Como tornar eficiente a gestão de processos de fusão e aquisição? Planeje!
Por Anna Volpon, gerente de Consultoria para
Logicalis Brasil
Em arenas de alta competitividade, as
empresas traçam estratégias para garantir suas posições no ranking, conquistar
novos mercados e criar produtos inovadores. Para atingir esses objetivos, um
dos caminhos tem sido por meio de fusões e aquisições. Essa prática disparou no
Brasil entre janeiro e novembro de 2020, segundo relatório da PwC Brasil.
O levantamento mostra que o número de
fusões e aquisições no país bateu novo recorde no período, somando 909
transações. Uma boa recuperação desse mercado e valiosa contribuição para a
economia abalada pelo cenário pandêmico.
Ao longo do processo de fusão, no
entanto, as empresas envolvidas enfrentam delicada reestruturação, tendo que
superar diferentes desafios, como integração de variadas culturas e processos.
Isso requer empenho cuidadoso para que o resultado seja uma estrutura
totalmente alinhada aos objetivos da nova proposta de negócio, com segurança e
garantia de sustentabilidade.
Nas operações de fusão, unir experiências
e conhecimentos é um bom caminho para ampliar a competitividade, ganhar mais
participação no mercado, reduzir custos de produção, aumentar lucros,
conquistar mais consumidores, diversificar operações comerciais, entre outros
ganhos.
Antes de entrar no jogo
Realizar uma fusão ou adquirir uma
empresa, apesar de ser uma estratégia atraente, requer muito cuidado para que,
de fato, promova ganhos desejados. Isso porque nem sempre esse movimento pode
ser lucrativo, mas sim gerar prejuízo, ou parcos resultados, não justificando
todo o esforço.
É importante, portanto, na fase de
negociação, ou “pré deal”, fazer o levantamento e análise da infraestrutura
tecnológica da empresa a ser adquirida. Avaliar os atuais ambientes e em
especial as necessidades de investimentos e seus respectivos valores, que podem
inviabilizar o negócio.
Aqui vale destacar que a participação da
área de TI nesse processo, que ganhou relevância ao longo do tempo com a
digitalização das empresas. Antes sua atuação era relegada para a fase de pós-negociação,
como coadjuvante, quando as integrações dos sistemas entravam na pauta.
Atualmente, com a importância da tecnologia, que impacta diretamente o core do
negócio, as questões financeiras e de controles empresariais, ela ganhou uma
nova reputação.
Todo esse cuidado na análise requer
dedicação, habilidades específicas, conhecimento e muita experiência, reunidos
em uma equipe multidisciplinar para essa operação. Para que continuem focadas
no dia a dia dos seus negócios, as empresas contratam parceiros para este fim,
que participarão desta fase “pré deal” e das outras que seguirão, caso o
projeto seja validado para entrar em ação.
As responsabilidades como parceiro
experiente, em linha com a TI, vão desde planejamento, gestão de ativos
tecnológicos, mapeamento riscos organizacionais/operacionais ligados a
sistemas, processos e pessoas, identificação, integração de sistemas e
intercambio das informações até unificação das plataformas, ferramentas e
definição de estratégias de segurança da informação de maneira padronizada na
nova empresa.
O outro lado da moeda
É preciso estar atento aos desafios
nessa jornada de fusão ou aquisição. A dificuldade aumenta quando os
colaboradores resistem em lidar com mudanças. Afinal, não se transforma a
cultura de uma companhia da noite para o dia. Em uma fusão, há um conflito
cultural que precisa ser trabalhado com implementação de novas estratégias e
práticas para enfrentar os novos cenários que se avizinham, exigindo da
liderança o protagonismo.
Outro ponto é manter a produtividade
após a operação por meio da criação de um novo ambiente, que potencializa os
ganhos a favor da integração e criação de valor, aspectos diretamente
relacionados a gestão de pessoas, sua confiança e satisfação. A reorganização
de cargos, bem como das funções, afeta diretamente a motivação e o engajamento
dos colaboradores. Diferentes iniciativas podem minimizar esse impacto.
Entre alguns outros pontos de atenção está a integração de sistemas e processos. Por isso, é essencial harmonizar as estruturas operacionais das companhias, garantir, ao menos, que softwares de gestão tenham interoperabilidade e, para isso, é necessária uma consolidação. É uma etapa delicada de identificação de obstáculos como plataformas incompatíveis e fluxos de informação mal estruturados. Depois disso, é “mãos à obra” para colocar o trem nos trilhos com segurança, apoiado na experiência.
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