Práticas ESG ressignificam o trabalho e atraem talentos
Pesquisa revela que políticas sustentáveis que promovam justiça social são decisivas para atrair e reter profissionais
Mais que
trabalhar e pagar as contas, a nova geração de profissionais quer encontrar um
propósito no trabalho. Na hora de escolher uma companhia para atuar, salários e
benefícios não são mais os fatores decisivos. “Tem sido cada vez mais comum ouvir dos
recrutadores que empresas que tenham uma política forte de ESG, um conjunto de
práticas ambientais, sociais e de governança, são priorizadas para atrair e
reter talentos”, afirma o psicólogo e especialista em RH Alexandre Garrett.
O último
levantamento do Índice de Confiança Robert Half revelou que manter uma
agenda ESG melhora a imagem da empresa, aumenta a confiança do investidor e
atrai talentos. 83% dos profissionais desempregados entrevistados pela entidade
afirmam que um fator importante para aceitar uma oferta de trabalho é a empresa
ter boas iniciativas ESG. Além disso, 50% dizem que um fator importante para
não considerar outras oportunidades de emprego é a organização ter boas
práticas ESG. “As
pessoas querem ter prazer em trabalhar e isso acontece quando se acredita na
corporação e na sua função social. Ter um propósito no que se faz aumenta a
produtividade e retém talentos”, completa o especialista.
Além de atrair
consumidores e investidores, companhias com uma forte política ESG conseguem
manter em seus quadros alguns dos talentos mais disputados do mercado. Essa
tendência, que já vinha crescendo antes de 2020, ganhou fôlego depois da
pandemia. “Em tempos de
crise, é natural que haja uma ruptura na forma de pensar, os valores mudam.
Prova disso é a força das práticas ESG na atração de investimentos e de
talentos. As pessoas estão avaliando as políticas sociais, ambientais e de
diversidade no momento da decisão”, completa o
especialista.
Empresas com uma forte política ESG conseguem manter e
atrair os talentos mais
disputados do mercado/Freepik
Ainda segundo o
especialista, a pandemia mudou a relação das pessoas com o trabalho. “Depois de ficar tanto tempo trabalhando
em casa, em um ambiente agradável, próximo da família e livre de cobranças
excessivas, trabalhadores tendem a não aceitar práticas condenáveis e querem
aliar o desempenho profissional a causas justas. Isso vai ficar cada vez mais
presente e vai levar as companhias a adotarem práticas mais sustentáveis para
atrair não só os investidores e consumidores, mas também os profissionais mais
qualificados”, afirma Garrett.
Essa mudança
de consciência tem impacto na produtividade das companhias e, a longo prazo,
terá reflexos positivos na sociedade. “A
preocupação ambiental está incorporada à tomada de decisões de consumo e de
escolha de um posto de trabalho. Mais que desempenhar uma função para garantir
a sobrevivência, novas gerações querem se sentir parte de um projeto maior.
Outro fator que está se introjetando na sociedade é o respeito à diversidade
também dentro das corporações. As pessoas evoluíram e essas mudanças não têm
volta”, afirma o especialista.
Alexandre Garrett é psicólogo especializado em RH/Divulgação |
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