Feedback humanizado ganha mais relevância na pandemia
Forma de comunicação com os profissionais
impacta autoestima, produtividade e retenção de talentos, afirma o CEO da Prime
Talent, David Braga, especialmente neste momento de transformações nas empresas
David Braga é CEO, headhunter e board advisor da
Prime Talent
Carmine Furletti / Divulgação
Você já parou para analisar como tem
dado o feedback às
pessoas? Enobrece os pontos positivos ou só foca nos erros? Em um cenário de
incertezas e de rápidas transformações, após os desafios impostos pela
pandemia, especialmente dentro das empresas, a resposta a essa questão pode ser
decisiva para os resultados, tanto individuais quanto coletivos. No meio
corporativo, resumidamente, o feedback
é o ato de avaliar o desempenho dos colaboradores, positiva ou negativamente,
por meio do fornecimento de informações a um indivíduo ou a um grupo, de modo a
reforçar um posicionamento ou favorecer uma possível mudança de comportamento,
considerando que a atuação não esteja adequada. Em ambos os casos, a
comunicação deve ser feita de maneira construtiva e com empatia, visto que pode
impactar a autoestima dos profissionais, o engajamento das equipes, a
produtividade e os resultados da corporação, além da retenção de
talentos.
De acordo com o CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent,
David Braga, é fundamental que exista uma humanização na forma de falar e de
tratar o outro, mesmo que o profissional discorde da atitude a ser avaliada.
“Usualmente, somos ágeis em criticar o que não está certo, apontando erros.
Porém, nem sempre, temos a mesma postura e damos o retorno positivo, quando
algo bom é feito. Dessa forma, o máximo que conseguimos é distanciar as
pessoas. No âmbito corporativo, isso é péssimo, uma vez que impacta no processo
evolutivo, de inovação e de engajamento, afetando, inclusive, o clima
organizacional e a retenção dos melhores profissionais”, destaca.
Assim, nesse processo, é importante
sabedoria, tanto para quem dá o feedback,
quanto para quem recebe. Um retorno eficaz ajuda o indivíduo ou o grupo a
melhorar seu desempenho e, consequentemente, alcançar seus objetivos. Já a
pessoa que recebe o feedback
tem a oportunidade de entender qual a visão do seu superior e também de se
conhecer, por meio da ótica de alguém que acompanha seu dia a dia ou avalia a
sua entrega. “Por isso, comunicação clara e transparente, olhar positivo e
sensibilidade ao outro são características fundamentais, seja no contato
presencial, seja na conversa com aqueles que estão em home office. Se falamos
tanto em legado, é relevante entender qual o impacto temos gerado nos demais
com o nosso feedback”,
completa Braga.
Aqui, portanto, a empatia – definida
como a habilidade de compreender as outras pessoas – é primordial. O headhunter explica que um
indivíduo empático consegue lidar melhor com muitas situações, porque tem a
capacidade de se colocar no lugar do outro e tentar entender o ponto de vista
alheio, mesmo que não concorde com ele. Nas empresas, exercer a empatia é uma
maneira de lidar, com diplomacia, com todos os níveis hierárquicos (superiores,
pares, liderados) e estabelecer uma conexão verdadeira, reduzindo, então, os
conflitos. Isso não significa concordar com tudo, mas, sim, ter escuta ativa,
entender e respeitar os pontos de vista divergentes, para, então, expor as
próprias opiniões.
Nesse contexto, Braga ressalta que uma
coisa é certa: a grande maioria das pessoas sempre espera pelo retorno positivo
daquilo que faz, em todas as esferas da vida. “Queremos ser reconhecidos quanto
ao nosso esforço e à nossa criatividade, para qualquer tipo de assunto, o que
impacta, inclusive, na autoestima. Mas é preciso lembrar que, nem sempre, iremos
agradar à outra pessoa. Expectativas podem se frustrar nesse momento, sendo
necessário ter maturidade emocional e jogo de cintura para sair dessas
situações”, afirma.
O líder empático deve ser capaz de
manter a calma nessas circunstâncias complicadas, emotivas ou estressantes,
tentando entender o que o outro sente e pensa, para fornecer respostas
assertivas. Braga acrescenta que as pessoas são diversas, e o ambiente de
trabalho reflete diretamente isso. Logo, ajustes serão permanentemente
necessários, envolvendo todos da empresa. E o processo de feedback, mesmo que
informal, pode apoiar nessa questão. “Quando o líder respeita as
individualidades e sabe somar cada um dos talentos, dentro da diversidade da
organização, todo mundo sai ganhando, e a produtividade aumenta de modo
considerável”, conclui. Além disso, para que a companhia evolua de forma
positiva, não apenas o líder precisa ser empático e saber dar feedbacks eficientes, mas
todos os colaboradores, independentemente do nível hierárquico que ocupem.
Sobre a Prime Talent
A Prime Talent é uma empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua nos 24 setores da economia, em todo o Brasil e na América Latina, com escritórios em São Paulo e Belo Horizonte. Referência nas áreas de Recursos Humanos e Gestão, tem à frente os sócios David Braga (CEO) e Bárbara Nogueira (diretora). Braga já avaliou, ao longo de sua carreira, mais de 10 mil executivos, selecionando para clientes Latam. É autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” e professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC). Além disso, exerce a função de conselheiro da ACMinas e da ChildFund, instituição eleita, pelo quarto ano consecutivo, uma das 100 melhores ONGs do Brasil, que apoia crianças e adolescentes em extrema vulnerabilidade. Já Bárbara Nogueira é graduada em Psicologia e certificada em Executive Coach, pela International Association of Coaching, e em Micro Expressões e programação Neurolinguística. É também embaixadora da ChildFund.
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