A transformação digital das vagas de emprego ainda é falha
Bruno Rizzato, CPO do app Trampolim
Quando falamos em empregos, vagas
disponíveis, profissões do futuro e etc, é muito comum encontrarmos aquela
listinha de funções técnicas, geralmente relacionadas à tecnologia - e é um
fato que esses cargos costumam pagar bem. Mas o que pouco se fala é sobre a
demanda quase constante de funções consideradas mais simples. São os famosos
cargos operacionais.
Infelizmente, cargos mais técnicos ainda
são privilégio de alguns em um país ainda com muita desigualdade social. Para
piorar, passamos por crises e pandemias que deixaram marcas que irão perdurar
por anos sob o ponto de vista emocional e econômico. Mas o que podemos esperar
hoje do mercado de trabalho?
A retomada do comércio pós-pandemia traz
consigo um desafio: contratar para os cargos perdidos no período de lockdown.
Por mais que exista o desemprego em números alarmantes, também há dificuldade
por parte de quase 10 milhões de profissionais em encontrar essas
oportunidades. Mas por que isso ocorre? Dentre muitos fatores, a falta de
acesso às vagas pode ser uma resposta.
Pesquisas realizadas por plataformas de
vagas, apontam que boa parte das oportunidades de trabalho que estão
disponíveis no mercado ainda não foram digitalizadas, ou seja, estão fora da
internet. O fato é que a transformação digital das vagas de emprego é parcial
e, infelizmente, ainda não atingiu todas as camadas sociais.
Falamos daquelas plaquinhas em portas de
restaurantes, cartazes procurando por um vendedor para a loja de bairro ou até
mesmo daquele status do Whatsapp buscando por um auxiliar de limpeza. Essas
vagas podem parecer invisíveis para muitos, mas são elas que fazem boa parte de
nossa roda econômica girar.
Segundo dados do aplicativo Trampolim,
das quase 5 mil vagas abertas, 47% representam vagas encontradas na rua. Isso é
um grande representativo de que as oportunidades estão espalhadas por aí. E o
melhor é que são vagas que, em sua maioria, não exigem uma formação específica,
curso superior ou algo do tipo.
Outra pesquisa realizada pelo Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), apontou que da marca
de 1,5 milhão de empregos gerados no acumulado de 2022, as micro e pequenas
empresas foram responsáveis por 1,1 milhão, mais de 70% das vagas totais.
Vale lembrar que, assim como os
candidatos, os pequenos empresários também precisam de ferramentas para que
suas vagas alcancem os profissionais. Por isso percebemos a necessidade de
soluções no mercado de recrutamento e seleção para aproximar os candidatos
dessas vagas offline, que ainda dependem que a pessoa passe na frente do local
para saber da sua existência.
O cenário é promissor. A retomada de contratações é um fio de esperança para tantos brasileiros que ainda lutam pela dignidade de ter o seu sustento. Afinal de contas, não basta existir oportunidades, elas precisam chegar até as pessoas. Esse deve ser um compromisso na luta pelo desemprego
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