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Arquitetura que vende e cria memórias afetivas

Apesar do aumento da venda online, para alguns setores, a operação física ainda é decisiva para diferenciação da marca

Ao trabalhar a memória afetiva nos ambientes comerciais, as pessoas se sentem mais propensas a divulgar a experiência de compra.
Jomar Bragança

Os números mostram que as compras online de produtos e serviços rotineiros cresceram, ainda mais, nos últimos anos, principalmente, depois da pandemia. Levantamento, por exemplo, da PayPal, comprova aumento de compra online pelas mulheres de 70%.  Porém, para muitos negócios, a ida até a loja ainda é decisiva para o entendimento da diferenciação da marca. E uma das estratégias para conseguir este feito é transformar o espaço físico do negócio em uma experiência única. Como? Apostando na arquitetura!

Um exemplo recente disso foi o showroom da Dell Anno. Inaugurado neste mês, em Belo Horizonte, a marca investiu pesado no novo ambiente. “Apostamos em um espaço diferenciado, com 400 m² de showroom, pé direito alto, estacionamento rotativo, que oferece até 72 vagas e o atendimento com hora marcada”, conta os sócios Pedro Retes e Ruslan Viana. Eles relatam que no final de três dias de lançamento, mais de 200 pessoas já haviam conhecido a nova loja. “Criamos um percurso dentro do showroom onde, a cada passo dado pelo cliente, uma boa surpresa em móveis planejados surge. A iluminação evidencia os produtos como verdadeiras joias. Já os tons escuros criam a tática do mistério, um recurso estratégico presente em praticamente toda marca do segmento de luxo”.

A arquiteta Eduarda Correa, que também executa projeto comerciais para marcas desse segmento, explica que uma arquitetura estratégica e diferenciada é essencial para apoiar esses negócios gerando melhores experiências, conexões e, consequentemente, ampliando as vendas. “Ser lembrado por seus clientes, no momento de compra, é o objetivo de todo negócio. Desta forma, é importante que as empresas desenvolvam boas experiências, de modo a transformá-las em memórias afetivas”.  Entre seus projetos recentes, ela cita o showroom da Caos Moda. “Se você olhar somente a foto de um dos ambientes da loja é possível que pense não se tratar de um espaço comercial e sim residencial. E foi justamente essa a nossa intenção, ao fazê-lo assim, as pessoas se sentem em casa, conversando com amigas sobre moda, looks e, transformando esse precioso momento, em uma deliciosa lembrança com a marca na qual, certamente, vão querer desfrutar novamente”.

Outro exemplo foi o projeto arquitetônico desenvolvido por seu escritório para uma loja especializada em vendas de roupas de jeans feminino. “A loja Razzo é a marca da mulher independente que não abra mão de se vestir bem, porém com conforto e no seu showroom, nós quisemos retratar exatamente esses diferenciais da marca, por isso o local nos remete a ambientes residenciais como o espaço acolhedor para café e um grande closet onde as roupas são expostas”.

Segundo ela, quando uma marca investe na arquitetura do seu espaço físico, a probabilidade de divulgação espontânea da marca se torna maior. “Ao trabalhar a memória afetiva nos ambientes comerciais, as pessoas se sentem mais propensas a divulgar a experiência positiva de compra nas suas redes sociais. Com isso, o potencial de vendas se torna ainda maior”, finaliza.

Serviço

https://www.dellanno.com.br/pt

http://eduardacorrea.com.br/

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