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Arteriosclerose: sintomas e tratamentos

Foto Ricardo Brizzi
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 2% de todas as mortes têm como causa os problemas circulatórios. Uma das causas mais frequentes dos problemas circulatórios é a arteriosclerose. Dores, cãibras, paralisias e sensação de apertos ou fadigas de músculos durante a prática de exercícios e caminhadas, podem ser sintomas de aterosclerose dos membros inferiores. O problema acontece por causa do depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, que obstruem a circulação sanguínea. O desenvolvimento da doença é lento e progressivo. O mais perigoso é que normalmente quando há uma obstrução arterial significativa – que leva o paciente a apresentar sintomas por causa da falta de circulação – cerca de 75% do calibre da artéria, já esta comprometido.

A arteriosclerose é uma doença sistêmica, que pode acometer simultaneamente diversas artérias do paciente. O quadro clínico de cada um vai depender de qual artéria está mais obstruída. Com exames como o Eco Doppler, por exemplo, podemos fazer o diagnóstico precoce, possibilitando que o tratamento comece a ser feito antes que a doença se agrave.

Quando não é diagnosticada através de exames, a arteriosclerose se manifesta de acordo com o grau de comprometimento de cada artéria. No caso das coronárias (artérias do coração), o paciente normalmente sente dor cardíaca durante o esforço. Angina de peito – na evolução crônica - ou o enfarte na evolução aguda - o que pode levar a morte. Quando o entupimento atinge as carótidas (artérias do pescoço) o paciente apresenta perturbações visuais, paralisias transitórias e desmaios – na evolução crônica. Em casos mais graves (evolução aguda) a obstrução da artéria pode causa derrame (AVC – acidente vascular encefálico).

Existem também casos em que a circulação fica comprometida nas artérias de membros inferiores (artérias ilíacas e femorais). Nestes casos é comum que o paciente sinta dor nas pernas ao caminhar (claudicação intermitente), tenha queda de pelos, atrofias da pele, unhas e musculares e até mesmo impotência (dificuldade de ereção peniana).

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, estudos epidemiológicos mostraram que a arteriosclerose incide com maior frequência em indivíduos que tem características, classificadas como “fatores de risco”. Entre eles está a idade, uma vez que a doença atinge pessoas na faixa de 50 a 70 anos. Homens também são mais propensos a desenvolver arteriosclerose, pois as mulheres são “protegidas” por causa da ação do hormônio feminino (estrogênio). Porém, após a menopausa essa “proteção desaparece” e os riscos ficam iguais.

Para se evitar o problema é preciso ter cuidado com a alimentação – evitando principalmente as gorduras saturadas – e ter um bom condicionamento físico – atividades físicas regulares. Entre os problemas que o alto colesterol ruim pode causar está a arteriosclerose. Não à toa, é importante investir numa alimentação rica em frutas, legumes, verduras e cereais. O acúmulo de gordura forma as chamadas placas que fazem com que as artérias percam a elasticidade. À medida que essas placas crescem, elas promovem o estreitamento da artéria dificultando o fluxo sanguíneo.

Os indivíduos que fumam têm um risco maior de desenvolver a doença. O risco para fumantes é nove vezes maior do que a população não fumante. A prevenção é sempre o melhor caminho. Isso pode ser alcançado com alimentação equilibrada, não fumando e praticando regularmente exercícios físicos.

Dr. Ricardo Brizzi - Angiologista e Cirurgião Vascular é membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro e responsável pelo setor de cirurgia vascular e endovascular do Hospital Badim, do Hospital Israelita e do Hospital Norte D’Or.

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