Estudantes da Rede de Educação Santa Marcelina participam da Escola de Verão de Física da Universidade do Porto
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Estudante Maria Fernanda Spagliari Gomes Ferreira desenvolveu com seu grupo um
projeto abordando a temática de detecção e caracterização de exoplanetas,
enquanto o jovem Arthur Renato Abade Miranda estudou uma das principais
equações da mecânica quântica, a equação de
Schrödinger
- Além dos
dois estudantes, o professor de física da instituição de ensino, Lucas David
Feitosa Campos, foi convidado a realizar a análise e a avaliação dos
miniprojetos desenvolvidos ao longo do programa
Reforçando
mais uma vez o seu estímulo constante a aprendizagem e ao desenvolvimento de
seu corpo discente, a Rede de Educação Santa Marcelina anuncia a participação do professor de física da
instituição, Lucas David Feitosa Campos, e dos estudantes Maria Fernanda
Spagliari Gomes Ferreira e Arthur Renato Abade Miranda, ambos da 2ª série do
Ensino Médio, no programa oferecido pela Escola de Verão de Física, da Universidade do Porto, em Portugal.
De acordo
com o professor, o evento, organizado pelo Departamento de Física e Astronomia,
acontece anualmente desde 2005, na Faculdade de Ciências da Universidade do
Porto. Desta forma, seu objetivo central é proporcionar aos estudantes do
Ensino Médio uma imersão em Física, com enfoque na investigação científica por
meio de minicursos, palestras, visitas a observatórios e laboratórios, além de
trabalhos dirigidos em pequenos projetos de pesquisa.
Segundo
Campos, ao longo dos oito dias de imersão, os estudantes da Rede de Educação
Santa Marcelina desenvolveram projetos inovadores. Maria Fernanda, junto ao seu
grupo, criou uma iniciativa sobre a detecção e caracterização de exoplanetas,
estudando os planetas que estão fora do Sistema Solar. “Esta é uma área
relativamente nova. Por este motivo, passa por intenso desenvolvimento. Nesta
oportunidade, a jovem teve contato com técnicas através das quais estes planetas
são detectados, métodos utilizados para a sondagem da composição e outras
propriedades destes objetos astronômicos”, comenta o professor.
Maria
ressalta que a experiência foi uma das mais enriquecedoras de sua vida.
“Aprender de maneira imersiva sobre física e suas diversas áreas de atuação
dentro do meio acadêmico foi um divisor de águas em minhas escolhas e na forma
como observo o mundo. Além disso, entrar em contato com outras culturas e
conhecer pessoas de diversas partes do mundo me permitiram criar memórias
inesquecíveis”, declara Maria.
Já Arthur
desenvolveu em seu grupo um projeto que envolve uma das principais equações da
mecânica quântica, a equação de Schrödinger,
que o permitiu analisar que o conceito de localidade ou determinismo completo
deixa de funcionar no registro do mundo onde a mobília fundamental é composta
por elétrons, prótons, nêutrons, quarks, fótons, glúons, entre outras
partículas. “O mundo quântico é eminentemente probabilístico, o que abre uma
janela de acesso a fenômenos contraintuitivos e fundamentais, como por exemplo
o tunelamento quântico, analisado no projeto do Arthur”, comenta o professor.
Arthur
relata que a vivência no programa foi fascinante, pois o permitiu mergulhar
profundamente nos conceitos de relatividade e mecânica quântica por meio de
aulas envolventes, interativas e didáticas. “Além disso, pude visitar
laboratórios de pesquisa de ponta, onde testemunhei experimentos
impressionantes sobre holografia, óptica e nanotecnologia em andamento. No
projeto que desenvolvi, por exemplo, pude aplicar os conhecimentos teóricos na
prática e trabalhar com orientadores experientes. Desta forma, mergulhar nas
complexidades dessa equação me desafiou e expandiu meus horizontes acadêmicos”,
ressalta Arthur.
Já o
professor, como convidado da ação, participou ativamente da aprendizagem
através da análise e avaliação dos miniprojetos desenvolvidos ao longo da
Escola. “Acredito que os relatos de Arthur e Maria só reforçam a potência e o
impacto que eventos como este podem ter. Espero que esta experiência seja
apenas a primeira de muitas e que os depoimentos dos estudantes possam
desencadear uma onda de interesse e motivação com respeito a atividades deste
tipo, seja em âmbito nacional ou internacional”, destaca.
