O papel energético do Brasil: uma potência em crescimento
J.A.Puppio*
É inegável
que a mudança climática que estamos vivenciando abriu uma nova realidade
mundial para uma transição energética eficiente, de modo a preservar o meio
ambiente e contribuir para a redução de emissões de gases e de custos durante
os processos produtivos.
A indústria
automotiva, por exemplo, passa por esse processo de transformação e vem
substituindo nas suas frotas o tradicional veículo a combustão, pelos modelos
elétricos, o que impactaria na diminuição da poluição aérea em 80% até 2050.
No entanto,
a energia elétrica produzida atualmente não seria capaz de alimentar 40% dos
carros existentes. Portanto, será necessário que o Brasil repense seu modo de
fornecimento energético e passe a investir recursos em fontes de energias
renováveis que não gerem impactos ambientais, como no caso da solar.
A
diversificação da matriz energética é um objetivo importante e o Brasil pode
alcançá-lo por meio da expansão da energia solar. Atualmente, o país depende
fortemente de fontes tradicionais, como hidrelétricas e termelétricas. Ao
investir na energia solar, o Brasil reduziria sua dependência dessas fontes e
garantiria maior estabilidade energética, além de contribuir para a mitigação
das mudanças climáticas.
O Brasil é
privilegiado com uma quantidade significativa de radiação solar. Devido à sua
localização geográfica próxima ao equador, o país recebe uma irradiação solar
intensa ao longo do ano. Essa abundância de recursos solares cria condições
oferecidas para a geração de energia solar em diversas regiões do país,
permitindo o aproveitamento máximo dessa fonte energética e a dependência de
fontes de energia não renováveis.
Além disso,
o país possui uma vasta extensão territorial, o que permite a implantação de
grandes projetos solares em escala, beneficiando-se de economias de escopo e de
aglomeração. Essa competitividade econômica torna a energia solar uma
alternativa atraente, capaz de gerar retornos financeiros sólidos para os
investidores e apoiar o desenvolvimento sustentável do país, que pode
desempenhar um papel de destaque no desenvolvimento de alternativas
sustentáveis.
No setor de
aviação, por exemplo, o Brasil vem testando um novo combustível derivado do
etanol que promete revolucionar a indústria aérea. A grande inovação é que esse
combustível pode ser utilizado diretamente nas turbinas dos aviões, sem a
necessidade de modificação ou troca desses equipamentos, representando um
avanço significativo em termos de viabilidade e sustentabilidade.
O
combustível derivado do etanol para aviação é obtido através de um processo de
conversão química do etanol, uma substância amplamente produzida no Brasil a
partir da cana-de-açúcar.
Esse
processo envolve a remoção de impurezas e a otimização das características do
etanol, uma opção mais sustentável em comparação aos combustíveis fósseis
tradicionais, pois sua produção libera uma quantidade significativamente menor
de gases de efeito estufa na atmosfera. Isso contribui para a redução das
emissões de carbono pela aviação, um setor conhecido por suas altas emissões e
impactos ambientais.
O Brasil
possui diversas vantagens ao investir e explorar essas soluções que temos em
nosso território. Com sua abundância de recursos naturais e solares, redução da
dependência de fontes tradicionais de energia, impacto ambiental positivo e
viabilidade econômica crescente, o país está em uma posição favorável para
adotar essas fontes e colher os benefícios a longo prazo. Dessa forma, o Brasil
estará promovendo a sustentabilidade, gerando empregos, impulsionando a
economia e encorajando a redução das emissões de gases de efeito estufa. É hora
de aproveitar o potencial solar do Brasil e construir um futuro energético mais
limpo e sustentável para todos.
*J.A.Puppio é empresário, diretor-presidente da Air Safety e autor do livro “Impossível é o que não se tentou”.
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