81% dos brasileiros têm contas em mais de uma instituição financeira; automação de serviços é baixa
Principal motivação para diversificação de provedores de serviços é a busca por melhores ofertas, segundo a pesquisa do PayPal "Terceira Onda de Inovação Fintech"
Oito em cada dez brasileiros têm conta
em mais de uma instituição financeira, ou seja, controla suas finanças de força
desagregada. É o que aponta a pesquisa “Terceira Onda de Inovação Fintech”,
realizada pelo PayPal, líder mundial em pagamentos eletrônicos. O principal
motivo para tanto é a busca pela melhor oferta, segundo 41% dos entrevistados
no levantamento; a preferência por diversificação de provedores de serviços é
importante para 31%; seguida pela qualidade no atendimento ao cliente (30%).
A pesquisa “Terceira Onda de Inovação
Fintech” foi realizada pela equipe de Política Pública e Pesquisa do PayPal e
envolveu um público de 4.000 pessoas em quatro mercados - EUA, China, Brasil e
Alemanha. O levantamento buscou entender melhor como os consumidores estão
acessando serviços financeiros; como a evolução das tecnologias pode melhorar o
acesso financeiro e a saúde financeira; e as condições e requisitos para
inovação responsável e equitativa no setor de fintech.
“Ao olharmos em retrospectiva a evolução
do PayPal, como primeira fintech mundo, e dos serviços financeiros, podemos
dizer que grandes mudanças ocorreram com a combinação de três fatores: crises
socioeconômicas, mudanças no ambiente regulatório e novas tecnologias. Sendo
assim, nosso estudo visa mapear quais seriam os próximos passos dessa evolução
fintech”, explica Leonardo Sertã, Head de Desenvolvimento de Mercados do PayPal
para a América Latina.
Participação de serviços financeiros agregados e desagregados entre entrevistados
Motivos para optar por serviços
financeiros desagregados
|
US |
Brazil |
China |
Germany |
Look for the best
deal |
32% |
41% |
28% |
29% |
Better customer
service for certain service lines |
27% |
30% |
37% |
25% |
Different companies
specialize in different product and service offerings |
39% |
25% |
29% |
23% |
Prefer diversifying
service providers |
27% |
31% |
43% |
15% |
One of my financial
products is with a different financial institution so I opened an account
with them |
20% |
20% |
26% |
22% |
Greater privacy
enhancement by avoiding concentration of data with one entity |
17% |
15% |
36% |
16% |
Don't have the
interest to look at other options |
15% |
13% |
12% |
22% |
Don't have the time
to look at other options |
10% |
9% |
13% |
13% |
Other |
3% |
1% |
0% |
2% |
Os dados mostram que o grande volume de
consumidores que detém serviços financeiros desagregados, ou seja, com vários
provedores diferentes, destoa da preferência declarada. A Fig. 1 mostra uma
porcentagem semelhante entre as pessoas que preferem ter todo o seu dinheiro em
uma instituição financeira e as que preferem ter seu dinheiro distribuído em
várias instituições nos EUA, Brasil e Alemanha. Paralelamente, no Brasil, 29% dos
entrevistados indicaram ter problemas para manter o controle de todas as contas
financeiras.
Já a análise geracional desse universo
de consumidores revela que, nos Estados Unidos, no Brasil e na China, uma
porcentagem menor da Geração Z* prefere ter seus serviços financeiros em
diversas instituições, em comparação com as gerações Y* (Millennials) e X*
(Fig. 3). Isso implica que, à medida que mais indivíduos da Geração Z entrarem
em estágio de maturidade financeira, irão potencialmente empurrar a preferência
geral do consumidor para serviços financeiros agrupados em uma única
instituição. Mas claro que suas preferências podem evoluir conforme suas
necessidades financeiras mudam.
*Geração Z: nascidos entre 1995 e 2010;
Geração Y/Millenials: nascidos entre 1980 e 1995; Geração X: nascidos entre
1960 e 1980.
Os entrevistados que agruparam serviços financeiros têm muito pouco desejo de desagregar – menos de 10% em todos os mercados que pesquisamos –, enquanto que uma parcela significativa dos entrevistados – por exemplo, 31% no Brasil – que atualmente usam serviços financeiros desagregados preferem agrupar seus provedores de serviços financeiros (Fig. 4).