O programa
Cerca de
100 pessoas estiveram envolvidas na iniciativa. Conforme relembra o professor,
a programação contou com minicursos pela manhã, sendo um deles obrigatório, de
introdução à teoria da relatividade, e o outro escolhido entre duas opções:
mecânica quântica ou astrofísica.
Ainda no
período da manhã, houve palestras sobre fusão nuclear e lasers, além das
visitas aos laboratórios. Já no período da tarde, os estudantes trabalharam em
seus miniprojetos de pesquisa orientados por estudantes de mestrado e
doutorado. “Ao todo os projetos somaram 17, abordando as mais diversas áreas da
Física. Houve ainda uma programação cultural durante a noite, contemplando a
visita a diferentes pontos turísticos e históricos da cidade do Porto, bem como
a ida a eventos sazonais”, comenta o professor.
O
professor reitera que o programa busca fazer uma junção entre dois pontos
fundamentais da atividade científica de investigação.
“Por um lado, há um aspecto de treinamento, ou seja, a aquisição e consolidação
de conhecimentos técnicos. Paralelo a isso, no âmbito dos projetos, os
estudantes são expostos ao cerne da atividade científica, buscando uma
resposta ou proposta de solução para uma situação-problema ou fenômeno mais
complexo. Isto lhes dá a abertura de uma nova
perspectiva em relação à Ciência, e, em
particular, à Física”, ressalta.
Benefícios
aos estudantes na prática
Para o
professor, para muitos dos estudantes, é o primeiro contato com as teorias de
relatividade especial e mecânica quântica. “Trabalhar em pequenos projetos e
ter a amostra de como funciona o trabalho de investigação científica enriquece
a imagem que os estudantes têm a respeito da estrutura da Ciência. Outro tópico
importante para sua aprendizagem é o fato de conhecer instalações e ter contato
com pesquisadores em diferentes áreas da Física”.
Campos
comenta ainda que o aspecto cultural e social também é outro grande benefício
que o programa proporcionou. “Conhecer uma cidade com uma história riquíssima,
no âmbito de uma programação científica, parece aliar perfeitamente o lazer e a
atividade intelectual. Some isso à oportunidade de estar entre pares com
semelhantes idades e interesses. O resultado é bastante impactante, pois gera a
oportunidade de compartilhar interesses e se expressar sem ter medo de
julgamentos”, explica.
Além
disso, para o professor, à medida em que os estudantes têm novas experiências,
percebem que já possuem acesso a uma formação intelectual, cultural e
humanística de elevada qualidade, promovida pela Rede de Educação Santa Marcelina. “Isso os encoraja e incentiva a buscar voos mais
altos, seja através de semelhantes programas ou da consideração de fazer um
curso superior em uma universidade estrangeira”, afirma.
A
expectativa da instituição é participar anualmente da Escola de Verão de Física
da Universidade do Porto, além de seguir apostando em outros programas
internacionais para estudantes do Ensino Médio no Canadá, Itália e Suíça.
“Naturalmente, o relato e compartilhamento das experiências vividas enche os
olhos dos estudantes do Santa Marcelina, criando uma atmosfera de empolgação
que, por sua vez, contribui para o aumento do interesse por Física e pela
atividade intelectual de maneira mais ampla”, finaliza.
Sobre
a Rede de Educação Santa Marcelina
O
Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina foi fundado em 1838 por
Monsenhor Luigi Biraghi, com o auxílio de Marina Videmari, em Milão, na Itália.
Dedicada à educação, à saúde e à assistência social, a Congregação difundiu-se
globalmente a partir da instituição de colégios, hospitais e obras sociais.
Atualmente,
presente em 8 países, espalhados por 3 continentes, e em 17 municípios e 8
estados brasileiros, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná,
Bahia, Rondônia, Goiás, Tocantins e o Distrito Federal, o Instituto segue com a
missão de levar adiante, com empenho e entusiasmo, a educação, a formação, a
cura e a construção do ser humano íntegro e da sociedade. Tudo isto alinhado a
uma metodologia inovadora de aprendizagem e às principais tendências do mercado
educacional.
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