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Growth Hacking: uma nova quebra de velhos paradigmas

Por Alexandre Quinze, CEO da Trutec


Quem está atento às inovações na gestão dos negócios tem algum conhecimento (ou ao menos já ouviu falar) sobreGrowth Hacking, a metodologia utilizada no Vale do Silício, criada com base nas melhores práticas de hipóteses e experimentos. 
Hacking, muitas vezes, pode ser encarado como um termo usado em problemas de segurança cibernética, mas quero aqui convidar à uma interpretação em sua definição literal: encontrar formas de sobrepujar barreiras para algo. Convido à reflexão sobre o conceito extrapolar a condução para chegar realmente à uma linha de pensamento assertiva. 
Mas, não se trata de ter uma ideia mirabolante, e sim de uma construção empírica de um negócio. Sendo assim, Growth Hacking pode ser entendido como formas de se aproveitar da maneira correta de derrubar empecilhos e impedimentos para o crescimento. E que tipo de crescimento? Falo de um crescimento exponencial.
Muitas startups, por exemplo, buscam a prática do conceito sem uma visão clara sobre sua aplicação. É preciso ter em mente que se trata de encontrar oportunidades de evoluir visando resultados concretos. Ou seja, potencializar o desenvolvimento da empresa com uma solução que interfere diretamente no pensamento e na ação do marketing digital.
Segundo Sean Ellis,  ex-líder de Growth do Dropbox e do LogMeIn e fundador do Qualaroo e do GrowthHackers, e criador da metodologia, “É mais importante monitorar o que levou ao resultado do que o resultado em si”. 
Ou seja, o marketing tomou um novo rumo, inclusive muitas habilidades profissionais se tornaram obsoletas. A prática do Growth Hacking tem como grande trunfo a mentalidade, tendo como traços estratégicos o pensamento voltado aos dados, capacidade de escalabilidade e criatividade. O “x” da questão é fazer muito mais com muito menos, entregando uma solução mais completa e eficiente.
“Growth Hacker é a pessoa cujo verdadeiro norte é o crescimento. Tudo o que essas pessoas fazem é minuciosamente pensado para o potencial de crescimento de forma escalável”, destaca Ellis.
Trata-se ainda de uma visão sobre o marketing que ultrapassa as barreiras do funil na aquisição de clientes para chegar na conquista de clientes fiéis e engajados, mesmo porque de nada adianta crescer sem objetivo, o que faz a diferença é a habilidade de retenção. A diferença é justamente manter o foco na experiência. 
Olhando para as startups que estão cada vez mais buscando essa prática, é preciso mudar as regras do que é aplicado nos canais tradicionais para inovar fora desses canais. Criar medidas que tratam o cliente com integridade, inclusive na comunicação.
Mergulhar com mais profundidade e testar novas ideias. Enquanto o marketing tradicional estuda o cliente de dentro para fora, o que assistimos no Growth Hacking é justamente completamente o fluxo: dentro e fora de um produto ou serviço. Para isso, é preciso agregar o entendimento do valor de determinada solução aliada ao desafio de levar novos usuários de forma mensurável e rápida.
Prestar a devida atenção à narrativa do produto é uma das etapas fundamentais do processo. Um storytelling bem elaborado se torna valioso para as startups. Mas a chave dessa etapa é ir além, isto é, construir boas histórias para que as pessoas queiram conhecer mais o negócio, estimulando o real interesse do consumidor.
Outra parte fundamental é a conceituação da credibilidade, que não acontece do dia para a noite. Mas, é preciso ter um foco bem direcionado à essa conquista, pois as pessoas precisam acreditar que existe uma transformação real e necessária a ser feita e que a solução da startup, ou qualquer outra definição de empresa, será parte inevitável dessa mudança de paradigma.
Além dessas características, é fundamental manter o conteúdo fácil e compreender, por meio da escuta ativa, o que os consumidores buscam e se preocupam. Ou seja, é preciso ter uma atuação direcionada às necessidades dos clientes. Não é mais “fazer por fazer” ou “fazer para vender”. O que o Growth Hacking nos traz é uma nova forma de gestão no marketing, na qual se faz para atender o consumidor, o trabalho deve ser consolidar a necessidade do cliente com o que a solução pode de fato entregar.
É uma reflexão sobre essa “virada de chave”, focando agora na entrega de alta performance e em cultivar o máximo potencial dos produtos e serviços. Fazer novas provocações, pensar diferente, de maneira disruptiva, sobre as soluções para criar diálogos fortalecidos ao longo do caminho de fortalecimento da marca. É disso que se trata. 
Alexandre Quinze é o co-founder e CEO da TruTec. Formado em Engenharia pela Universidade de São Paulo (USP), com especializações em Supply Chain, na Universidade da Califórnia, em Inovação Tecnológica, na Universidade Estadual de Campinas, e MBA em Administração, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), instituição na qual é professor há mais de 11 anos. Possui sólida experiência, com mais de 30 anos, em empresas nacionais e internacionais de grande porte, como Philips, Rimini Street, PwC Brasil, CBMM e Flextronics Internacional.

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