Crédito de carbono também é o futuro para empresas do segmento de óleo e gás
Por João Paulo Gorni*
Por conta da natureza da substância
trabalhada, atrelar causas voltadas ao meio ambiente a empresas que trabalham
no segmento de óleo e gás é uma noção vista como absurda por boa parte da
população, afinal, é sabido que a utilização de alguns combustíveis,
principalmente aqueles que são fósseis, causam uma grande liberação dióxido de
carbono (CO₂),
principal responsável pelo aquecimento global.
Porém, ao contrário do que muitos
pensam, diversas empresas e negócios deste segmento estão buscando alternativas
e ações para reduzir o máximo possível, o impacto causado durante o trabalho
com essas substâncias, e isso é feito com o incentivo econômico por meio de um
dos mecanismos de flexibilização desenvolvidos, mais especificamente, a Redução
Certificada de Emissão (RCE), mais conhecida como crédito de carbono.
Créditos de carbono são certificados
emitidos para empresas ou pessoas que conseguiram reduzir a emissão de gases
que agravam o efeito estufa. Cada tonelada de emissão de CO₂ corresponde a um crédito de carbono
gerado para a empresa.
Atualmente, o cenário do Brasil não é o
ideal quando falamos de crédito de carbono, pois a oferta atual do certificado
no mercado brasileiro é de menos de 1% do potencial anual do país. Porém,
levantamentos recentes realizados pela McKinsey mostram que o país está
caminhando para se tornar referência neste cenário. Concentramos 15% do
potencial global de captura de carbono em atividades relacionadas ao uso da
terra e, em 2030, poderemos responder por 50% da oferta de crédito no mercado
internacional.
Essa perspectiva já é positiva para
atividades do setor de agroindústria, porém, não deve ser uma exclusividade
desse segmento. Já temos casos de empresas que lidam com óleo e gás se
movimentando para utilizar a compensação de carbono.
Na atividade de limpeza industrial onde
há a geração de resíduos, principalmente na limpeza de tanques de óleo, o
manejo e destinação correto desse resíduos é uma das ações que poderia
alavancar a geração de crédito de carbono.
A Petrogotas pensando nas ações que
podem ser implementadas para geração de crédito de carbono, vem investindo na
mão de obra financiando para seus funcionários especialização em Gestão
Estratégica de Carbono. Além disso, a empresa iniciou a transição para
utilização de energia solar, até o final de 2022 toda atividade realizada na
sede da companhia será com o uso de Energia Solar.
Ainda sobre o processo de gerenciamento
de resíduo, estamos estudando, a gestão de todo o resíduo gerado na base,
inclusive os provenientes da nova atividade implementada de Manutenção e
Reparo, de forma que tenhamos um número próximo a 100% de destinação final
correta.
É evidente, analisando essa perspectiva,
que devemos buscar cada vez mais fomentar o mercado de crédito de carbono.
Empresas voltadas para o segmento de óleo e gás devem buscar estratégias
voltadas para esta certificação com foco em ações que reduzam a emissão de CO₂, assim, será possível explorar o
potencial do país e, principalmente, aumentar a eficácia na preservação
ambiental e na melhora da qualidade de vida de gerações futuras.
* João Paulo Gorni é fundador e diretor da Petrogotas, empresa brasileira com atuação no setor de manutenção e reparo para a indústria de óleo e gás e limpeza industrial. A frente da companhia há mais de 10 anos. Sob o comando do executivo, a Petrogotas tornou-se referência na prestação de serviço de alta criticidade, tendo hoje uma carteira de clientes composta majoritariamente por multinacionais, algumas dessas com unidade marítima (plataformas de petróleo).
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