O papel dos bibliotecários em universidades de medicina e a importância de bases de conhecimento para o aprendizado do aluno
Por Ana Paula R. Lima
É inegável a alta demanda por estudos e pesquisas para a formação
integral do profissional de medicina. Levando em consideração a necessidade de
especialização profissional e as atualizações cada vez mais constantes da
literatura científica para a área da saúde, as bibliotecas de universidades de medicina
assumem papel essencial neste contexto, juntamente com a ampliação de soluções
que auxiliem estes estudantes no que se refere à busca por conteúdos de
qualidade e evidências
confiáveis e atualizadas.
Durante o período mais delicado da pandemia, as bases de conhecimento
foram cruciais para manter a rotina de ensino, uma vez que as bibliotecas se
mantiveram fechadas, seguindo os protocolos de distanciamento social.
Neste sentido, é importante entender o impacto da gestão de informações
para a formação do estudante de medicina, desde o ciclo básico até os últimos
anos de residência, bem como a função essencial exercida pelos bibliotecários
durante este processo.
A importância dos bibliotecários para as universidades de medicina e
para a formação médica
Muito mais do que responsável pelo atendimento, o bibliotecário cumpre
funções importantes nas universidades de medicina e atua como mediador entre
informação e estudante. No contexto organizacional, o profissional atua
diretamente em diversos processos, como a colaboração para a atualização dos
planos de curso e para a escolha das bibliografias, juntamente com professores
e Núcleo Docente Estruturante (NDE). Além disso, o bibliotecário exerce
atividades também com os alunos, a fim de contribuir para o aprendizado e a
autonomia do estudante.
A partir disto, é fundamental que exista a aplicação dos conhecimentos
pedagógicos pelo bibliotecário dentro das universidades, para que seja possível
conduzir o aluno ao protagonismo na busca da informação adequada. Desta forma,
cabe ao bibliotecário colaborar com a construção do conhecimento dos alunos.
Diante deste contexto, o grande desafio para estes profissionais é
enfatizar aos estudantes a importância de bases de conhecimento que permitam
mais assertividade na busca por conteúdos atualizados. Mas, claro, sem
descaracterizar a relevância do espaço físico da biblioteca.
A importância das bases de conhecimento para a ampliação do aprendizado
Atualmente, grande parte dos estudantes que estão ingressando nas
universidades são nativos digitais. Neste sentido, as soluções que ofereçam
conhecimento, mas que entreguem isto de uma forma digital e que conversem
tecnologicamente com estes alunos têm um potencial de adesão ainda maior por
parte destes estudantes. Este fato, certamente, colabora para o aumento do uso
de ferramentas e softwares dentro das instituições de ensino. Entretanto, isso
não se traduz na boa exploração dos recursos para extrair as melhores e mais
confiáveis informações das publicações.
De acordo com o estudo “Leitores
do Século 21 - Desenvolvendo Habilidades de Alfabetização em um Mundo Digital”, realizado pela OCDE
(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no Brasil, apenas
33% dos estudantes foi capaz de distinguir fatos de opiniões, em uma das
perguntas aplicadas.
Assim, o papel de mediador exercido pelo bibliotecário ganha mais
destaque, a fim de contribuir para a capacitação dos estudantes no que diz
respeito à apresentação dos recursos existentes, das possibilidades de pesquisa
e das bases de conhecimento disponibilizadas ao aluno, bem como a melhor forma
de avaliar a qualidade da informação que o universitário deseja.
Além disso, de um modo geral, os livros físicos não conseguem acompanhar
com a mesma velocidade as atualizações disponíveis em e-books e publicações
científicas existentes nas bases de dados. Neste sentido, cabe ao profissional
da área auxiliar os estudantes para que eles consigam se atualizar e utilizar
as ferramentas tecnológicas para garantir a informação mais adequada durante os
ciclos de estudo e, posteriormente, as melhores evidências clínicas para
aplicação prática da medicina.
Outra questão relacionada aos livros é o espaço disponível para
armazenamento. À medida que novas publicações são realizadas, os espaços
físicos tornam-se cada vez menores. Com essa proporção inversa, a literatura
virtual ganha espaço, uma vez que a tecnologia possibilita o armazenamento
praticamente infinito de conteúdo com a evolução da nuvem, garantindo que estes
materiais estejam sempre à disposição daqueles que precisarem.
Portanto, é fundamental que o bibliotecário crie condições para incentivar a utilização de ferramentas que auxiliem o aprendizado e fomente, nestes alunos, a busca pelas evidências mais confiáveis e atuais naquele determinado momento. E, este trabalho, precisa ser permanente nas universidades de medicina com o envolvimento e engajamento de toda equipe.
Ana Paula R. Lima é Executiva comercial, da Wolters Kluwer, Health Brasil.
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