“No decorrer dos últimos 15 anos, os
bancos deixaram de ser a única opção para pagamentos, empréstimos, crédito,
finanças pessoais, gestão de investimentos, seguros, transferência de dinheiro
e outros. A conveniência do balcão único deu lugar à novidade, à sofisticação e
à especialização de vários aplicativos e canais”, avalia Sertã. “A
diversificação dos provedores de serviços pode ser motivada pelo desejo de
aumentar a privacidade e evitar a concentração de dados em uma entidade. Também
influencia a proposta de valor de cada provedor, aí incluímos ofertas e
conveniência, como poder resolver tudo por meio de um aplicativo. O consumidor
está sendo atraído por quem oferece mais com melhor custo e menor esforço, e
acompanhamos uma competição positiva por essa preferência. Podemos dizer que a
diferença entre as preferências declaradas e o comportamento do consumidor cria
um cenário complexo, então as empresas devem estas antenadas para oferecerem os
serviços que satisfaçam um consumidor cada vez mais exigente”, conclui.
Quando os serviços financeiros entrarão
no piloto automático?
Avanços em big data e inteligência
artificial resultaram em automação em escala de diversas indústrias. A
automação em serviços financeiros pode ser tão trivial quanto usar o débito
automático em conta para pagar a fatura do cartão de crédito, como futurista,
ao receber um aconselhamento financeiro de um robô (“robo-advising”). Na
esteira da digitalização acelerada durante a pandemia COVID-19, podemos esperar
muitos serviços financeiros sendo realizados por robôs, mas o quadro completo é
mais complicado.
A pesquisa “Terceira Onda de Inovação
Fintech” também investigou o tema, e todos os entrevistados nos EUA, Brasil,
China e Alemanha indicaram baixos níveis de adesão à automação (Fig. 1). Por
exemplo, na maioria dos mercados, apenas 1 em cada 5 consumidores está
automatizando o pagamento de dívidas, com a maior taxa sendo registrada na
China (30%) e o Brasil ficando com 22% dos entrevistados. Praticamente todos os
serviços pesquisados que poderiam ser automatizados têm baixa adesão no Brasil,
incluindo depósito automático de salário em conta (21%), aplicação financeira
para aposentadoria (11%), aplicação financeira para emergências (23%), decisões
de investimento (13%), entre outros. O serviço financeiro mais automatizado no
Brasil é o pagamento de contas recorrentes, com 31% de penetração (índice na
Alemanha é de 50%).
O patamar surpreendentemente baixo de
adoção de serviços financeiros automatizados é ainda mais aparente quando os
entrevistados foram questionados sobre seu nível de interesse em migrar para o automático
(Fig. 2). Mais abertura foi registrada na China e no Brasil, onde quase 1 em
cada 5 entrevistados expressou interesse em automatizar o pagamento de contas
recorrentes e o aconselhamento no pagamento de dívidas.
Embora os consumidores não tenham
entusiasmo em automatizar os serviços financeiros, muitos deles desfrutaram da
conveniência da automação por meio de serviços financeiros incorporados em
outras plataformas. Um exemplo simples é o sistema de pagamento do Uber, que
dispensa cartão, senha e outras etapas. Onde a transação financeira está
embutida, os consumidores não precisam mais perder tempo explorando ativamente
e adquirindo produtos financeiros. Em vez disso, ofertas financeiras
personalizadas estão disponíveis no ponto de venda por meio da plataforma de
atendimento não financeiro, como é o caso do parcelamento de compras em um
e-commerce, por exemplo.
A aparente contradição entre a hesitação
em automatizar encontrada pela pesquisa e a adoção anedótica de finanças
embutidas em outros serviços pode estar revelando o desafio central da
automação: o poder de escolha como chave para um equilíbrio entre conveniência
e controle.
Então, o que pode dar aos consumidores
uma sensação de controle? A resposta dos entrevistados a outra pergunta pode
fornecer uma pista (Fig. 3). Surpreendentemente, 71% dos entrevistados no
Brasil indicou que precisam de mais educação sobre pagamentos digitais. Além
disso, 36% dos entrevistados relataram não se sentir confortáveis o suficiente
com o smartphone para transações financeiras.
“A digitalização acelerou de maneiras
sem precedentes durante a pandemia de COVID-19, mas a adoção adicional da
automação pelo usuário só será alcançada se os consumidores se sentirem mais
confortáveis com a tecnologia e tiverem maior nível de conhecimento percebido e
compreensão sobre como esses serviços funcionam”, adiciona Sertã.
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Sobre o PayPal
O PayPal permanece na vanguarda da
revolução dos pagamentos digitais há mais de 20 anos. Ao levar cada vez mais
tecnologia aos serviços financeiros e ao comércio, tornando-os mais
convenientes, acessíveis e seguros, a plataforma PayPal capacita os mais de 403
milhões de consumidores e comerciantes, em mais de 200 mercados, para ingressar
e prosperar na economia global. Para mais informações, visite paypal.com.
Conheça e acesse:
Newsroom do PayPal: https://newsroom.br.paypal-corp.com/home
www.doecompaypal.com.br
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