Global Entry: um grande aliado para novas oportunidades de negócios entre Brasil e Estados Unidos
Após alguns anos de negociação, finalmente, em 2022, o Brasil passou a fazer parte dos países que possuem acordo com o governo estadunidense para facilitar a entrada de estrangeiros em território norte-americano. Desde 7 de fevereiro, o País aderiu ao programa Global Entry, que permite agilizar o processo de admissão de passageiros frequentes, de baixo risco e previamente aprovados, nos Estados Unidos.
O programa é administrado pela
Autoridade de Aduanas e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP), e
garante ao aprovado alguns benefícios, como redução de espera na entrada nos
EUA, necessidade de menos papel e acesso à entrada expressa em outros países.
Argentina, Colômbia, Reino Unido, Alemanha, Panamá, Singapura, Coreia do Sul,
Suíça, Taiwan e México também já fazem parte do Global Entry.
E para nós, brasileiros, o que muda ao
viajar? Em primeiro lugar, o processo de qualificação do programa é bastante
exigente, principalmente, se considerando os critérios de imigração para os EUA
e o nível de acesso a informações dos viajantes.
Se olharmos os últimos acontecimentos, é
possível verificar uma certa tentativa de flexibilização nas exigências
migratórias de forma recíproca. De um lado, o Brasil deixou de exigir o visto
de visita aos americanos que vêm ao Brasil a turismo e negócios. Já o
Secretário de Estado Americano, no que lhe concerne, instruiu os Consulados
Americanos no Brasil a isentar alguns candidatos de entrevista para solicitação
de vários tipos de vistos, inclusive o de trabalho mais comum, conhecido como
L-1.
Mas, em resumo, com essa entrada do
Brasil no Global Entry, tanto quem pretende migrar quanto viajantes frequentes,
o processo torna-se muito mais ágil e rápido. Isso porque não é preciso
apresentar-se para uma entrevista com o agente de imigração. As facilidades
também incluem o autoatendimento, que está disponível na maioria dos aeroportos
americanos. Ou seja, não é necessário aguardar mais na mesma fila que todos os
outros passageiros que chegam nos EUA via aérea de todos os lugares do
mundo.
Lembrando que o objetivo do Global Entry
é acelerar o processo de admissão dos viajantes. Isso não elimina a necessidade
de passarem por uma rigorosa verificação de antecedentes e pela entrevista
pessoal. E, sempre há o risco de ser selecionado para exames adicionais ao
entrar nos Estados Unidos.
E quanto ao visto? O programa seria um
substituto para ele? Essa é uma dúvida constante. Mas a Global Entry não
substitui a exigência do visto e nem todos os tipos de vistos estão
qualificados para utilização do programa, como, por exemplo, o H-3, utilizados
para trainee, ou
vistos K, para familiares de cidadãos norte-americanos. Crianças e adolescentes
também podem inscrever-se com o consentimento do responsável já que o benefício
do programa é pessoal e não se estende a familiares.
Porém, não podemos negar que o Global
Entry é um avanço importante e considerável que vem auxiliando diversos
países ao criar alternativas mais ágeis na imigração. A associação do Brasil
neste programa facilita não só a vida de quem realiza viagens frequentes, de
uma maneira mais fácil e menos burocrática, como também abre também um caminho
para desenvolvimento de negócios entre os países.
Rafael Pavanelli, Gerente Regional de Imigração-
Américas da Crown Worldwide no Brasil
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