Mesmo com desemprego, empresas tem dificuldades para encontrar talentos
Pesquisa revela que 48% dos empregadores brasileiros possuem vagas abertas que não conseguem ser preenchidas por falta de qualificação
Segundo a pesquisa, na média mundial 54% dos respondentes apontam que está mais difícil encontrar a pessoa certa para o cargo do que há cinco anos atrás. No Brasil, esse número cai para 48%. Ainda assim, é praticamente a metade. De acordo com a psicóloga especialista em orientação profissional da ProCarreira, Cristina Quadrado Frisina, esse fenômeno é resultado de diferentes expectativas entre empresas e funcionários no que diz respeito à reponsabilidade quanto ao desenvolvimento das competências exigidas.
- O funcionário espera que o empregador ofereça um plano de carreira e de qualificação que o leve aos cargos de chefia em pouco tempo. O empregador, por sua vez, acredita que basta pagar o salário para exigir que o funcionário se adapte perfeitamente ao DNA da empresa, seja proativo e apresente os resultados esperados. Embora muitas organizações estejam incluindo o desenvolvimento de sua equipe como item fundamental em seu planejamento estratégico, outras ainda entendem esta qualificação como custo e não como investimento, observa Cristina.
A vantagem competitiva das empresas passa principalmente pela retenção de talentos. Quanto mais estratégico é o papel deste profissional, mais raro é encontrar a pessoa certa para a função. Então, como a pessoa pode tornar-se esse “talento” tão disputado no mercado de trabalho? A psicóloga ofereceu algumas dicas para aumentar as chances de êxito nesse objetivo.
Dicas para aumentar a empregabilidade:
• Ser bem informado é fundamental. É importante ser um expert na sua profissão, mas conhecer diferentes contextos econômicos, políticos e sociais pode aumentar sua capacidade de lidar com as mudanças constantes. Neste sentido, busque aprender sobre outros idiomas, culturas e formas de atuação profissional em diferentes países.
• Qualifique-se sempre. O profissional de hoje deve ser sempre um “eterno aprendiz”, pronto para absorver experiências e desenvolver novas habilidades.
• Networking é essencial. Manter contato com sua rede social, estabelecer um bom vínculo com clientes, enviar e-mails para pessoas que não vê ultimamente. Quem não é visto, não é lembrado.
• Trace metas claras para sua profissão. Seja protagonista de sua própria história. Você é responsável pelo seu futuro, não os outros.
• Mesmo empregado, busque avaliar seu valor de mercado. Ter uma ideia exata de seu grau de empregabilidade lhe trará maior confiança para administrar sua carreira dentro ou fora da empresa.
Outro ponto importante que a pesquisa da Korn Ferry revela que no Brasil, mesmo com a crise econômica, a remuneração é o quinto fator considerado pelo candidato ao ocupar uma posição de trabalho. O fator preferido dos brasileiros é a progressão de carreira, com 27%.
A psicóloga especialista em orientação profissional da ProCarreira, Angela Elias, alerta que a maioria das empresas não faz o “tema de casa” e por isso acaba por perder profissionais que potencialmente seriam perfeitos para o trabalho.
- As necessidades do mercado se transformam rapidamente. Para manter a vantagem competitiva, a empresa deverá ter uma exata noção de quais as competências técnicas são necessárias para manter o diferencial e atingir os resultados esperados. Desta forma, investir em desenvolvimento e qualificação das pessoas é a melhor estratégia para o sucesso da organização e para a retenção de talentos – analisa Angela.
A orientadora de carreiras ainda ressalta que o mercado sofre mudanças constantes e condições econômicas incertas, por isso, é natural que o candidato não esteja totalmente pronto. Assim, o empregador deve estar atento às pessoas com potencial de êxito para a vaga e oferecer condições atrativas para que elas permaneçam e se desenvolvam pessoal e profissionalmente.
Nenhum comentário