Myra prevê aumento de 133% em volume de interações monitoradas este ano
Danielle Francis, CEO da Myra |
A Myra, empresa do
grupo Mutant especializada no monitoramento do serviço de atendimento ao
cliente de grandes empresas, prevê aumentar em 133% o volume de interações monitoradas em 2021, alcançando 21
milhões. No ano passado foram 9 milhões. O aumento se deve à adoção pela Myra
de tecnologia de monitoramento automatizado de voz e texto (speech analytics e
text analytics, em inglês, respectivamente).
Antes de 2018, 100% das interações eram monitoradas pela empresa por humanos. A
partir de 2018, a análise automatizada começou a ser implementada e foi
ganhando participação gradualmente. Agora, apenas 20% das interações são
analisadas por humanos, enquanto os 80% restantes acontecem de forma
automatizada.
Junto com a
transformação digital, a Myra reduziu sua equipe, de 1,8 mil para 1 mil
funcionários, e deixou de ser uma unidade de negócios da Mutant, se tornando
uma empresa do grupo, com áreas próprias de RH, inovação etc.
“Importante ressaltar
que é imprescindível ter o ser humano por trás da solução de text e speech
analytics, porque o segredo é desenhá-la. Tenho que fazer sempre a curadoria da
solução. Ela não trabalha sozinha”, ressalta Danielle Francis, CEO da Myra.
O diretor
de inovação e transformação digital da companhia, Rafael Montenegro, reforça:
“Não basta ter uma Ferrari. Você precisa de um motorista e também de uma equipe
para apoiar o motorista. Investimos bastante em recursos humanos que operam a
plataforma. Os insights produzidos é que geram a transformação digital do
cliente. As empresas aprenderam que não precisam gastar uma fortuna em uma
plataforma: melhor contratar uma empresa especializada em operá-la”. A Myra
conta com plataforma própria, mas também pode gerenciar soluções de terceiros
para análise de texto e voz, ou seja, é agnóstica em tecnologia.
A Myra coleta uma
amostra das interações de cada empresa com seus clientes, nos mais variados
canais, incluindo call centers e interfaces digitais, como WhatsApp. Em alguns
casos, as amostras superam 400 mil interações por mês. Tecnicamente, é possível
escalar e monitorar 100% dos atendimentos, mas Francis não entende que seja
necessário.
Há também um desejo das empresas de realizarem a análise em tempo real, mas
precisariam estar preparadas para reagir também em tempo real caso algum
problema seja observado. “Se não estiver preparada, vai simplesmente rasgar
dinheiro”, alerta a CEO.
Bots
A Myra tem notado de um
ano para cá o crescimento no uso de bots de atendimento. Uma das consequências
é que algumas empresas começaram a pedir relatórios de análise específicos
sobre a atuação de seus bots. Montenegro destaca dois problemas como os mais
comuns verificados no uso de bots: 1) dificuldade na compreensão de intenções,
decorrente de falha na curadoria de bots com diálogo aberto e processamento de
linguagem natural (PLN); 2) fluxo em loop: sem conseguir resolver ou entender a
intenção do cliente, a conversa retorna mais de uma vez para o mesmo ponto,
frustrando o consumidor.
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