É preciso desmistificar os testes comportamentais
Juliaine Cunha, da abler, mostra como empresas
podem reduzir insatisfação dos candidatos
Criados como forma de
identificação e agrupamento de pessoas com determinados traços de personalidade
e comportamentos, os testes de perfil comportamental têm sido vistos como uma ferramenta importante dentro do setor de
recursos humanos. Por outro lado, tem provocado
insatisfação em alguns candidatos em virtude de questões como tempo para
elaboração e falta de acesso aos resultados.
O setor de Recursos
Humanos tem trabalhado com os testes como forma de identificar tendências de atitudes
frente a diferentes situações que os colaboradores podem
enfrentar no dia a dia, seja no trabalho em equipe, em conflitos ou
adversidades. A busca é por uma cultura organizacional harmoniosa e pelo
encontro dos perfis mais presentes na cultura da empresa. Com questionários que
mapeiam as competências dos colaboradores, a partir das respostas, são
identificados padrões comportamentais, sendo avaliadas habilidades como tomada
de decisões, estilo de liderança, nível de autoestima e reação à pressão, entre
outras.
Só que tudo isso tem
levado candidatos a um certo desconforto. E um dos argumentos para isso é o de
que o tempo investido para responder a esses testes seria muito alto. “De
fato, é comum que haja um desencorajamento do candidato ao perceber que
precisará preencher um teste comportamental para concorrer a uma vaga”, afirma
Juliaine Cunha, que atua como gestora comercial desde 2019 e representa a abler, empresa de software de recrutamento e seleção.
O que Juliaine lembra é
que nem todo teste é
demorado. “Os mais utilizados no mercado, como DISC e Big Five,
podem ser respondidos em
minutos. Isso ajuda a empresa a otimizar o processo seletivo e
torná-lo mais objetivo, eliminando uma entrevista que teria esse foco”, atesta.
A falta de acesso dos
candidatos aos resultados mais completos do inventário é outro ponto de
discórdia. Juliaine afirma que as empresas poderiam absorver tal custo, uma vez
que geralmente o candidato está desempregado e este investimento poderia
atrapalhar sua organização financeira. “Entendemos que é um direito que o candidato tem de
receber minimamente o relatório que foi gerado a partir de suas
perguntas. Afinal, estamos falando de uma análise sobre as suas
características. Na abler, trabalhamos com o Genty, uma plataforma de testes comportamentais que
permite ao candidato ter acesso integral ao relatório gerado por meio de
suas respostas”, confirma.
E há algum limite para
os testes não estressarem ou frustrarem o candidato? Segundo Juliaine, os principais pontos de frustração
e estresse não estão relacionados à sua aplicação, mas a fatores como o momento
em que eles são aplicados, a
submissão de um candidato a mais de um teste para a mesma
posição e a não utilização dos resultados das avaliações realizadas durante a
seleção. “Aplicar uma avaliação comportamental em um candidato imediatamente
após a sua candidatura não é benéfico para nenhuma das partes: para a empresa,
gera a necessidade de avaliar inúmeros relatórios; para o candidato, um tempo
despendido sem que ele sequer saiba se vai progredir para uma segunda etapa do
processo. Inclusive, no médio prazo, dá a impressão ao candidato de que ele está
sendo recusado de imediato em razão do teste comportamental, quando a sua
desclassificação pode ter sido por qualquer outro fator”, aponta.
Sobre Juliaine Cunha
Graduada em Direito
pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), possui MBA em Liderança e Gestão
de Pessoas, pela PUC-RS. Atua como gestora comercial desde 2019, tendo mais de
cinco anos de experiência na área de vendas. Entusiasta por pessoas e
processos, acredita que um negócio de sucesso vem a partir do resultado dessas
duas forças unidas.
Sempre se interessou e
trabalhou indiretamente com Recrutamento e Seleção. Ingressou na abler em 2021,
liderando a interface de novos negócios.
Sobre a abler
Por quase dez anos, os fundadores atuaram no setor de recursos humanos. Essa bagagem trouxe experiências, vivências e principalmente, um olhar tecnológico sobre as dores do setor. No ano de 2016, a inconformidade com as necessidades da área de RH os impulsionou a iniciar a criação da abler, desenhando um software de recrutamento e seleção olhando para as maiores dores da área. Nestes quatro anos, a abler já conquistou mais de 300 clientes por todo o Brasil e mais de 40 mil vagas já foram fechadas através da plataforma, conquistando um tempo médio de 8 dias para o fechamento de vagas. Hoje, o software disponibiliza um banco de talentos mais completo, sendo mais de 3 milhões de profissionais cadastrados.
Nenhum comentário