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Setembro acabou e agora? O acolhimento nas empresas continua?

Especialistas contam que é papel da empresa identificar e acolher os colaboradores que necessitam de ajuda

Setembro Amarelo é um tema em evidência no Brasil, e acentuado ainda mais no mundo corporativo, isso porque no ano passado, mais de 75 mil trabalhadores do país foram afastados do trabalho por apresentarem quadros de depressão, segundo a Previdência Social, e uma em cada quatro empresas brasileiras afastou de um a cinco funcionários por adoecimento mental entre julho de 2021 e julho de 2022. Os principais fatores que impactaram a força de trabalho foram:  ansiedade, que atingiu 41% dos profissionais; estresse (31,9%), depressão (26,7%) e burnout.

Mas e quando o mês acaba? As empresas devem continuar cumprindo seu papel: identificar e acolher os colaboradores que necessitam de ajuda. Apesar de não ser fácil identificar o perfil de uma pessoa suicida, pois em muitos casos não há sinais evidentes, Marco Fabossi, sócio-diretor da Crescimentum, empresa de educação corporativa especializada em liderança, explica que para identificar um colaborador com a saúde mental abalada, não é preciso ser especialista em emoções; é preciso apenas ser mais interessado pelas pessoas. 

‘’Se realmente nos interessamos e buscamos conhecer as pessoas com quem convivemos, não é difícil perceber que alguém está um pouco mais quieto, agitado, nervoso ou triste do que o normal, essa percepção é sobre o acolhimento, e saber acolher é o principal ingrediente para tornar mais significativas as relações’’, salienta Fabossi.

Os estados emocionais de uma pessoa interferem diretamente em sua capacidade de entrega, tendo isso em vista, Fabossi acredita que quem representa a empresa para os colaboradores é a liderança. ‘’A liderança é a grande referência das pessoas dentro da organização, portanto, a principal ação que uma empresa pode (e deve) adotar para atender às necessidades emocionais dos colaboradores, é ampliar a consciência de sua liderança sobre a importância de cuidar do estado emocional das pessoas e treiná-las para aumentar o nível de confiança, proximidade e empatia por elas’’, completa.

Adriana Drulla, mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da Pensilvânia (EUA), esclarece que um ambiente corporativo saudável é aquele em que o profissional se sente acolhido e seguro, e esse ambiente precisa existir em todos os meses do ano. ‘’Como as pessoas passam grande parte do dia no trabalho, e frequentemente desempenham múltiplas funções em casa, o profissional não tem tempo para cuidar de si. Em vez de sentir-se mal porque vai à terapia nos dias de semana, a empresa precisa incentivar esse comportamento custeando parte do tratamento terapêutico, por exemplo. Os funcionários sempre precisam ser recompensados pelo movimento de construírem recursos internos e externos para enfrentarem o mundo com mais resiliência.”, destaca a especialista.

O autoconhecimento e a felicidade são as principais chaves para atuar nas condições de saúde e bem-estar da vida em geral e do mundo corporativo todos os dias. É o que defende Juliano Pozati, empreendedor, espiritualista e CEO do Círculo, Escola de Filosofia e Espiritualidade de livres pensadores.  ‘’Falar e atuar em prol da felicidade no ambiente corporativo é promover bem-estar, qualidade de vida e atuar na saúde integral. É também atuar em dois pontos que a Organização Mundial da Saúde trouxe ainda na década de 1980, com a Carta de Otawa, e que ainda não demos conta: ‘a saúde é entendida como um recurso para a vida e não como uma finalidade de vida’ e ‘a maneira como a sociedade organiza o trabalho deveria ajudar a criar uma sociedade saudável’, finaliza.

Sobre Marco Fabossi

Sócio-diretor da Crescimentum. Atuou por 25 anos como executivo em empresas nacionais e multinacionais, onde adquiriu profunda experiência na liderança e condução de equipes. Foi responsável por projetos na América Latina, América do Norte e Europa. É autor dos livros "Coração de Líder" e "O Fator Confiança".

Mais informações:https://br.linkedin.com/in/marcofabossi

Sobre Adriana Drulla

Adriana Drulla é Mestre em Psicologia Positiva pela Universidade da Pennsylvania (EUA), e pioneira no Brasil em Terapia Focada em Compaixão pela Universidade de Derby (Inglaterra). Estudou com Martin Seligman, fundador da Psicologia Positiva no mundo.  Primeira brasileira a se formar como Terapeuta Focada em Compaixão (TFC). Teve como mentor Paul Gilbert, criador da TFC  e maior pesquisador no mundo no tema da compaixão. Adriana também é certificada em mindfulness e autocompaixão pelo Centro de Treinamento Profissionalizante em Mindfulness da Universidade da California em San Diego. Adriana é professora convidada do Insper onde leciona sobre autocompaixão e autoconhecimento para CEOs, CFOs e CHROs. Palestrou em todas as edições do Congresso Internacional de Educação Parental, maior congresso sobre o tema no país. 

Mais informações: @adrianadrulla

Sobre Juliano Pozati

Graduado em Marketing e pós-graduado em Estratégia Militar para Gestão de Negócios pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Juliano Pozati fundou em 2017, o Círculo, escola que tem como objetivo difundir o ensino de filosofia e espiritualidade por meio de um método fácil de entender e simples de aplicar na vida prática. É considerado hoje, um dos principais especialistas do mundo em Exoconsciência, que é a habilidade natural que os seres humanos têm de entrar em sintonia, conexão, comunicação e cocriação com seres e humanidades multidimensionais. Ou como o próprio diz: a mediunidade 2.0.

Além de escritor, espiritualista e empreendedor, Juliano também é licenciado em Strenghs Coach pelo instituto Gallup (EUA), é membro afiliado ao Institute for Exoconsciousness (EUA) e representante no Brasil da The Spiritual Science Foundation (Espanha).

Mais informações: https://www.linkedin.com/in/juliano-pozati/

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