63% dos consumidores possuem três ou mais contas em atraso com dívidas a partir dos R$ 3 mil, aponta pesquisa
Educadora financeira dá exemplos práticos de
como organizar vida financeira e economizar no supermercado e demais contas
domésticas
No momento em que a
inflação acumulada em 2022 atinge 10,07%, fechar as contas do mês se torna um
desafio. Boa parte dos brasileiros tem sofrido com o alto preço dos alimentos,
combustível e contas domésticas. Não à toa, no primeiro semestre de 2022, 63%
dos consumidores possuíam três ou mais contas em atraso, com dívidas a partir
dos R$ 3 mil, segundo dados da Boa Vista, empresa de inteligência analítica.
Um cálculo realizado em
agosto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), apontou que com a alta dos preços, o salário mínimo para sustentar
uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.298,91. O valor é cinco vezes
maior que o salário mínimo atual, de R$ 1.212,00.
Com o dinheiro rendendo
pouco, o que resta é olhar para as finanças e tentar se organizar. “Quando o
salário não dá para o mês, a gente pensa que precisa se privar, mas não
precisa. Existem algumas regrinhas que ajudam”, aponta Bruna Allemann,
educadora financeira da Acordo Certo, fintech de renegociação de dívidas.
O primeiro passo,
segundo a especialista, é fazer a divisão do salário. As prioridades devem ser
pagar as contas e suprir as necessidades básicas da família para os cinco
pilares: alimentação, saúde, moradia, transporte e educação. A conta é a
seguinte:
- 70% do salário para os 5
pilares (pagamentos e compras);
- 10% do salário para poupar,
investir ou guardar para uma crise emergencial financeira;
- 20% do salário para pagar o
cartão de crédito e outros luxos e gastos no mês.
Veja abaixo mais dicas
e exemplos práticos para reduzir os gastos mensais.
Economia no
supermercado
Hoje o valor da cesta
básica chega a quase R$ 750 em São Paulo. O trabalhador que recebe um salário
mínimo gasta quase 70% do rendimento com o valor da cesta. Em julho, o leite
subiu mais de 25% no varejo e acumulou alta de quase 80% no ano, segundo o
IPCA. Diante disso, a educadora financeira orienta:
- Faça compra em atacados, em vez
de supermercados comuns;
- Opte por produtos com marca de
supermercado;
- Substitua alimentos
industrializados por frutas, verduras e legumes;
- Substitua carne vermelha por
carne de porco ou frango;
- Faça compras semanais em vez de
mensais para ter mais oportunidades de descontos e menos desperdícios.
Economia em remédios
- Opte pelos genéricos, mais
baratos que os de marca;
- Prefira farmácias que tenham
parceria com seu plano de saúde;
- Veja se vale a pena promoções
como ‘leve 3 pague 2’;
- Analise se compensa comprar
remédio para alguns meses de uma vez só, especialmente se for de uso
contínuo.
Economia em contas do
lar
Gastos com água, luz e
gasolina também podem ser repensados. Em julho deste ano entrou em vigor o
aumento de até 63,7% das bandeiras de energia elétrica, reajuste aprovado pela
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Veja como economizar:
- Procure tomar banho durante o
dia para gastar menos;
- Combine de fazer esquemas de
carona com colegas de trabalho;
- Considere ir de transporte
público para o trabalho de vez em quando;
- Leve marmita para o trabalho em
vez de comprar comida na rua;
- Repense assinaturas de
streamings e outros aplicativos.
Sobre
a Acordo Certo
Fundada em 2015, a empresa atua como conexão entre o consumidor endividado e empresas parceiras, ajudando os brasileiros a conseguirem condições especiais para quitar dívidas. Comprada pelo grupo Boa Vista no final de 2020, a Acordo Certo tem ainda um papel social na função de trabalhar pela educação financeira dos consumidores.
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