CPqD implanta rede móvel banda larga em usina do Grupo São Martinho
Infraestrutura desenvolvida, com o apoio do BNDES e Finep, deverá facilitar o uso de aplicações de Internet das Coisas pelo setor de agronegócio
“A conectividade continua sendo um dos principais desafios para a utilização dos recursos de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no campo”, afirma Fabrício Lira Figueiredo, gerente de Tecnologias de Comunicação sem Fio do CPqD. Com o objetivo de vencer esse desafio, o CPqD desenvolveu uma infraestrutura de rede móvel banda larga (LTE) para uso próprio - e exclusivo - do Grupo São Martinho, que utiliza uma faixa de frequência destinada ao Serviço Limitado Privado (SLP) pela Anatel.
A frequência utilizada ocupa uma faixa do espectro inferior a 1 GHz, que propicia maior área de cobertura e, por isso, é mais adequada ao uso em áreas rurais. “Essa rede de comunicação LTE permite implantar células com raio de cobertura de dezenas de quilômetros, provendo mobilidade, qualidade de serviço e taxas elevadas de transmissão”, explica Figueiredo.
A solução desenvolvida pelo CPqD é composta de estação radiobase (eNode B) e de terminais veiculares adaptados aos requisitos operacionais das usinas de cana. Esses terminais, que serão instalados em colhedoras, tratores e caminhões que fazem o transporte da cana, são dotados de múltiplas interfaces: Wi-Fi (para conectividade local), CAN (usada em máquinas agrícolas para transmissão de dados de telemetria), GPS e RFID, além da interface LTE. “Esse sistema permitirá a coleta de dados no campo e seu envio, em tempo real, para bancos de dados e aplicativos, proporcionando aumento da eficiência operacional e, consequentemente, da produtividade no campo”, acrescenta o gerente do CPqD.
A primeira estação radiobase LTE baseada nessa nova tecnologia já está funcionando, em fase de teste de campo, na usina do Grupo São Martinho localizada em Pradópolis, no interior de São Paulo. Cerca de 20 terminais inteligentes veiculares (TIVs) estão sendo instalados e deverão entrar em operação, em uma frente de colheita, no final deste mês de março, quando começa a próxima safra de cana de açúcar.
As tecnologias de produto relacionadas ao sistema LTE, bem como ao sistema de sensoriamento RFID - que também faz parte do projeto desenvolvido pelo CPqD com o Grupo São Martinho -, estão sendo licenciadas para a Trópico, empresa que terá a responsabilidade de produzir e comercializar esses equipamentos, além de prestar serviços associados.
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