Projetos personificados são a solução aos desafios da adaptabilidade das empresas
*Silvana Torres, fundadora e presidente da Mark
Up
Cada vez mais, as empresas de
comunicação vêm compreendendo a necessidade de se adaptarem a diferentes
situações, fruto de uma exigência cada vez maior do mercado por modelos de
negócio adaptáveis, que estejam em constante transformação.
Nesse contexto, é natural surgirem
ideias novas, inéditas até, mas todas elas partindo de uma mesma premissa: a
necessidade de se conhecer profundamente o cliente.
Clientocentrismo, Human Centric, chame
como quiser, mas jamais deixe de colocar em primeiro lugar as pessoas que vão
consumir as iniciativas de comunicação proporcionadas por sua empresa.
O consumidor tem buscado experiências
inesquecíveis e tangíveis no momento de adquirir um produto ou serviço, o que
fez com que as marcas passassem a pensar em soluções disruptivas e
personalizadas.
Esses projetos personalizados devem
garantir que as pessoas se sintam acolhidas em suas trajetórias. Justamente por
isso, pedem um mergulho estratégico em suas identidades. E aqui estamos falando
de todos os tipos de indivíduos, sejam clientes ou colaboradores; ou seja,
quando uma empresa investe em iniciativas que são criadas por seres humanos e
para seres humanos, é possível promover experiências totalmente personalizadas,
que são pensadas por uma equipe que se vê como parte integrante do processo e
que tem como meta marcar a alma do público-alvo.
O primeiro passo dessa verdadeira
jornada de descobertas é extrair do cliente o que ele espera que você faça por
ele. Quais as expectativas? Quem ele deseja atingir? Por quê? São perguntas
aparentemente simples, mas, uma vez respondidas, se tornam valiosos direcionais
na solução dos problemas. Muitas vezes, chegam até a apontar uma real
necessidade do cliente que estava oculta e nem ele mesmo conhecia.
Para descobrir de que forma realmente
podemos ser úteis a quem servimos, a dica de ouro é “calçar o sapato do
cliente”, buscando exercitar seus pontos de vista a partir da ótica de quem
demanda, para aí sim ter uma visão aproximada da melhor forma de entregar o que
se espera.
Depois disso, é preciso entender tudo o
que cerca o consumidor, interpretar os movimentos do mercado, observar
tendências e lançar mão de valiosas ferramentas, como pesquisas, analytics e
fóruns de inteligência, para a elaboração de estratégias data driven que vão
direcionar planos de ações consistentes e assertivos. Contra dados não há
argumentos.
Você pode estar se perguntando se todo o
procedimento termina nesta etapa, mas é justamente aí que começa a grande chave
do sucesso: a coconstrução.
A ideia não é apresentar aos clientes um projeto intocável e com verdades
absolutas. Muito pelo contrário: vivemos a era da criação conjunta, da soma de
forças, do construir juntos.
Trata-se de um processo muito mais rico,
em que cada elo da cadeia entrega sua fortaleza na composição de uma solução de
potencial irrefreável. A agência entra com sua expertise na consultoria
estratégica dos negócios e na geração de ideias criativas e inovadoras; e o
cliente, com toda sua experiência a respeito do público, seu histórico e,
claro, seu posicionamento de marca, para, juntos, gerar experiências únicas e
genuínas.
Se compartilhar é o caminho,
humanizar é o destino. Dados da Forrester revelam que 77% dos
consumidores preferem, indicam ou pagam mais por uma marca que entrega uma
experiência ou serviço personalizado. Isso ocorre pelo simples fato do time de
vendas se aproximar mais dos clientes de forma natural, eliminando a sensação
de que a companhia quer “empurrar” uma compra para eles e atendendo às suas condições
e exigências da melhor maneira possível. O que o cliente realmente quer é ser
escutado, valorizado e, principalmente, respeitado.
Tudo bem, então unimos capacidades,
humanizamos as experiências e colocamos na mesa uma “big idea” disruptiva,
impactante e envolvente para o público. Ótimo, mas isso de muito pouco valeria
se as equipes que originaram essa big idea não a abraçassem, se não se
sentissem parte integrante do processo como um todo, da solução em si.
E o que temos visto em empresas de comunicação
com essa forma de fazer negócios é a construção de brand lovers genuínos, que
se sentem cada vez mais motivados por também se sentirem valorizados. Se
empresas buscam criar conexões emocionais com seus clientes, essa verdade
também é verificada nos fornecedores de comunicação, que estão mais atentos aos
seus colaboradores, os incentivando, estimulando e reconhecendo, estreitando
laços, solidificando um processo de fidelização.
Não por outro motivo, muitas companhias
utilizam ações de incentivo para atingir esse objetivo. Segundo a AMPRO
(Associação de Marketing Promocional), o incentivo responde pelo aumento de
vendas de 33% das corporações. A entidade ainda mostra que 22% delas obtiveram
uma melhoria substancial na sua imagem, enquanto 19% registraram crescimento na
sua rentabilidade, tendo o incentivo como mola propulsora.
São números que comprovam a eficácia da
colaboração mútua que nasce de uma marca que se propõe a desenvolver projetos
sob demanda. Para uma organização como essa, o projeto encantador enche os
olhos dos stakeholders, por isso o consumidor e o vendedor caminham juntos e se
tornam parceiros, de maneira que soluções mais integradas passam a ser
levantadas. Grandes marcas do varejo já perceberam isso e o resultado pode ser
conferido, por exemplo, a cada visita a uma loja da C&A, que orgulhosamente
exibe em seus expositores coleções criadas por seus próprios clientes.
Empresas com esse direcionamento
definitivamente estão um passo à frente da concorrência no desafio de
adaptabilidade que a realidade atual traz. O foco em boas relações, que colocam
cada pessoa envolvida como um ponto central delas, é a base para a elaboração
de qualquer estratégia inteligente e meta de crescimento de mercado.
Viagens, prêmios, bônus, reconhecimento,
troféus e descontos são mais do que meras estratégias de mercado; são formas de
estruturar uma jornada saudável e marcante para todos. Porém, o principal
ingrediente está dentro de cada um. É ter sua alma tocada por cada iniciativa.
Com isso, essas companhias transformam o
desafio da adaptação constante em soluções e passam a fortalecer frente a
qualquer mudança. “Não é o mais forte que sobrevive, mas sim quem melhor se
adapta”, eis a verdade universal.
*Silvana Torres é fundadora e presidente da Mark Up, referência em live marketing no Brasil
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