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Galeria Nicoli chega com foco em sustentabilidade e democratização

Novo espaço de arte contemporânea dá preferência a obras com preocupação ambiental em seu suporte, lança tecnologia inédita para autenticar obras e adota ações para democratizar a arte


No dia 18 de agosto São Paulo ganha uma nova galeria de arte. Localizada na Rua Peixoto Gomide, nos Jardins, a Galeria Nicoli é voltada à arte contemporânea e tem como sócios os irmãos Mário e Carla Nicoli, estudiosos das artes e colecionadores de longa data. O espaço nasce com a proposta de se diferenciar a partir de iniciativas para a democratização das artes e o foco em sustentabilidade ambiental, que se estende às obras expostas. A Nicoli também traz para o mercado uma tecnologia inédita para autenticação de obras de arte.

A mostra inaugural, intitulada “Do Concreto ao Pop”, traz consigo a pluralidade que a Nicoli crava como sua marca. A exposição reúne cerca de 80 0bras, entre pinturas, fotografias, e criações multilinguagem com abordagens que vão desde pop art, body art e street art até arte moderna concretista. Também ocupam espaço nobre os objetos de design, que ali têm seu status de arte reconhecido.

Dentre os artistas visuais representados pela Galeria Nicoli e que compõe a exposição estão Thiago Cóstackz, que trabalha com várias linguagens e suportes, a escultora Renata Barcelos, a pintora Helô Alcantara Machado, além dos fotógrafos Márcio Sallowicz e William Baglione. No design, estão expostas obras de Leo Capote e Marcelo Stefanovicz (atelier Outra Oficina), Antonia Almeida e Fábio Esteves (80e8), Daniela Scorza e Caio de Medeiros (Estúdio Manus).

A preferência por materiais sustentáveis como madeiras de telas, tecidos, tintas e vernizes certificados, práticas já correntes na obra de artistas como Thiago Cóstackz, ou o reuso de matérias-primas em peças de design de Leo Capote e Marcelo Stefanovicz, exemplificam um dos pilares da galeria.

(*Ver Serviço)

Inovações incluem portas sempre abertas a novos artistas, ao público, opções de compras a preços acessíveis, bolsas de estudos e doações periódicas de bicicletas

“Seremos uma galeria de portas abertas, literalmente”, diz a sócia Carla Nicoli. Ela refere-se à política adotada desde já pela Galeria Nicoli, de receber as mais diferentes linguagens da arte contemporânea e de ser um espaço acolhedor, onde é possível entrar para ver uma exposição, adquirir obras de arte ou apenas tomar um café (um ambiente intimista com mesa e banquetas foi montado logo na entrada da galeria).

“E o mais importante, as portas abertas se estendem também aos novos artistas; mesmo aqueles que nunca expuseram poderão submeter seu trabalho à análise do conselho curatorial”, diz Carla, lembrando ainda que outra questão à qual a galeria está atenta é na oferta de arte a preços acessíveis, como por exemplo, obras impressas e seriadas.

Na outra mão, a galeria quer colaborar para que jovens de condição social menos favorecida possam ter um contato mais aprofundado com as artes visuais e o design. Para isso, em todos os cursos e workshops que serão promovidos a partir de outubro, haverá a oferta de bolsas de estudo. E mais à frente, a galeria projeta ir além das quatro paredes, com a criação de ações externas que fomentem a produção de arte.

A coerência na sustentabilidade ambiental se inicia desde o projeto arquitetônico da Nicoli, que optou pela preservação da estrutura pré-existente no prédio, pela adoção de materiais certificados e reutilizáveis, além de ter reservado um estacionamento para bicicletas.

Assumidamente bike friendly, a Nicoli já trabalha parcerias para realizar doações periódicas de bicicletas entre os bolsistas de seus cursos ou sociedade em geral, levando em conta critérios de baixa renda.

