Marketing de Impacto: Positivo ou Negativo?
Por Gisele Pontim, especialista em Marketing e Comunicação Corporativa na Trutec
Nossas “Caixas de Entrada” vão ficando cada vez mais lotadas de e-mails que se configuram como “Spam”, mensagens surgem no Whatsapp (isso quando não nos colocam em Grupos sem perguntar se queremos mesmo fazer parte) e nos questionamos sobre como será que descobriram nossos contatos. Infelizmente, esse cenário se torna cada vez mais comum.
A experiência de receber mensagens totalmente desconectadas de nossos interesses é algo praticamente rotineiro nas ações de marketing e, diversas vezes, somos abordados pelo nome e função profissional em questões bem divergentes de nossa realidade.
Essa onda de abordagens ineficazes tomou conta do universo online, inclusive nas Redes Sociais. E muitas empresas acreditam que essas são as “fórmulas mágicas” para fazer seus produtos ou serviços se destacarem. De um lado, ficam as empresas que vendem esses serviços como soluções de impacto, mas que acabam não entregando o prometido porque se torna absolutamente impossível gerar resultados com “tiros no escuro” e de outro lado, ficam aqueles que aderem a esses serviços na esperança de alcançarem vultosos números de faturamento.
Convido à reflexão sobre como todo esse comportamento é prejudicial tanto para quem vende quanto para quem compra. Peter Drucker, considerado um dos “gênios” da administração e gestão moderna, nos chama ao fato de que “a meta do marketing é conhecer e entender o consumidor tão bem que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho”.
Podemos entender por este conceito que vender deve ser um ato de atender a uma necessidade e não de forçá-la a existir. Essa se torna uma verdade absoluta, pois os consumidores estão cada vez mais conscientes da aquisição de produtos ou serviços que sejam convergentes aos seus propósitos e se adequem, para muito além de suas necessidades, com seus estilos de vida, hábitos e crenças.
Estamos na era do consumo consciente e sustentável. E a premissa desse cenário é enfraquecer a “compra pela compra’ e fortalecer a “compra como um ato de conexão”. A pesquisa “Mudanças no Comportamento do Consumidor Brasileiro” publicada pela consultoria global McKinsey, no início deste ano, aponta que o consumidor brasileiro está ficando cada vez mais exigente.
Cerca de 85% dos brasileiros experimentaram novas marcas em busca de melhor valor, o que indica menor propensão à fidelidade, mas 52% dos consumidores afirmam que priorizam fazer compras em lojas conhecidas durante a pandemia. A mesma fatia diz que está atenta em como as empresas lidam com sustentabilidade e ações sociais.
Diante desse contexto vale a provocação sobre a efetividade das campanhas de marketing que visam entregar o mesmo conteúdo, com a mesma abordagem e sem critério estratégico estabelecido, utilizando os meios digitais, para atrair consumidores. Não se trata de não utilizar os recursos de Outbound ouInbound, que são um conjunto de estratégias para atrair leads e clientes, mas de como utilizá-las de forma coerente e assertiva.
A “virada de chave” está justamente quando as empresas compreendem o consumidor como um ser humano por trás da pessoa jurídica. Quero dizer com isso que as empresas dialogam com pessoas e não com CNPJs. E esse entendimento vai ao encontro de criar uma abordagem empática a um público que realmente por dar “match” com o produto ou serviço.
Para fazer isso acontecer é fundamental conhecer o cliente de duas formas: a primeira é saber reconhecer quem é realmente seu cliente e a segunda é compreender qual é seu comportamento de acordo com sua realidade. Esse pode parecer um conceito um tanto “batido” mas quando a prática dele se torna o alicerce de uma marca, ela jamais irá dialogar de maneira ineficaz, seja por E-mail, Whatsapp ou Redes Sociais, simplesmente porque saberá direcionar sua abordagem e seu conteúdo para atender realmente seu público.
Um estudo de branding, que entre outas esferas irá direcionar o posicionamento de mercado de uma empresa, fazendo-a conhecer seu público-alvo, realizado por uma equipe competente, é um esforço necessário para que o relacionamento com o cliente seja de fato proveitoso, promissor e duradouro.
Planejamento e realismo são palavras-chave na hora de tomar uma decisão de compra. Então, que tal aprender a se colocar no lugar do outro na hora de dialogar com o cliente? Empatia é um exercício para o marketing humanizado de nossos tempos. Fica o convite!
*Gisele Pontim é especialista em Marketing e Comunicação Corporativa na Trutec, spin-off do grupo Vedacit. Formada em administração pela UNIFAI e pós-graduada em Gestão Empresarial pelo Mackenzie, possui experiência de mais de 13 anos nas áreas de Marketing Digital, Comunicação Corporativa e Relações Públicas e Institucionais.
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