Últimas

4% dos adolescentes apresentam Escoliose Idiopática. Meninas são mais afetadas

São Paulo, 06 de julho de 2017 - Escoliose é uma deformidade lateral de pelo menos 10 graus, normalmente acompanhada de rotação do tronco, apresentando-se como uma coluna em “S” ou em “C”, quando observamos o paciente de frente ou de costas. Acomete cerca de 4 em cada 100 adolescentes, de formas variadas, sendo que 80% dos casos da deformidade acontecem no início da adolescência (escoliose idiopática do adolescente), em meninas, entre 9 e 10 anos, e em meninos, entre 11 e 12 anos. A escoliose idiopática do adolescente predomina entre o sexo feminino, sendo 3 para cada um do sexo masculino.

“A escoliose idiopática não tem causa definida. No entanto, já são conhecidos alguns fatores que influenciam a doença: genética, melatonina e anomalias em fibras musculares”, explica Dr. Vinicius Benites, cirurgião especialista em coluna vertebral e presidente da Sociedade Brasileira da Coluna – Regional São Paulo.

Segundo a Sociedade para a Pesquisa em Escoliose (SRS), a deformidade pode ser subdividida em escoliose idiopática infantil (0 a 3 anos), escoliose idiopática juvenil (4 a 9 anos) e escoliose idiopática do adolescente (10 anos até a maturidade esquelética). “O diagnóstico é feito através do exame físico, em geral após a deformidade já ter sido notada pelos pais ou professores, os quais percebem assimetria de ombros, curvatura anormal da coluna e assimetria na região da cintura”, esclarece Dr. Vinicius.

Também são realizados exames complementares, como a radiografia panorâmica com inclinações, que mostre toda a coluna em um só filme, e avalia a flexibilidade da escoliose. Outros exames que podem ser solicitados são a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. “Úteis em determinados casos, principalmente nos mais complexos ou que apresentam sinais de outras doenças que possam estar causando a escoliose”, diz Dr. Vinicius.

Quando o tratamento cirúrgico é indicado – Embora na maioria dos casos os especialistas em coluna indicam o uso de coletes, há outros em que apenas a indicação cirúrgica corrige a deformidade. “A decisão pelo colete ou cirurgia vai depender do tamanho da curva, da idade ou maturidade do paciente e da própria vontade desse no que se refere à questão estética”, diz Dr. Vinicius.

O presidente da Sociedade Brasileira da Coluna – Regional São Paulo diz que nas curvas abaixo de 25 graus recomenda-se apenas observação e avaliação das radiografias a cada 4-6 meses. Nas curvas entre 25 e 40 graus - em adolescentes sem maturidade esquelética - são indicados o uso de colete, sendo que o uso deve ser, no mínimo 18 horas por dia. Já nas curvas de 40 graus - em adolescentes imaturos esqueleticamente - a cirurgia pode ser indicada e para pessoas já com maturidade esquelética, a cirurgia em geral se recomenda a partir dos 50 graus. “Nos casos cirúrgicos, o que é feito na atualidade é uma correção da coluna nos três planos: correção da escoliose, da rotação da vértebra, que sempre acompanha essa deformidade, e também a cifose da região torácica”, esclarece.

A segurança do paciente com relação aos seus movimentos é feita pela monitorização eletrofisiológica, a qual informa o cirurgião, em tempo real, se o paciente está em risco de perder os movimentos. Devido a essa importante ferramenta, a chance de complicações graves, como a perda de movimentos das pernas em cirurgias de escoliose, caiu para menos de 1% dos casos.

“A evolução dos casos que são operados é em geral muito gratificante, já que há imediatamente uma grande melhora da autoestima dos pacientes, além da diminuição dos outros efeitos da deformidade como a dor”, diz Dr. Vinícius.

Nenhum comentário