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Desastres naturais: a importância das estruturas provisórias em situações de calamidade

Pesquisa revela que 93% das cidades brasileiras já sofreram com com tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos


Reprodução: Freepik.com

Desastres naturais são uma realidade cada vez mais constante na vida da população. Segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), entre 2012 e 2023 cerca de 5.199 municípios brasileiros sofreram com tempestades, inundações, enxurradas e alagamentos, representando 93% das cidades brasileiras. Mais de 4,2 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas, enquanto mais de 2,2 milhões tiveram suas moradias danificadas, tendo sido 107,4 mil delas destruídas. 

 

Os números mostram a necessidade do Brasil em criar políticas públicas que realizem gestão urbana, de habitação e prevenção de desastres, sendo uma parte essencial para o gerenciamento de crise a implementação de estruturas. As construções provisórias ou temporárias auxiliam no problema, fornecendo abrigos para pessoas deslocadas e sanando as necessidades de vítimas e socorristas por meio da criação de hospitais, campanhas e clínicas móveis.

 

Para Tatiana Fasolari, vice-diretora da Fast Engenharia, maior empresa especializada em overlays da América Latina, as infra estruturas temporárias são uma solução mais econômica e eficaz para essas situações. "Esse tipo de solução é extremamente sustentável porque garante a reutilização de praticamente todo material, redução de custo na construção e principalmente na manutenção. Além disso, podem ser montadas de forma rápida, auxiliando na coordenação de crises ocasionadas por desastres naturais”, explica.

Com isso, as estruturas provisórias podem ser a resposta para os desafios que a natureza vem apresentando à humanidade. Por meio delas, é possível proporcionar um senso de segurança, proteção e aceleração da recuperação das comunidades atingidas.

 

No Brasil

 

Neste ano, a Anon, uma das maiores empresas de gestão de risco do mundo, revelou que nos três primeiros meses do ano a América do Sul sofreu perdas que alcançaram o valor de US$5,9 bilhões às três economias locais. Ademais, o relatório informa que pelo menos 12 catástrofes atingiram o continente. Entre eles, seis foram enchentes no Brasil que chegaram a provocar perdas de US$1,1 bilhão. Esse valor tende a aumentar devido ao ciclone que atingiu os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocando uma destruição em massa. Os impactos ocasionaram um prejuízo de R$1,3 bilhões, sendo R$175 milhões voltados para a área habitacional. 

 

Diante disso, o Governo do Rio Grande do Sul e o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon-RS) se uniram para construção de 240 moradias provisórias. A Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária (Sehab) irá conduzir o processo de desapropriação dos terrenos para a construção casas que serão dadas as vítimas que se encontram em situação de vulnerabilidade, enquanto o Sindicato irá mobilizar empresas do setor da construção civil  e especializada em construções provisórias para doações de materiais e equipamentos. As residências serão alocadas em Rocas Sales e Muçum, as cidades mais atingidas pelo desastre, e terão de 18 a 36 metros quadrados.

 

No mundo

 

Ao redor do planeta as tragédias também estão mais comuns. A pesquisa realizada pela Anon relatou que as perdas ocasionadas por desastres naturais chegaram a US$63 bilhões ao redor do mundo nos três primeiros meses de 2023. No entanto, esse valor será superado diante das tragédias na Líbia e Marrocos.

 

Conforme o Banco Mundial, o terremoto de magnitude 7,8 que atingiu a fronteira entre  Turquia e Síria em fevereiro foi responsável por um prejuízo de US$39,1 bilhões, matando cerca de 50 mil pessoas. Já na Líbia, que sofreu com uma inundação no norte do país, na cidade de Derna, após o rompimento de duas barragens. Segundo a Organização Mundial da Saúde são mais de 300.00 mil pessoas afetadas.

 

Em ambos os casos, as maiores dificuldades dos sobreviventes são a falta de acesso à água potável, comida e sobreviver nos abrigos improvisados construídos com a ajuda humanitária. Nesses casos, as estruturas temporárias podem construir estações de tratamento, garantindo dessa forma água limpa e evitando contaminações por doenças.

 

Por meio das estruturas provisórias também é possível a criação de cozinhas temporárias para garantir uma alimentação nutritiva às vítimas, como também, a construção de estradas e pontes que são danificadas ou destruídas nessas situações. A construção de estruturas permite o acesso às áreas afetadas, facilitando o fluxo de ajuda humanitária e a evacuação de pessoas em perigo.

 

“A modernização da construção civil nos permite equilibrar os ambientes urbanos com as necessidades da população. Não adianta realizar um projeto excepcional se ele não terá utilidade a longo prazo. Dessa forma, à medida que enfrentamos um mundo cada vez mais suscetível a desastres naturais, a valorização e o investimento nessas estruturas temporárias devem ser prioridades, fortalecendo nossa capacidade de lidar com esses desafios”, reflete a especialista.

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