O sorriso do colaborador como estratégia do negócio
*Por Rose Gabay
Nos últimos meses, venho me deparando
com o crescimento de um debate ao qual me dedico há alguns anos. Encaro com
alegria a busca, cada vez maior, por parte das lideranças e áreas de gestão de
pessoas, do entendimento do papel das corporações, no que diz respeito ao
equilíbrio entre performance e felicidade no dia a dia dos colaboradores.
Sem dúvida, essa discussão tomou fôlego
em função das circunstâncias adversas da pandemia e do distanciamento social. O
período trouxe à tona a visão de que saúde mental não é um tema que deva ser
tratado à parte, mas, sim, uma pauta importantíssima na qual as empresas devem
agir de maneira propositiva, oferecendo condições para o desenvolvimento e o
equilíbrio de cada pessoa no desempenho de sua função e no acolhimento de suas
subjetividades.
Estamos diante de uma verdadeira
oportunidade de mudança de mentalidade no universo corporativo. Muitas empresas
estão trazendo pela primeira vez para o centro do negócio uma real discussão
sobre a felicidade. Em meu entendimento, isso só é possível devido à
conscientização e à capacitação da alta gestão.
No ramo em que atuo, nossa expertise é o
cuidado com o sorriso. São estratégias que extrapolamos para a esfera de gestão
de pessoas nos últimos anos, para ampliar as discussões sobre o bem-estar
corporativo e tornar esse tema essencial aos pilares estratégicos da companhia.
Com isso, vimos aumentar também o sorriso dos nossos times e alcançamos o
melhor resultado de nossa pesquisa de clima entre os colaboradores durante a
pandemia.
Essa experiência me mostra como é
fundamental que a liderança abrace a causa da felicidade. E, quando digo isso,
estou falando da implementação de uma agenda estratégica, que colabore para
temas como desempenho e performance, baseada em conhecimento científico.
Estratégia apoiada, por exemplo, pela neurociência, para a compreensão de
questões comportamentais que criem um ambiente favorável para a felicidade.
Programas de saúde mental são
importantes, mas não suficientes. Empatia, compaixão, diversidade e inclusão
são valores que devem ser trabalhados diariamente pelos líderes, como parte da
busca de resultados. Colaboradores felizes entregam mais resultados, e por mais
tempo.
Creio que, assim como outros temas que
pareciam apenas uma onda e vieram para ficar, a felicidade corporativa é uma
tendência que não se extinguirá. Essa discussão deve ditar a retenção de
talentos nos próximos anos. Vale ficar atento a quem estará mais preparado para
extrair sorrisos dos colaboradores nesse futuro.
*Rose Gabay é diretora de Recursos
Humanos do Grupo Odontoprev, empresa líder em planos odontológicos na América
Latina e maior operadora do setor de saúde do Brasil em número de clientes.
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