Serviço inédito de autenticação de obras

Por meio de uma parceria com empresa de tecnologia Enigma, a Nicoli oferecerá ainda um serviço de autenticação de obras inédito no país. A tecnologia consiste na aplicação de partículas microscópicas inorgânicas na superfície da obra, que possibilitam a checagem por meio de verificadores portáteis. Os registros digitais são catalogados por meio de arquivos criptografados, e a certificação de originalidade será impressa em papel de segurança, contendo informações sobre a obra e firmadas por seu criador.

Saiba mais sobre os artistas representados pela Galeria Nicoli:

Thiago Cóstackz

Thiago Cóstackz é um dos artistas que mais tem trabalhado e se destacado em sua geração, utilizando-se de múltiplas linguagens e suportes, do body art a performances, da pintura a intervenções urbanas de enormes dimensões, da fotografia ao cinema. Artista incansável, tem nas questões ligadas ao meio ambiente um tema recorrente em sua obra, envolvendo-se, nos últimos sete anos, em mais de 50 ações pelo Brasil e em países como Rússia, Islândia, Holanda, EUA, Inglaterra, Groenlândia e Itália, além de intervenções em lugares como o Oceano Glacial Ártico, Atlântico Sul, Caatinga e Florestas Tropicais.

Renata Barcelos

Escultora de reconhecimento internacional, Renata Barcelos coleciona prêmios e reconhecimento no Brasil e na Europa. Suas esculturas, baseadas em elementos da natureza, são caracterizadas, ao mesmo tempo, pela força e pela leveza. Vivendo na Europa desde 2001, a escultora possui trabalhos expostos na Summer Gallery, em Malaga, e na galeria Felicia Hall, também em Granada, na Espanha; no Reino Unido, teve obras expostas no Chelsea Flower Show, em Londres, no The Sculpture Park, em Farnham, Surrey, e na Newby Hall and Gardens, Ripon, em North Yorkshire. Também é membro da Royal British Society of Sculptors.

Helô Alcantara Machado

O jogo de chiaroscuro trabalhado por Helô produz a ilusão de cores sobrepostas nas telas de Helô Alcântara Machado. As cores, bem como os desenhos formados pelo cosmos estão entre as bases do que se vê em seu trabalho. A artista estudou em escolas lendárias no mundo das artes plásticas, como a Royal Drawing Society, a Inchbald School of Design, ambas em Londres, e a Art Student’s League of New York, além da Escola Brasil, projeto liderado por Carlos Fajardo, Frederico Nasser, José Resende e Luis P. Baravelli em São Paulo na década de 70 e que pretendia promover uma reflexão sobre o lugar da arte e atividade artística na sociedade.

Marcio Sallowicz

Marcio Sallowicz apresenta seu trabalho de criação e registro fotográfico, que tem como características o uso do jogo de luzes e sombras, o enquadramento e a forma como conduz o olhar do espectador para determinado ponto da imagem, o que lembra o melhor da técnica das artes plásticas. O interesse pela arquitetura e pela luthieria faz com que o detalhe seja explorado em seu trabalho de forma única. No início de sua carreira, Sallowicz trabalhou em publicações como a revista Manchete, e ainda no início dos anos 2000 migrou para a fotografia digital, o que lhe proporciona grande controle técnico.

William Baglione e Marina Zumi

Mais conhecido como curador, William Baglione vem incursionando também pela fotografia, produzindo imagens onde a poética do cotidiano se funde com o espanto do extraordinário, em obras únicas e multifacetadas. Recentemente, Baglione fez parceria, em alguns trabalhos, com a artista argentina Marina Zumi, que se utiliza da licença poética e de técnica de costura para interferir nas fotografias dele. A partir dessas linhas que passam em zig-zag e confluem sobre e sob as fotos, entrega-se ao espectador uma nova leitura das imagens em preto e branco, que se contrapõem às linhas que conectam espaços físicos e etéreos.

Serviço: Galeria Nicoli
Inauguração: 18 de agosto de 2015, a partir das 18h
Exposição “Do Concreto ao Pop”: de 19 de agosto até 19 de setembro
De segunda a sexta, das 10h30 às 18h30
Aos sábados, das 12h às 17h

Rua Peixoto Gomide, 1.736, Jardim Paulista
Tel.: (11) 3062-7430
www.galerianicoli.com.br

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