6 dicas estratégicas para gerenciamento da Cadeia de Suprimentos em 2017
Wagner Salzano*
A maioria das pessoas aproveita o início do ano para fazer ou rever planos gerais e estratégicos. Nesta linha, listamos algumas dicas para as empresas gerenciarem adequadamente sua Cadeia de Suprimentos (Supply Chain) e vencer os desafios que 2017 continuará oferecendo para as empresas brasileiras:
- Se integre com seus Fornecedores-Chaves: para redução de custos, prazos, faltas e problemas fiscais entre outros, sugerimos investir na criação, manutenção e modernização de métodos, processos e sistemas que permitam perfeita troca de informações com os fornecedores. O envolvimento das áreas de TI da empresa e do fornecedor para aperfeiçoamento da troca eletrônica de dados e manutenção de sistemas como VMI (Vendor Managed Inventory), entre outros, trará inúmeros benefícios.
- Implemente, de verdade, o Planejamento Tático S&OP: a implementação do planejamento S&OP tem sido uma tendência nos últimos anos, dados os benefícios que este processo trás para a organização, principalmente pela visão integrada que ele oferece. Todavia temos notado que a maioria das empresas acaba por "customizar" e flexibilizar demais os procedimentos, que são originalmente bem rígidos, e com isto não conseguem atingir os ganhos potenciais. Como dica, revise a implementação do processo e conte com aconselhamento de consultores especialistas.
- Aperfeiçoe a sua Gestão de Estoques: um dos pontos fracos da grande maioria das empresas é a forma como estas fazem a gestão dos seus estoques, tanto matérias-primas, componentes e produtos acabados. Investir neste processo gera grande diferencial na melhoria dos níveis de serviços aos clientes e em grandes reduções de custos de inventários, principalmente evitando geração de novos itens “no moving”. A aplicação de metodologias adequadas e investimentos em sistemas especialistas que substituam planilhas eletrônicas, retornam rapidamente com o balanceamento dos estoques e consequente redução de perdas financeiras decorrentes de custos com excessos de estoques.
- Comece a implementar o Lean Supply Chain: fala-se muito no Lean Manufacturing como filosofia para alavancar produtividade e reduzir custos da organização nos processos de manufatura. O que as empresas não atentam porém, é que a implementação isolada do Lean nas operações de manufatura, embora traga muitos resultados positivos, não otimiza os processos da cadeia de suprimentos. Para isto, é necessária a implementação de processos Lean nos processos logísticos (Lean Warehouse, por exemplo) e administrativos (Lean Office), sendo a integração destes Lean´s denominada LSC ou Lean Supply Chain.
- Revise seus Modelos de Transportes: o maior custo logístico da grande maioria das empresas é o frete, onde podem estar as maiores oportunidades de melhorias. É importante revisar com frequencia a forma de contratação dos fretes, considerando não somente a modelagem contratual, mas a integração com o planejamento da distribuição. Rever rotas, avaliar modelo de transporte (fracionado, lotação, milk-run, etc.) pode fazer toda a diferença na redução ao mesmo tempo, de custos e de prazos de entrega aos clientes.
- Se integre com seus Clientes-Chaves: a ponta final da cadeia também merece nossa atenção, a partir da melhoria da gestão dos canais de distribuição, que levam os produtos ou serviços da empresa ao cliente imediato e até aos clientes finais que irão consumir. O entendimento das necessidades dos clientes, quer sejam atacadistas, indústrias, varejistas ou consumidores finais, é fundamental para o adequado desenho da malha ou rede logística, identificando a necessidade, localização e quantidade de centros de distribuição, pontos de cross-docking ou mesmo estratégias como a contratação de brokers. Neste ponto deve-se ainda considerar os processos de gestão e operação dos armazéns, avaliando operação própria, terceirização, automação logística e sistemas de troca de informações.
Evidentemente que, quando falamos de Supply Chain, a visão não pode ser de implementação de ações isoladas, sendo cada uma destas 6 dicas, dependente das outras. As ações devem estar sempre integradas, a visão deve ser sempre sistêmica, entendendo-se que uma empresa, através de suas diferentes atividades internas e áreas, reage como um ser vivo, onde cada órgão tem suas funções específicas, trabalhando harmonicamente para manter o organismo saudável e pronto para superar seus desafios diários.
*Wagner Salzano é Engenheiro de Produção Mecânica (Universidade Paulista, turma de 1986) com MBA em Administração para Engenheiros (Instituto Mauá de Tecnologia) e gerente da Divisão de Supply Chain da IMAM, com mais de 35 anos de experiência, atualmente é Instrutor de Treinamentos, Palestrante, Articulista da revista Logística e Gerente de Projetos de Consultoria.
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