística e
transporte, educação, real
estate, saúde, farmácia, medicina e estética, comunicação e
mídia, alimentos, bebidas e agronegócio.
“Pequenos e médios negócios, que desejam
ter uma estratégia mais agressiva para conseguir maior rentabilidade e
expansão, podem buscar parcerias em fundos de investimentos para entender como
melhorar a gestão e os processos para isso”, expõe.
Outra vantagem é a aceleração da
digitalização dos negócios, preparando a empresa para possíveis mudanças do
mercado e qualquer cenário de adversidade. Além disso, fomenta a inovação, a
geração de empregos e o crescimento econômico do país.
Cultura humanizada é um grande
diferencial no momento de buscar esse tipo de aporte
É comum os investidores de capital
privado contribuírem para a valorização da empresa em que um investimento foi
realizado. Quando uma empresa recebe um aporte, o investidor quer implementar a
sua cultura, a sua visão de negócios.
Vamos voltar ao caso de sucesso da
Burger King. Quando a rede recebeu o aporte, a expansão do número de lojas
passou também por uma implementação de modelo de gestão, plano de remuneração
estabelecido por metas e meritocracia, processo de alocação de capital e
controle de custos, liderança responsável em captar mais recursos, etc.
No entanto, quando os investidores
avaliam e se envolvem no relacionamento com o capital humano olhando somente a
questão financeira -- ou seja, exigir uma performance do time sem estratégia e
acima da estabelecida antes da aquisição --, pode impactar negativamente nos
resultados a médio e longo prazo.
Redução da produtividade, da
criatividade e da inovação, aumento no turn
over e nos custos de contratação e gestão são algumas
consequências dessa visão de negócios baseada puramente no resultado, não
respeitando os aspectos históricos e/ou culturais da organização.
Além disso, é possível que uma gestão
sem foco no capital humano afaste outros investidores, deixando a empresa menos
competitiva e com uma imagem manchada no mercado.
Desta forma, um ponto importante nos
processos de aquisição de empresas, por qualquer uma das modalidades, é o
cuidado com a cultura da organização e a manutenção e desenvolvimento dos
colaboradores neste novo contexto.
Assim, aspectos como conhecer as
principais competências do seu capital humano através de processos de
assessment para as pessoas chave da organização, programas de retenção dos
colaboradores, via programas de remuneração e/ou desenvolvimento é um ponto
super importante para o sucesso do seu negócio.
“Em paralelo, a falta de capital humano especializado ou não engajado também é um ponto de insucesso de muitos negócios. Desta forma, identificando-se este gap, é importante uma ação rápida de substituição e/ou contratação de novos colaboradores que preencham as lacunas de conhecimento e/ou motivação, fazendo os times performarem bem e a empresa alcançar os seus objetivos”, finaliza o especialista.
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