Vale a pena abrir uma franquia nos Estados Unidos?
De acordo com Leandro Sobrinho, especialista em
empreendimentos, análises financeiras e culturais são fundamentais para não
realizar um movimento equivocado
A primeira assinatura
de contrato no modelo de franquia aconteceu em 1850, nos Estados Unidos. A
fabricante de máquinas de costura Singer estendeu a venda dos seus produtos em
todo o solo nacional, expandindo sua marca com um baixo investimento. Com o
movimento, outras empresas passaram a adotar esse sistema, como as gigantes
Coca-Cola e McDonald’s.
O formato é um dos mais
seguros, otimizados e efetivos para empreendimentos. Com isso, muitas pessoas
consideram a hipótese de levar suas marcas para o exterior e, de acordo com a
Associação Brasileira de Franquias, os Estados Unidos é o principal destino
desse tipo de negócio.
Para o especialista em
empreendedorismo e mercado americano Leandro
Otávio Sobrinho, que já atuou em diferentes ramos como moda, varejo e
construção, as franquias são um modelo de negócio de sucesso nos EUA, mas
algumas áreas são mais comuns para franqueados brasileiros. “O conceito
funciona muito bem dentro em solo americano, mas é preciso ter cautela na hora
de realizar esse tipo de investimento. As franquias mais comuns no país são as
que oferecem serviços ou atuam na área de alimentação. Isso porque demandam
mais da presença do sócio-operador ou franqueado. No Brasil, é comum ver
franquias na área de moda, que são nomes fortes do varejo, não são franquias”,
relata.
De acordo com Sobrinho,
existem diferenças legislativas e culturais que devem ser levadas em
consideração ao pensar em abrir uma franquia em solo norte-americano. “Tanto no
Brasil quanto nos Estados Unidos, existe uma legislação própria que regulamenta
o franchising,
cada uma com as peculiaridades legais de cada país. Há também uma questão
cultural. No Brasil vemos diversas franquias pequenas e as pessoas acham que
virar franqueador é um business,
enquanto nos EUA o formato do negócio é levado mais a sério, com franquias mais
maduras no mercado. Mas, de modo geral, a essência e os objetivos são os
mesmos”, pontua.
O especialista afirma
que as grandes franqueadoras americanas dificilmente dão espaço para
franqueados estrangeiros, preferindo investidores já familiarizados com o
mercado nacional. “Como eu vim do franchising
no Brasil, fui franqueado de várias marcas e, obviamente, pesquisei sobre o
mercado local antes de mudar para cá. De fato, as grandes marcas não têm
interesse em franqueados estrangeiros. Não é uma regra, mas é um posicionamento
que tive de várias marcas, pois eles afirmam dar preferência apenas para
franqueados estrangeiros que sejam residentes do país e possuem o Green Card, por uma questão
de vínculo e compromisso. Isso acontece porque as franqueadoras esperam do
franqueado um relacionamento de gestão próximo do negócio, com presença no
ponto de venda e um relacionamento com os funcionários. Se for para administrar
a distância, o próprio franqueador coloca um gerente para cuidar do business”, revela.
Sobre levar uma marca
brasileira para os Estados Unidos, Sobrinho acredita que deve-se realizar uma
análise cultural profunda antes de efetivar o movimento. Diversos restaurantes
bem-posicionados no Brasil vieram para os Estados Unidos, não conseguiram se
adaptar, fecharam as portas e foram embora. Nos EUA as margens são menores,
então tem que ter volume de venda. Restaurantes que tem um posicionamento forte
com a venda de frutos do mar no Brasil, por exemplo, não se deram tão bem
porque aqui o camarão é tão barato quanto a carne moída no Brasil. Não é uma
iguaria como é considerada em solo brasileiro e cobrar valores altos por esse
tipo de alimento é um tiro no pé por aqui. É preciso ter humildade cultural
para se posicionar de maneira correta nos Estados Unidos”, ensina.
Ainda no ramo de
alimentos, existem redes que se posicionam muito bem, como a Churrascaria Fogo
de Chão, que tem mais unidades nos Estados Unidos do que no Brasil. “A CEO da
rede é uma brasileira que mora no país há anos, tendo conhecido a cultura
nacional e se adaptou muito bem, sendo um dos principais cases de sucesso quando
falamos de restaurante brasileiros nos EUA”, finaliza.
Sobre Leandro Sobrinho
Especialista em
empreendedorismo desde os 22 anos, Leandro Otávio Sobrinho graduou-se em
Direito, mas foi na gestão de diversos negócios que se encontrou
profissionalmente. Foi proprietário de restaurante, franquias no segmento de
moda, escola profissionalizante e investidor imobiliário. Hoje, morando nos
EUA, Leandro conseguiu adaptar seu modelo de trabalho em diferentes segmentos a
uma empresa de investimentos e incorporadora de imóveis. Atuando na Flórida com
foco no público local americano e residentes.
Para mais informações, acesse www.raiseinvestor.com ou pelo Instagram @raise.investor
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