'Quiet quiting' desencadeada pela geração Z
Uma "nova tendência" tem surgido nos
últimos anos, gerando grande repercussão no mercado de trabalho. Iniciada pela
Geração Z (jovens nascidos a partir de 1995), a "demissão silenciosa"
(ou "quite quitting", no original em inglês) vem impactando as
relações de trabalho em todo o mundo. Só para se ter uma ideia desse movimento,
há cerca de dois meses, 8 milhões de pessoas comentaram sobre a demissão
silenciosa na plataforma Tik Tok.
Rafael Dantas, superintendente da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte/Divulgação
Como a chamada 'demissão silenciosa'
impacta o mercado de trabalho
Rafael Dantas, superintendente da Câmara
Americana de Comércio de Belo Horizonte
Uma “nova tendência” tem surgido nos
últimos anos, gerando grande repercussão no mercado de trabalho. Iniciada pela
Geração Z (jovens nascidos a partir de 1995), a “demissão silenciosa” (ou
“quite quitting”, no original em inglês) vem impactando as relações de trabalho
em todo o mundo. Só para se ter uma ideia desse movimento, há cerca de dois
meses, 8 milhões de pessoas comentaram sobre a demissão silenciosa na
plataforma Tik Tok.
Mas, do que se trata efetivamente esse
movimento? O quiet quitting tem sido uma espécie de catalisador sobre a
reavaliação do trabalho e da carreira que muitos jovens começaram a seguir.
Essa terminologia não significa “deixar ou abandonar o emprego”. Na verdade, é
uma forma de os jovens imporem um limitador de tarefas em qualquer tipo de
emprego que esteja no momento. Por exemplo: seguir apenas o que está definido
ou descrito no cargo que ele ocupa. Ou seja, não assumir mais deveres e tarefas
do que sua função atual estabelece e fazer o mínimo que puder para concluir o
trabalho necessário.
Pandemia mudou hábitos e levou
trabalhadores a reavaliarem carreiras
Outro fator que chamou bastante atenção
é que as pessoas que estão insatisfeitas com os seus empregos estão utilizando
o quiet quitting para “buscar os seus direitos” sobre a relação do cargo que
ocupa com as atividades praticadas por ele. Na pandemia da Covid-19 muitos
escritórios optaram pelo teletrabalho, e essa foi uma das formas que muitas
pessoas aproveitaram para melhor avaliar como estavam sendo geridas suas
carreiras e o quanto isso estava sendo saudável ou não.
De acordo com a ThoughtExchange, empresa
com escritórios no Canadá e Estados Unidos, a Geração Z é caracterizada pelo
otimismo e imediatismo, mas ao mesmo tempo oscilam dentro dos ambientes corporativos.
O levantamento mostrou que 34% dos jovens entrevistados responderam que
planejam ficar nas empresas que estão por pelo menos cinco anos, e 28% planejam
ficar por tempo indeterminado.
Geração Z toma atitudes consideradas
arriscadas no trabalho
Essa característica tem encarado os
desafios de forma inerente ao sucesso. Por isso, muitas vezes esses jovens são
taxados de “inconsequentes” por tomarem atitudes consideradas arriscadas no
mercado de trabalho.
Trazendo a questão para a nossa
realidade, cerca de 500 mil pessoas abandonaram os seus empregos de acordo com
o último levantamento da Exame Invest em fevereiro deste ano, entre os mais
variados cargos e idades. Alguns o fizeram por necessidades, como cuidar dos
filhos ou familiares em caráter de urgência. Outras tomaram essa decisão
visando mudar de carreira ou tentando melhorar a renda mensal por meio de
negócios próprios, incluindo ações em plataformas digitais, palestras do tipo
“coach” ou até mesmo se convertendo em investidores no mercado financeiro,
entre outros.
Se essa tendência se fortalecerá nos próximos anos é algo ainda cedo para dizer, mas é certo que a demissão silenciosa já está provocando um grande alvoroço no mercado corporativo mundial.
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