O que pode conter a cápsula do tempo do nosso velho Sud?
Agora no
próximo dia 7 de setembro, será aberta finalmente a capsula do tempo sugerida
pelo então diretor do Instituto educacional “Sud Mennucci”, prof. Honorato
Faustino, a quem reverenciamos hoje, e cujo nome volta a ser exaltado depois de
100 anos. Que bela ideia, de recontar no bicentenário da Independência do
Brasil, os primórdios da “minha” velha escola. Não sei com quantos sacrifícios
frequentei a instituição no período de três anos, de 1992 a 1994. Morava em
Artemis, fazia um curso profissionalizante no Senai até 16:30 horas, voltava
correndo para minha casa, tomava um banho, comia algo e voltava ao nosso velho
Sud, para as aulas do antigo “colegial”, tendo como nossos mestres o “Prof.
Peron” por exemplo. E muitos ex colegas, a quem ainda hoje mantenho guardados
no coração, como: “Anderson, André, Andrea, Deco, Camolese, Celsinho, Faustão e
tantos outros”. Cujas amizades ultrapassam o tempo e a distância.
O “Sud” sempre
foi uma referência em nossa cidade, desde os seus primeiros dias, na região
central, quando foi fundado em 1897 para ser uma escola para formação de
professores e depois, quando em 1917 finalmente foi construído o prédio
magnifico que o abriga até hoje, no quadrilátero das ruas São João, XV de
Novembro, Dr. Otávio Teixeira Mendes e Bom Jesus. Sua importância histórica foi
reconhecida há 20 anos, quando em 2002 o Condephaat, (Conselho de Defesa do
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) reconheceu não só
sua beleza, sua importância para formação de gerações de estudantes e, ainda
hoje, depois de ampla reforma que o nosso governo estadual realizou,
transformado em escola e período integral, que recebe 450 alunos.
Mas, creio, a
curiosidade de todos nós está no que a capsula guardou nestes cem anos. Os
nomes dos professores da época? Suas fotos? Suas letras através de cartas? A
lista dos alunos daqueles dias? Livros didáticos que utilizavam? Cartas ou
desenhos dos alunos? Fotos em preto e branco? Recortes dos jornais da época,
como o Jornal de Piracicaba, que iniciou sua circulação em 1900 e permanece até
aqui; ou da antiga Gazeta de Piracicaba, que circulou entre 1882 a 1938? Algum
recado do prefeito da época, Fernando Febeliano da Costa, que governou
Piracicaba no período de 1917 a 1925? Já teríamos o símbolo SM bordado nas
camisas dos-das alunos-as da época? Uniformes esportivos da velha escola?
Objetos da época, de natureza didático-pedagógica? Bolas de basquete, vôlei?
Algum material do nosso sempre imponente laboratório de química? Cédulas do
dinheiro da época? Moedas? Um saquinho de pão da padaria mais próxima?
Quais outras relíquias daqueles dias estariam guardas por lá? A curiosidade
aumenta conforme vai chegando o grande dia. Fez bem a direção atual da escola
em reservar a semana inteira para visitas e comemorações. E, certamente, fará
melhor ainda ao promover o reencontro de diversas turmas que manifestaram
interesse em participar da efeméride.
Quero estar
entre os velhos “sudianos”, a saudá-lo sempre, pois também foi passando por lá,
nas salas com seus janelões, que o meu caráter se formou. Com as aulas, as
cobranças, os estudos, a convivência fraterna com todos os amigos e colegas,
com os professores, funcionários e tantos quantos por lá passaram antes,
durante e muito depois de mim. E agora, participando do Governo estadual, ver a
minha velha escola atuando em tempo integral, com os esforços que fizemos na
Assembleia Legislativa para damos as condições objetivas para este dia chegar,
me enche de saudades e alegrias.
Alex de Madureira, é deputado estadual pelo PL
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