Especialista aponta os critérios que devem ser avaliados ao se investir em startups
Nemer Rahal, sócio executivo da Mindset
Ventures, destaca as diferenças entre investimentos diretos ou via fundos
São Paulo, setembro de 2022 – Ao longo dos últimos anos, a procura de
investidores brasileiros por investimentos em startups de forma direta ou via
fundos de venture capital tem sido crescente. De forma geral, investidores que
aderem a esta classe de ativos são atraídos pelo alto potencial retorno e
diversificação de risco, oferecidos pela alocação de recursos em empresas de
tecnologia. Além disso, a busca por esse tipo de investimento por vezes vem
acompanhado de um interesse adicional: a aproximação do ecossistema de inovação
no qual as empresas estão inseridas.
Este efeito verificado no mercado local
segue uma tendência também observada internacionalmente. De acordo com a
pesquisa Family Offices Investing in Venture Capital, realizada em julho deste
ano, cerca de 14% do portfólio dos family offices ao redor do mundo em 2021 era
composto por investimentos em venture capital, enquanto que se espera que essa
parcela feche o ano de 2022 em 16%.
Indiscutivelmente, a alocação de uma
parcela do portfólio de investimentos em startups pode ser bastante
interessante, dependendo do perfil de risco e horizonte de tempo do investidor.
Entretanto, cabe avaliar as diferenças, vantagens e desvantagens de se investir
diretamente nas empresas ou via fundos de venture capital.
Nemer Rahal, sócio executivo da Mindset Ventures,
gestora brasileira de venture
capital que conecta investidores a empresas de tecnologia
localizadas nos Estados Unidos e em Israel, argumenta que, por definição,
investimentos via fundos oferecem diversificação do risco no investidor, na
medida em que os recursos são alocados em múltiplas empresas, ao contrário do
investimentos direto no qual o risco é concentrado em uma ou poucas startups.
Adicionalmente, ao investir em gestores bem estruturados, o investidor passa a
contar com uma equipe de especialistas conectada neste mercado, com acesso a um
fluxo muito maior de oportunidades por ano e com processos de análise e seleção
que tendem a aumentar significativamente a chance de sucesso do
investimento.
Smart Money - Além de permitir aos investidores a
possibilidade de se exporem a este mercado, algumas gestoras de venture capital
também proporcionam algo estratégico às startups: o “smart money”. Hoje, alguns
fundos já passam a atuar de forma ativa no suporte às suas empresas investidas
a fim de auxiliá-las em seu crescimento, o que indiretamente gera valor também
ao investidor, que será beneficiado pelo crescimento das empresas no portfólio
do fundo em que investe.
Atualmente, a Mindset Ventures conta com
uma equipe de Value Creation responsável por coordenar este tipo de atuação.
“Dispomos não apenas de uma equipe de Value Creation focada 100% em dar
assistência às empresas investidas nas mais variadas frentes, como também temos
uma plataforma em nosso website com dezenas de provedores de serviço que podem
ser acessados pelas nossas startups com descontos e benefícios exclusivos”,
destaca o executivo.
Investir diretamente em uma startup
também torna o processo consideravelmente mais desafiador. Nemer pontua que o
investidor basicamente se tornará sócio direto de uma empresa, o que envolve
processos de documentação mais complexos, além de passar a ficar exposto a
potenciais passivos dependendo do mecanismo societário que utilizar. Por fim,
ao investir diretamente em uma empresa, o investidor não contará com qualquer
tipo de auxílio profissional para acompanhar seu investimento e precisará
vender sua participação por conta própria no momento em que desejar se desfazer
de sua posição.
Em resumo, sobre as razões pelas quais
fundos de investimento em venture capital poderiam ser mais adequados que
investimentos diretos a investidores em busca de oportunidades de alocação de
recursos em startups, Nemer Rahal ressalta: (i) a diversificação, levando em
consideração que o investidor dificilmente conseguiria, com os mesmos recursos,
diversificar seu investimento alocado diretamente em startups tanto quanto
através de um fundo; (ii) a qualidade da gestão, considerando que o gestores
contam com time dedicado ao tema, o que aumenta o fluxo de transações
analisadas e gera valor às empresas investidas; e (iii) a praticidade
burocrática e operacional de se investir por meio de um fundo quando comparado
a alocações diretas nas empresas.
Nemer ressalta que, de modo geral, pelo
fato de startups serem empresas jovens, naturalmente oferecem risco maior que
empresas mais maduras, assim como um potencial de retorno também mais alto a
seus investidores. “Startups possuem muito espaço para crescerem e se
desenvolverem, enquanto, na maioria das vezes, as empresas negociadas em bolsa
ou já mais maduras se limitam a crescimentos mais tímidos”, destaca. “É
importante ressaltar que todos os investimentos em startups devem ser
considerados de risco, e justamente por isso é tão importante contar com a
expertise de gestoras para auxiliarem no processo de alocação de recursos”,
diz.
Sobre a Mindset Ventures
Fundada em 2016, a Mindset Ventures é uma gestora brasileira de
venture capital que conecta investidores a empresas de tecnologia em estágio
inicial localizadas nos Estados Unidos e em Israel, principalmente aquelas com
potencial de expansão para o Brasil. Em seis anos, o Fundo já investiu em mais
de 50 startups, principalmente dos segmentos de saúde, softwares corporativos,
fintech, agronegócios e segurança cibernética, das quais ao menos dez já atuam
no país. A Mindset Ventures também recebeu prêmios em Israel nos anos de 2017 e
2018, na categoria de Fundos de Venture Capital mais ativos e reconhecimento
pela Chambers como um dos melhores fundos de Fintech de Israel.
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