Confina Brasil 2023 identifica produção com responsabilidade ambiental
Ida de profissionais da expedição a seis
propriedades do interior paulista também destacou investimentos em tecnologia,
projetos de expansão e práticas de bem-estar animal.
O Confina Brasil 2023 encerrou a primeira semana de
visitas de sua quarta edição. De 5 a 7 de junho, profissionais especializados
em agronegócio puderam conhecer seis propriedades que trabalham com sistemas
intensivos ou semi-intensivos de produção pecuária em diferentes cidades paulistas.
Os principais destaques das visitas foram a responsabilidade ambiental nas
fazendas, assim como investimentos em tecnologia e pesquisas em universidades,
além de projetos para expansão dos negócios e geração de bem-estar aos animais.
Inaugurando a atual edição da
pesquisa-expedicionária, a visita ao Confinamento Valfran, em Álvares Florence
(SP), ressaltou a importância da responsabilidade ambiental para a pecuária. A
propriedade possui área de integração onde é cultivado banana, cacau e
seringueira. “Todos os dejetos retirados das baias dos animais deixam de poluir
o meio ambiente para colaborar com o cultivo dessas culturas. Os gestores nos
contaram que, devido ao aproveitamento dos dejetos como adubo, o resultado no
cultivo tem sido bem satisfatório”, conta Diego Rossin, médico-veterinário e
técnico do Confina Brasil.
O Confinamento Valfran também informou aos
visitantes do Confina que, em parceria com a Universidade Estadual Paulista
(Unesp), conduz estudo para verificar a viabilidade do uso da casca do cacau
como volumoso na dieta dos bovinos, já que o insumo é rico em fibra – o que o
faz um ótimo item para o papel na alimentação dos bovinos. Atualmente, os
gestores optam pelo fornecimento de bagaço de cana para essa função.
Outro exemplo de responsabilidade com o meio
ambiente está em Sud Menucci (SP), onde fica a Fazenda Bonança, do Grupo
Colpar. Esse foi o segundo destino da expedição em 5 de junho. Toda a água
utilizada no confinamento é oriunda de um canal derivado de um rio que passa
pela propriedade. Para preservar ao máximo o consumo desse recurso hídrico
natural, a fazenda realiza o tratamento de toda a água utilizada.
Rossin destaca que “A Fazenda Bonança possui
reservatório próprio e proíbe a pesca no rio por meio de uma reserva ambiental
e que, assim como o cuidado com os recursos hídricos, o bem-estar animal também
é prioridade ao usar brincos eletrônicos para identificação, em vez da marcação
a ferro e fogo”.
A adoção de tecnologias avança nos confinamentos
brasileiros. Como na propriedade tocada pela Cooperativa Agrícola Mista de
Adamantina (Camda), em Adamantina (SP). Funcionando como boitel – no qual
pecuaristas podem terceirizar a engorda de seus animais de maneira intensiva –,
o confinamento utiliza uma trituradora, que “quebra” o grão de milho que é
fornecido aos bovinos. Esse mesmo grão de milho passa por reidratação com o
auxílio de caminhão-pipa e, posteriormente, serão aplicados inoculantes para,
por fim, os grãos serem ensilados. Com isso, a silagem de grão úmido de milho,
com cerca de 42% de umidade, é um dos insumos presentes nas dietas dos bovinos
da propriedade.
Por fim, a expedição acompanhou a tendência de
aumento da produção intensiva no Brasil, cada vez mais evidente. A ampliação de
projetos já existentes é um dos indicadores dessa tendência. A Fazenda São
Judas, da Pau D’Alho Agropecuária, de Presidente Venceslau (SP), por exemplo,
concentra a maior parte dos seus investimentos na ampliação do negócio.
“O crescimento dessa fazenda já é bem acelerado. Há
5 anos, a capacidade estática do confinamento era de 1.500 cabeças e, em 2023,
esse número já é de 13 mil cabeças. Mesmo assim, a propriedade planeja aumentar
ainda mais o ritmo. Para isso, as estruturas das baias recebem grande parte dos
investimentos. Com organização invejável e infraestrutura de primeira, a
prioridade é elevar a capacidade de suporte”, informa Jayne Costa, zootecnista
e analista de mercado da Scot Consultoria.
Em 2023, o
Confina Brasil tem apoio de grandes empresas e entidades do agronegócio:
São
patrocinadores "Ouro":
No patrocínio
"Prata", o apoio é da Associação
Brasileira de Angus.
Na categoria
montadora, a expedição conta com a parceria da Mitsubishi.
São parceiros institucionais a Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Agricultura Digital e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
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